Capítulo 6

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– Eu pensei em alguma coisa útil, – Will disse no dia depois que ela veio.

– O que você pensou? – Eu perguntei.

– Silencio. Se você deixar ela sozinha, talvez ela venha.

– Talvez seja por isso que não está realmente rodeado de garotas.

– Falando com ela não funcionou, funcionou?

Eu tinha que admitir, ele estava certo, então eu decidi fazer o que ele disse. O que me assustava era que ela ainda não tinha me visto. O que ela diria quando ela me visse?

Nos próximos dias, eu estava em silencio. Roseanne ficou no quarto dela. Eu a assisti no espelho. As únicas coisas que ela gostava eram os livros e as rosas. Eu lia todos os livros que ela lia. Eu ficava acordado até tarde da noite lendo, para continuar com ela. Eu nem mesmo tentei falar com ela de novo. E toda a noite, quando eu ficava tão cansado que o livro caia da minha mão, eu deitava na cama, sentindo o ódio dela como um fantasma andando a noite nos corredores. Talvez isso foi uma ideia ruim. Mas que outra esperança eu tinha?

– Eu subestimei ela, – eu falei para o Will.

– Sim, você fez.

Eu olhei para ele, surpreso. – Você acha também?

– Eu sempre pensei que sim. Mas me diga uma coisa, Junghyun, por que você acha isso?

– Eu pensei que ela estaria impressionada com as coisas que eu comprei para ela, a mobília bonita, e as roupas. Ela é pobre, e eu pensei que se eu comprasse para ela joias e coisas bonitas, ela me daria uma chance. Mas ela não quer nada disso.

Will sorriu. – Não, ela não quer. Ela apenas quer a liberdade dela. Você não quer?

– Sim. – Eu pensei em Tuttle, do baile, do que eu tinha dito para Jimin sobre como o baile escolar era prostituição legalizada. Isso parecia tanto tempo atrás. – Eu nunca encontrei ninguém que não podia ser comprado. Isso me faz meio que gostar dela.

– Eu desejo que esse entendimento seja suficiente para quebrar a maldição. Eu estou orgulhoso de você por isso.

Orgulhoso de você. Ninguém nunca tinha dito isso para mim, e por um segundo, eu desejei que eu pudesse abraçar Will, apenas para sentir o toque de outro ser humano. Mas isso seria muito estranho.

Aquela noite, eu deitei acordado mais tarde que o usual, escutando os sons da casa velha. – Arranjo, – algumas pessoas chamariam isso. Mas eu achei que eu escutei passos no andar de cima. Eles eram os passos dela? Impossível, através de dois andares. Mas eu ainda não podia dormir.

Finalmente, eu levantei e fui para a sala de estar do segundo andar, liguei ESPN realmente suave, então isso não aborreceria ela. Eu coloquei um jeans e uma camiseta para fazer isso, o que no passado eu teria feito nos meus boxers. Mesmo que ela se comprometeu ficar no quarto dela para sempre, eu não queria ter uma chance dela me ver mais do que meu rosto. Meu rosto era ruim o suficiente.

Eu quase me entediei para dormir quando eu ouvi uma porta abrindo. Poderia ser ela? Na sala? Provavelmente apenas Magda, ou mesmo Piloto, vagando. Ainda isso soava como se fosse no próximo andar, o andar da Roseanne. Eu decidi não olhar, manter meus olhos colados na televisão então ela não estaria tão assustada com meu rosto na escuridão. Eu esperei.

Era ela. Eu a escutei na cozinha, chacoalhando um prato e um garfo, enxaguando eles e colocando eles no lava louça. Eu queria falar para ela que ela não precisava fazer aquilo, que Magda fazia aquilo, que a gente pagava ela para isso. Mas eu fiquei quieto. Mas quando eu ouvi passos na sala de estar, tão perto que ela tinha que me ver, eu não podia me parar.

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