Seja Paciente...

Sem Mentiras e Sem Segredos

Loki Povs On
Quando acordei com a luz batendo em meus olhos (o que me fez pensar em; porque não mudar essa cama de lugar?) me levantei, encarando a janela, vendo a neve lá fora, caindo suave e tocando o chão numa dança tão delicada quanto os próprios flocos, mas não aguentei observar por muito tempo, o gelado em meus pés me fez correr pra por duas meias em cada um, me embrulhar com um casaco de lã branca, antes de correr escada a baixo pra acordar Thor e ir fazer um boneco de neve.
Mas quando abri a porta, o quarto estava arrumando e vazio, ou seja, ele acordou cedo o suficiente pra arrumar tudo, mas não foi no meu quarto.
Consegui ouvir a voz de Peter me dizer "Mas... Hey! Não pense negativo!", realmente, talvez ele esteja tomando café e apenas não quis me acordar. Voltei a descer as escadas, parei na cozinha, também vazia, fui a sala, fria e vazia. Thor deve ter ido à faculdade, sem falar comigo, nem mesmo por telefone.
-Ta tudo bem. -Falei com ômega que estava deitado sobre as patas na escada. -Ele só não está num dia bom, ontem foi muito estressante, até mesmo ele fica triste as vezes. -Disse passando a mão sobre seu pelo.
Fui tirado de meus devaneios por meu celular tocando, não atendi, mas logo após veio o som de uma mensagem, está eu olhei, para minha surpresa era de Odin.

“Espero que ainda não tenha tomado café, posso te buscar?”

Um café da manhã com Odin? Claro, vai ser tão agradável quanto pular de um carro em movimento numa ponte, mas depois de ontem e do Estado que Thor chegou em casa, acho que será bom trocar cinco ou seis palavras com ele.

“Pode"           
                                                
Me arrumei, prendi o cabelo, arrumei a cama e desci para esperar. Rápido como um relâmpago, ele chegou e buzinou, sai de casa com um frio na barriga...
Entrei no carro de Odin apenas o cumprimentando com a cabeça.

-Antes, eu gostaria de pedir desculpas pelo meu comportamento.

Não sei se é o espírito natalino, mas aceitei as desculpas de bom grado, o restante da viagem caminho para a cafeteira foi silenciosa, não sei se por medo ou por estar ficando um pouco paranoico, mas estava sentindo uma tensão no ar.
Ao estacionar o carro, sentar em uma das mesas da calçada, pegar o cardápio e escolher só um suco de laranja, Odin também permanecia quieto, algo está estranho, talvez seja a ausência de Thor, nós dois nunca tivemos costume de conversar.

-Deve estar se perguntando o porque deste encontro. -Ele falou olhando o céu.

-Duvido muito que seja apenas para tomar café da manhã. -Disse áspero já sem aguentar esse suspense todo, Odin abaixou a cabeça, começou a observar meu anel.

-É um belo anel, sabe, o da sua mãe é exatamente deste jeito mas a pedra é de um amarelo quase âmbar. -Ele ergueu a mão, alisando o próprio anel, que era um aro grosso de ouro. -O meu era azul escuro.

-As cores combinam com vocês.

-Foi uma guerra para conseguir comprar, minha vida tem sido uma guerra... A empresa e depois sua irmã. -Me encarou, dizem que quando se olha de mais para o abismo, em algum momento o abismo olha de volta pra você, bem, acho que olhei de mais para Odin... -E agora, você.

-Eu? -Por que não estou surpreso?

-Você se tornou meu problema número um... Quanto tempo acha que vai durar? -Se encostou na cadeira, girando o anel no dedo.

-Me perguntei isso um bom tempo.

-Eu aposto em 3 meses.

-Desculpa, acho que não entendi.

-Vou explicar melhor, Thor tem um futuro brilhante pela frente, isso claro,  se você não atrapalhar. -Estava cada vezais surpreso com a direção que essa conversa vinha tomando.