Capítulo 2

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Papai saiu prometendo estar de volta para o almoço depois de investigar um pouco. Mas o relógio avançou lentamente mais de uma da tarde. Duas. Magda saiu às compras. Eu descobri que era quase impossível comer cereais de café da manhã se você tiver garras. Era difícil comer qualquer coisa, na verdade. Em breve começaria a comer carne crua?

As duas e meia, eu soube que papai não ia voltar para casa. Ele estaria tentando algo para me ajudar? Mas que acreditaria nele? O que ia dizer: Oi, meu filho se transformou numa espécie de besta de contos de fadas? As três, tinha idealizado um plano reserva. Desafortunadamente, incluía Cristal. Liguei para ela.

– Por que não me ligou? – Preciso acrescentar que ela choramingou?

– Estou ligando agora.

– Mas eu esperava que você me ligasse antes, no fim de semana. Contive minha raiva. Tinha que ser amável com ela. Era minha melhor oportunidade. Ela sempre estava dizendo que me amava. Se ela me beijasse, isto podia acabar antes de que meu pai consultasse o primeiro cirurgião plástico. Compreendi que era uma loucura acreditar que um beijo me transformaria, como acreditar em magia. Mas como eu podia não acreditar em magia agora?

– Nena, eu sinto muito. Eu não estava me sentindo bem. Na realidade, acho que eu estava incubando algo na sexta. Por isso estava tão de mal humor – tossi algumas vezes.

– Deve ser isso.

Isso me chateou, mas disse:

– Eu sei. Eu fui um mala, e arruinei tudo, não é? – inspirei profundamente e disse o que eu sabia que ela queria ouvir. – E você estava tão linda na sexta.

Deus, era a garota mais linda que eu já vi.

Ela soltou uma risadinha.

– Obrigada, Jungkook.

– Todos estavam morrendo de inveja me vendo com você. Eu tive muita sorte.

-É, eu também. Escuta, estou no SoHo, fazendo compras com Amber e Heywood. Mas eu podia passar aí depois, talvez. Seu pai não está em casa, não é?

Sorri.

– Certo. Coloque a orelha mais perto do celular. Quero dizer algo, mas não quero que Amber e Heywood ouçam.

Ela sorriu de novo.

– Ok. O que?

– Eu amo você, Cristal – sussurrei. – Eu amo tanto...

– Eu também amo você – disse, rindo como uma boba. – Você nunca tinha dito primeiro.

– Você não me deixou terminar. Eu amo tanto você, que eu a amaria mesmo se você não fosse tão bonita.

– Eh?

-É verdade. Eu a amaria mesmo se você fosse feia. – Ouvi Magda transitando do outro lado da porta. Abaixei a voz para que ela não pudesse me ouvir. – Você me amaria mesmo se eu não fosse bonito?

Outra risadinha.

– Você nunca poderia ser feio, Jungkook.

– Mas se eu fosse. Se tivesse, por exemplo, uma enorme verruga no nariz, você ainda me amaria?

– No nariz? Você tem uma verruga no nariz?

– É só uma pergunta hipotética. Você ainda me amaria?

– Claro. Isso é estranho. Você está estranho. Eu tenho que ir.

– Mas você virá, virá depois aqui?

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