7 Srta. Anya Castle

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A Sra. que nos recebeu, se chama Barbara, ela me contou o que houve, o homem que me comprou morreu enquanto eu fazia aquilo nele, pois tomou Viagra para ficar ereto, coisa que não conseguia mais sozinho devido à idade.

Durante o almoço comemos na cozinha junto a ela, ela escreveu também que o Sr. Ivan não aceitou a perda do seu "mestre" e se matou. Ela disse que está preocupada comigo, pois agora eu vou mudar de dono, uma vez que se é vendido nunca mais é livre, não me importo comigo, mas imaginar o futuro dos meus irmãos me tira o sono e a fome.

- Com licença Sra. Barbara. - Fala uma voz, masculina, que quando olho reconheço como um dos acompanhantes do homem que me comprou. Torno a olhar para a Sra. Barbara e vejo que ela abaixou a cabeça. - Preciso tratar de assuntos legais com a Srta. Castle.

Me levanto com receio do que vai acontecer, vejo minhas crianças ainda comendo e só penso em orar por elas. Levanto aparentando calma para não alarmar meus pequenos. Acompanho ele até chegar em uma espécie de escritório.

-Sou Carl Álamo, cuidei da aquisição de vocês e seus irmãos. A Srta. já sabe do falecimento do Sr. White? - Só faço acenar que sim. - A Srta. está ciente que não podemos simplesmente solta-la por questões de mantes o sigilo da nossa comunidade, certo?

Continua acenando com a cabeça.

- Me precavi e trouxe comigo roupas para você e para os seus irmãos, a Srta. deve arruma-los pois ainda hoje será feita a troca de habitação.

- Para onde vamos?

- Para casa do novo dono de vocês, o filho do Sr. White, Christopher White.

***

-Senhorita Castle? - Estou Perdida em pensamentos, desde que entrei por livre e espontânea pressão naquele carro, só consigo achar que desisti do futuro, mas eu vou lutar, tenho que fazer isso e ser forte pelos meus irmãos. - Como a situação é delicada eu a deixarei aqui na porta da residência do Sr. White.

Eu olhei ao redor pela primeira vez, acho que eu deveria estar prestando atenção na estrada para saber que rota que eu deveria fazer ao fugir, mas em momento nenhum eu consegui me concentrar o suficiente para isso. Eu estava atônita, talvez até mais do que quando acordei naquele quarto desconhecido com uma senhora estranha calada em minha porta observando a mim e aos meus pequenos.

O que observei não foi uma porta, ou mesmo, uma casa, até mesmo uma mansão era aceitável vindo daquela gente que tem dinheiro até para comprar outros seres humanos. Mas não, o que vi só pode ser descrito como um castelo, lindamente sombrio, enfeitado com um imenso jardim frontal, acho que a propriedade se estende bem mais que isso, mas eu não saberia dizer, visto que havia uma floresta igualmente linda e sombria rodeando o castelo.

Não discuto com o Sr. Álamo, simplesmente desço com meus pequenos, não preciso pegar mala, não temos mais pertence algum, mas as roupas que eles estão vestindo agora, são melhores que qualquer coisa que já comprei a eles.

Olho de volta o castelo e sigo em direção ao arco de entrada com um filho em cada mão, sei que estão morrendo de curiosidade ansiedade e medo, mas eu mesma estou assim e não sei se tenho condições no momento de acalentar qualquer que sejam seus receios.

- Mãe? - Meu menino me chama, e isso me deixa muito alarmada, minha menina me chama assim quase sempre, mas ele não, ele quer mostrar que é grande e não precisa de mim como sua mãe, que consegue se virar sozinho. - Onde a gente 'tá?

- Lembra do mal-entendido que eu falei que tinha acontecido? - Pergunto a ele, me abaixando e ficando no nível dos dois, quero ter que inventar o mínimo possível, assim é mais difícil ser pega na mentira, e pela quantidade de perguntas que eles fazem eu devo ser mesmo cautelosa. - Eu consegui resolver algumas coisas naquela outra casa, então me mandaram para cá.

Antes que eu me levante começo a ouvir novamente barulho de carro, fico muito aflita, mas tento esconder a minha expressão dos meus filhos.



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