Cheetos

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Loki Povs On
Só consegui correr pro meu quarto, batendo a porta, me sentei aos pés da cama abraçando meus joelhos, pensando como algo pode dar errado tão rápido, ele nem comeu o pão.
Depois de quase meia hora paralisado, resolvi tirar esse sentimento do meu corpo.
Entrei no banheiro, deixando minhas roupas no chão, entrando em baixo do chuveiro, sentindo a água quente bater em minhas costas, um contraste com o azulejo frio onde minha testa se encostava.
Ouvi Thor entrar no quarto, também em silêncio, o som era apenas de suas roupas colidindo com o tapete do banheiro, abriu o box, entrou em baixo da água abraçando minhas costas, apoiado o queixo no meu ombro.
-Não pode me culpar por ter esperança... -Sussurrou.
-Sei que não. -Suspirei, me virando, deixar cair meus braços sobre seus ombros. -Me desculpe.
-Tudo bem. -Observei seus olhos, de um azul tão profundo, eu poderia me afogar.
-Mas e agora? -Encostei minha testa na dele. -O que fazemos agora, Thor?
-Nada. -Me afastei para voltar a encará-lo.
-Como assim? -Ele abaixou a cabeça sorrindo de leve.
-Tecnicamente não temos uma resposta.
-Odin saiu furioso de casa... Como isso pode não ser uma resposta pra você?
-Não teve um sim, não teve um não, então não teve uma resposta.
-Seu otimismo chega a ser idiota algumas vezes. -Sorriu com a mesma inocência de sempre, eu só quero provar o máximo da sua existência que conseguir. Me aproximei de sua boca, sentindo o toque de suas mãos na minha pele escorregando com a água, sua respiração, batendo contra minha boca.
-Diga que me ama. -Sussurrou fazendo a boca dele roçar na minha.
-Eu te amo. -Apertando seus braços a minha volta, quase sentindo o ar escapar, me beijou, lento, gentilmente.
 
Peter Povs On
Olhei meu relógio, quase três da tarde, Eddie já tinha dormido e acordado na mesa, a televisão do bar passava clipes de música, foi minha distração essas longas horas, isso e observar Wade e Venom atrás do balcão, tirando pó de garrafas do alto das prateleiras e servindo chope para uns caras barbados.
Sempre que percebia meus olhos ele sorria, tinha certeza que minhas bochechas ficavam vermelhas, diferente de Eddie, que quando percebia o olhar de Venom mandava um beijinho.
-Que horas são? -Me perguntou.
-Hm... -Olhei o relógio novamente. -São 14:48.
-To ficando com fome. -Reclamou torcendo o nariz.
-É, eu também. -Apoiei o queixo no punho, olhando Wade, que me viu, o chamei com a outra mão e ele veio, ele sempre vem.
-Oi? -Sentou no banco a frente pra mim e Eddie. -Tudo bem por aqui?
-Estamos com fome. -Eddie soltou sem nenhuma cerimônia. Dei risada.
-Tem alguma coisa pra comer aqui?
-Hm... Aqui não. -Parou pensando. -Na verdade tem uns amendoins e sardinhas, mas só tira gosto. -Bufei abaixando a cabeça, encostando o queixo na mesa.
-Então, conhece algum lugar pra gente comprar? -Eddie perguntou, levantei os olhos pra ele.
-Ah... Deve ter alguma coisa na minha casa. -Ergui a cabeça olhando pra ele, é o que eu estou imaginando? Um convite para conhecer a casa que habita Wade Wilson? Ele riu com minha expressão. -Sei o que está pensando... Eddie pode ajudar Venom com o bar enquanto eu e Peter trazemos alguma coisa? -Ficou de pé e esticou a mão pra mim.
-Claro. -Eddie também se levantou, indo para o balcão, o que fez Venom abrir um sorriso enorme.
-Se falar qualquer coisa vou te deixar na escada. -Sorriu. -Vamos? -Segurei sua mão, ele foi me guiando para o fundo do bar, até uma porta preta de ferro, ao entrar da de frente para outra porta. -Essa da pra rua. -Ao lado tinha uma escada de pedra escura e brilhante, subiu me puxando, parecia um prédio antigo, o corrimão é desgastado, de ferro vermelho, dois lances de escada e paramos na porta branca, suspirou, olhou pra mim, tirou a chave do bolso e abriu.
-Não. -Segurei a porta. -Não precisa me mostrar se não estiver confortável com isso, não quero que faça nada que não queira. -Sorriu, puxando meu rosto para um beijo suave.
-Eu quero, só tô com medo do que você vai achar.
-Wade...
-Eu sei, eu sei, qualquer lugar que eu esteja e tals, não é bonito, sem expectativas.
-Tudo bem. -Soltei a porta e ele a abriu.
De fato, não é grande coisa, o primeiro cômodo é a sala, onde Al estava de frente para a televisão.
-Oi Al. -Falei tímido, acenando com a mão livre, atitude que depois me arrependi de ter feito.
-Ah você deve ser o Peter!
-É ele mesmo. -Wade foi se sentar ao lado dela. -A bunda dele é linda. -Disse encostando a cabeça no ombro dela. Senti meu rosto ficar quente.
-Claro, deve ser sim.
-Agora sim eu estou com pena da sua cegueira. -Ficou de pé. -Se eu não pudesse ver a bunda desse homem, acho que já estaria morto.
-Wade! -Bati em sua braço.
Me puxou pra cozinha, onde não tinha nada além de um armário, um fogão velho e uma geladeira pequena (Além da pia, claro.)
-Pode abrir, deve ter algum refrigerante na porta ou no freezer. -Disse abrindo o armário e pegando alguns dos muitos pacote de salgadinho que havia.
-Quanta porcaria. -Ele revirou os olhos e olhou para mim. -Se tem dinheiro pra comprar isso tudo por que não usa pra comprar comida de verdade?
-Porque não é tão gostoso. -Minha vez de revirar os olhos, ele riu. -Além do mais, eu quase não como em casa  mais, antes almoçava na rua com um amigo ou na casa do Weasel ou do Thor, agora com você... Nunca mais gastei dinheiro com arroz. -Ri da percepção dos fatos, realmente faz sentido pra mim também, ou eu só estou ficando doido de tanto andar com ele? Abri a geladeira, peguei um litro de refrigerante.
Voltando a sala, ele colocou as coisas no sofá perto da Al, segurando minha mão e passando para o outro lado do cômodo, onde tinha um pequeno corredor.
-Banheiro. -Apontou para a porta do meio. -Quarto da Al. -Apontou para a porta a esquerda. -Meu quarto. -Disse abrindo a porta da direita. O cômodo tinha uma parede preta, com pôsteres de Star Wars, Queen, good Charlotte e Wiz Khalifa entre vários outros.
A cama toda bagunçada, sem travesseiros e um pedaço de pano grande, aos pés dessa "cama"  ficava o guarda roupa, não tão pequeno, ao lado de uma mesinha, com um aquário e um peixe de plástico dentro.
-Qual o nome dele? -Perguntei rindo.
-Napoleão. -Respondeu sentando na... Isso não é uma cama, é um colchão no chão. Andei em direção às cortinas vermelhas, abrindo me deparei com uma varanda, onde tinha uma cadeira de plástico e um litro de whisky.
-É aqui que você fica a noite? -Voltei a "cama", me sentando ao seu lado.
-Quando não estou com você, é. -Sorriu, passando a mão no meu cabelo. Olhei pro teto.
-Sabe o que ia ficar legal aqui? -Beijei sua bochecha. -Uma luz de led. -Ele riu.
-Pode guardar pro meu aniversário.
-E quando é?
-Me promete que não vai dar uma festa.
-Não. -Sorriu balançando a cabeça.
-Então só vou te contar no dia. -Me empurrou pra deitar, ficando em cima de mim. -Ai não vai poder armar nenhuma surpresinha.
-Desafiei aceito. -Beijei ele. -Agora vamos descer, antes que essa cama fique mais bagunçada.
-Adoro quando você fala sacanagem entre linhas. -Saiu de cima de mim, rindo, esticou a mão, agarrei e me levantei, dando uma última olhada no quarto antes de ir embora.
Passando pela sala, Al ainda estava parada ouvindo a televisão, pegamos as coisas, Wade deu um beijo na bochecha dela e abriu a porta pra mim. Assim que ele a fechou percebi duas meninas na porta da frente, chegando enquanto estávamos saíndo.
-Oi Wade. -A de cabelo rosa falou.
-Oi Yukio. -Ele disse descendo as escadas, fui atrás dele.

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