Capítulo 6

139 12 2
                                    

Eu tinha planejado pegar Cristal na limusine, lhe dar o ramalhete, e então colher os benefícios de todos esses planos pelo menos me agarrando com ela na limusine. Além de tudo, meu pai tinha gasto bastante, e achava que essa ia ser a noite mais importante da minha vida. Ser um príncipe devia servir para algo.

Não foi isso que aconteceu.

Primeiro de tudo, Cristal praticamente arrebentou uma veia quando viu o ramalhete. Ou tinha arrebentado, se tivesse tido algum espaço para explodir dentro do justo vestido que ela usava.

– O que você é, cego? – exigiu, seus já tonificados músculos do braço se tencionaram ainda mais ao apertar os punhos. – Eu disse a você que meu vestido era preto. Isso desequilibra as cores totalmente.

– É branco.

– Branco gelo. Imbecil.

– Eu não via como branco gelo podia desequilibrar as cores. Mas estar gostosa tinha seus privilégios.

– Olha – disse. – A estúpida empregada não gostou. Não é minha culpa.

– A empregada? Nem sequer mostrou interesse para ir comprar você mesmo? – Quem compra suas próprias coisas? Eu compro flores em outra ocasião – estendi a caixa com o ramalhete. – É bonito.

– Barato demais – o arrancou de uma vez da minha mão. – Não é o que eu pedi.

Contemplei a caixa do ramalhete no chão. Eu só queria ir embora. Mas, nesse momento, a mãe de Cristal apareceu com toda última tecnologia necessária para tirar quantas fotos estáticas e em movimento de Cristal a minha esquerda, e a minha direita, também ligeiramente na minha frente. A câmera estava gravando e a senhora Olsen, que estava solteira e que provavelmente não se importaria de ser apresentada ao meu pai, cacarejava: – Aqui estão os futuros príncipe e princesa.

Então fiz o que o filho de Sr Jeon faria. Chutei o ramalhete barato para um lado e sorri agradavelmente para a câmera, dizendo as coisas certas sobre o quão linda Cristal estava, o fabuloso que seria o baile, blá, blá, blá...

E depois, por alguma razão, recolhi o ramalhete do chão. Outra pétala caiu, e eu o coloquei no bolso com o primeiro. Levei a caixa comigo.

O baile era no Plaza. Quando chegamos lá, dei minhas entradas a garota que estava verificando. Ela olhou o ramalhete.

– Linda flor – disse.

A olhei para ver se estava brincando. Não estava. Provavelmente estivesse nas minhas aulas, um espécie de garota que parecia um esquilo com uma trança vermelha e enfeites. Não parecia se encaixar no Plaza. Devia ser uma estudante transferida porque eles faziam todo o trabalho duro como recolher as entradas. Obviamente, ninguém a tinha convidado ao baile nem nunca tinha comprado flores a ela, nem sequer uma rosa barata e despedaçada. Dei uma olhada em Cristal, que estava celebrando um alegre reencontro com cinquenta amigos íntimos que não tinha visto desde ontem, já que as garotas tinham tirado o dia do baile para fazer pedicure e tratamento de SPA. Olsen tinha passado a maior parte do trajeto se queixando do ramalhete... não era exatamente o que eu tinha planejado... e ainda se negou a levá-lo.

– Escuta, você o quer? – eu disse a garota.

– Não tem graça – disse ela.

– O que? – tentei lembrar se tinha me metido alguma vez com ela. Não. Não era feia o suficiente para eu brincar, só um zero total, não valia meu tempo.

– Você está brincando comigo, fingindo que vai me dar para depois tirá-la. – Não estou fingindo. Pode ficar com ela. – Era algo raro que eu me preocupasse sequer por uma rosa estúpida. – Não é da cor adequada para o vestido da minha namorada ou algo assim, por isso ela não quer levá-la. Vai murchar, então é melhor que fique com ela – a ofereci.

BeastlyOnde histórias criam vida. Descubra agora