PERDÊ-LA

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-Ela está desacordada, mas não corre perigo de vida, por muita sorte.

O médico explicou e Kara pôde suspirar aliviada, sentia um nó em sua garganta.

-Mas ela bateu numa árvore do nada?

-Ela estava alcoolizada.

A loira suspirou frustrada. Lembrou-se da senhora Luthor dizendo sobre possíveis problemas de Lena com excesso de bebida e como ela era preocupada a respeito disso. Droga... Kara praticamente disse para a mulher que cuidaria da sua filha, e sabia também que Samantha contava com ela para poder fazer o mesmo.

-Entendo... E sobre visitas?

Perguntou tentando recompor-se.

-Ela poderá receber visitas amanhã quando acordar.

Kara voltou para casa, mas não conseguira realmente dormir naquela noite. Queria tê-la visto. Havia tantas coisas em sua cabeça, sentia que devia algo a sua melhor amiga por achar que podia ter feito algo que pudesse ter evitado Lena de beber tanto para perder a consciência e bater numa árvore.

"Eu quase a perdi também... O médico falou em sorte." Seu subconsciente disse quando se virou para o outro lado. O que ela faria se também a perdesse? O que faria se após perder Samantha, perdesse Lena? Sentia o seu coração doer porque como ela a morena estava sofrendo a perda da senhorita Arias.

Mas a forma que a morena encontrava de lidar com aquilo era de fato, diferente e não era um diferente bom. Era madrugada, sim. Mas às vezes ela era apenas alguém precisando do colo da sua mãe.

-O que houve querida?

Eliza perguntou com uma voz sonolenta e bocejando quando a filha a ligou.

-Desculpe incomodá-la... Eu... Eu não consigo dormir.

Insegurança entre outras coisas nada boas. Fora aquilo que Eliza detectou na voz da filha e sentou-se escorando suas costas na cabeceira da cama.

-Você não me incomoda nunca meu bem, agora me diga. Aconteceu algo? Sua voz...

-A Lena...

Kara respondeu sem conseguir evitar que sua voz embargasse.

-Ela bateu com o carro numa árvore, mãe. E ela está fora de perigo, sorte, o médico disse. Sorte! Eu devia prestar mais atenção nela mãe, mais cedo eu sabia que devia ter feito algo em relação à postura dela sempre parecendo prestes a dizer algo, mas nunca diz. E ela iria até me dizer, mas só que... Mãe e se eu tivesse a perdido também?

Eliza sentira o coração contrair-se em como a filha parecia tão aflita, queria poder abraçá-la e cuidá-la. Mas já não estava tão perto quanto gostaria de estar.

-Querida. Primeiro. Respire.

Kara fizera o que a mãe pedira.

-Muito bem. Agora levante e faça uma daqueles chás que eu costumo fazer para você. E continue falando comigo.

Kara descera da cama para fazer o que sua mãe lhe pedira novamente.

-Agora... Você não tem culpa meu bem.

-Ela estava bêbada...

A mais nova murmurou.

-Está sendo difícil para ela como está sendo para você, meu bem. Talvez ela lide de uma maneira diferente, mas não foi culpa sua e você está ajudando-a que eu sei. Vocês estão cumprindo aquele negócio de lista e tudo. Então pare de se achar insuficiente, você é bastante o suficiente para ajudá-la.

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