13 Srta. Anya Castle

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Me sinto quente, na verdade com calor, é gostoso, mas está me incomodando, fazendo com que aos poucos eu acorde.

Sinto uma estranha vontade de me aprofundar nessa fonte de calor enquanto vou lentamente emergindo para a consciência, me incomodo um pouco com a claridade em meu olho, e com o peso que sinto em cima da minha cintura.

Me mexo lentamente ao despertar, ainda de olhos fechados, para me espreguiçar. Então sinto o peso em minha cintura me apertar na direção da minha fonte de calor.

Arregalo meus olhos e constato que eu estou deitada de frente para o Sr. White dormindo confortavelmente enquanto me usa de travesseiro, completamente enrolado no meu entorno.

Tento lembrar de todo modo se aconteceu algo de indecente entre nós, mas só me recordo de sentir meu corpo pesar na poltrona extremamente confortável do canto do quarto que sozinho é do tamanho da casa de minha avó.

Ele abre os olhos com um olhar sonolento, pelo óbvio visto que ele acabou de acordar. Ele parece mal me notar enquanto me solta e se levanta da cama indo em direção a uma porta que eu sei que não é a saída.

Não sei de novo o que fazer, afinal, a conversa, ou sabe-se lá o que ele queria ter comigo ontem, não aconteceu. Eu acho.

Depois dele entrar pela porta escuto ao longe som de água, assim suponho que aquele seja seu banheiro particular. Levanto da cama e começo a arrumar onde estávamos deitados. Estou cansada de não saber, e mais cansada ainda da incerteza.

Acabo de arrumar rápido, mesmo que seus lençóis sejam pesados, muito grossos mesmo. Então ele sai de seu banheiro só de toalha me assustando, meu primeiro impulso é fechar os olhos e me virar de costas, mas antes de completar a rotação do meu corpo ouço outro barulho de porta, mas essa não é de bater como a do banheiro ou a de sair do quarto, é uma porta de arrastar. Me viro para procurar a origem do som e saber onde foi o Sr. Christopher.

O encontro nú, porém de costas para mim vestindo uma cueca branca cobrindo sua pele acetinada. Percebo que estou encarando sua intimidade e imediatamente torno a dar-lhe privacidade.

- Faz o que ainda aqui? – Ouço a voz dele, grave ainda do sono, me questionar.

- O senhor me mandou esperar pois ainda tinha coisas a me falar, e eu preciso fazer perguntas, não está muito claro minhas obrigações e minhas disponibilidades. Eu não sei como definir isso, nunca fui... uma... escrava antes. – Mal consegui pronunciar as últimas palavras, e sei que só o fiz pois não precisei encara-lo nos olhos.

- Bem quando mando esperar, penso que é óbvio que seria acordada, ciente para poder receber as instruções que tenho certeza de que precisa. - Ele fala calmo, mesmo que suas palavras dê um tom de repreensão não é isto na realidade, a mim parece simplesmente que está a relatar um fato. – Mas deixa disso. Quero que durma aqui todas as noites, e antes que se arregale esses seus grandes olhos, quero que entenda que não tenho interesse sexual em você. Suas funções como babá se estenderão aos seus irmãos, os documentos deles me foram entregues ontem, mas só tive tempo pela madrugada de matricula-los na escola de minha filha. Irá tomar café, praticar exercícios, arruma-los, almoçará com ele e então os levará a escola, os três. Quero que saiba que tudo de ruim que prejudicar a minha menina pode ser feito também aos teus pequenos. Se comportar-se bem podemos considerar que termine seus estudos, mesmo que em modalidade on-line.

Estou com lagrimas nos olhos, as mesmas lagrimas que me pesaram as vistas por todos esses dias de incertezas que se correram até esta manhã abençoada.

- Sim senhor, e muito obrigada. – Consigo dizer mesmo com a voz embargada.

- Não chores pequenina, já disse que não quero teu corpo, e que não farei mal aos teus filhos. – Ele diz manso, se aproximando de mim. Vejo quando ele levanta a mão, mas só sinto enquanto ele limpa minhas lágrimas. Nunca ninguém fez tanto por mim, mesmo minha avó, só nos mantinha por obrigação e fazíamos de tudo para não zanga-la.

- Estou grata, nunca poderia te explicar como sou, não é perfeito, mas é melhor que tudo que já pude fazer, obrigada.

Ele me olha intrigado, mas acho que desiste da pergunta quando ouviu batidas na porta.




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