13- Pain

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Justin's Point Of View

New York, Estados Unidos.

Tudo está uma merda.

Para ser sincero, eu não sei o que pensar. Nada disso faz sentido, bem como nada do que esta acontecendo ultimamente. 

Candice... como que isso aconteceu?

Em que momento da minha vida eu passei a ver a minha melhor amiga com os outros olhos?

Candice e eu sempre fomos inseparáveis. Desde o nosso primeiro encontro totalmente estranho, até a vez em que eu a salvei de dar com a cara do chão.

A nossa ligação sempre foi muito profunda, a gente sempre se entendia. A nossa relação sempre foi unicamente de melhores amigos, e nada mais. Até agora...

Eu não consigo mais ve-la dessa maneira.  Não consigo olhar para o seu rosto e nao lembrar da sua expressão de prazer enquanto eu entrava nela, repetidas vezes. Penetrando, seus gemidos...

Mas tão rápido que eu penso nisso, mais rápido eu lembro que eu tenho uma namorada. Um namoro de fachada, um equívoco fodido meu. Se arrependimento matasse, eu já estaria à sete palmos da terra.

Nada jamais será o mesmo.

A única coisa que eu sei que é que preciso dela. Candice se tornou minha droga, e eu sou um viciado.

Candice's Point Of View

Saio da casa de Maeve bem confusa. Tivemos uma conversa estranha, digamos assim. E tudo isso fica martelando na minha cabeça.

Estávamos falando sobre a sua família, ate que seu pai nos interrompeu mandando ela ficar quieta. Eu fiquei tipo "????".

Maeve suspirou mas respeitou o pedido do pai, alegando estar tudo bem. Não entendi nada, mas também nao insisti. Se seu pai não quer que eu saiba, é porque ele tem os seus motivos. E essa é sua privacidade, e eu respeito isso.

Entro na minha casa e vou ate o meu quarto. Procuro a minha caixa, onde guardo algumas cartas, e não acho, me fazendo estranhar.

Isso so pode ser coisa da minha mãe... Ela, como sempre, mexendo nas minhas coisas.

Suspiro e vou ate o quarto dos meus pais. Aposto que esta aqui.

Coloco uma cadeira na frente do roupeiro e subo, vendo a minha bendita caixa bem linda ali.

Bingo.

Pego-a, e acabo deixando alguns papéis cairem. Resmungo e desço da cadeira, colocando a caixa em cima da cama, e ajuntando os papéis.

Sem querer meus olhos percorrem as folhas, e sinto meu coração parar.

É um contrato de adoção. Um contrato de adoção com o meu nome.

Meu corpo todo começa a tremer, e as lágrimas ja descem pelos meus olhos sem controle algum. Eu não posso acreditar do que tenho diante de mim... isso não pode ser verdade. Não pode.

Escuto a porta, e levo os meus olhos ate ela, vendo minha mãe me olhando. As lágrimas caem com mais força, enquanto aperto o papel contra os meus dedos.

— Eu sou adotada? — Sussuro, quase sem voz.

Os olhos da mulher diante de mim se arregalam, e ela rapidamente tenta se aproximar, mas eu me afasto.

Saio correndo, enquanto escuto os seus gritos chamando por mim. Não tenho capacidade de me virar para encara-la, e corro o mais rápido que consigo, e pra mais longe ainda.

𝐷𝑒𝑠𝑝𝑎𝑖𝑟 𝑂𝑓 𝐿𝑜𝑣𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora