- Todos imediatamente para o banho, vou preparar um pequeno lanche para todos. – Olha Agnes calada até agora e pergunto. – Está com fome, sede?
- Eu tinha achado que era exagero seu. Mas você é realmente tipo uma mãe. - Agnes começa a divagar sem olhar diretamente para mim, somente observando a casa e as crianças subindo as escadas. - Como ocorreu tudo isso?
- Anya onde... – Ouço a voz do Chris. – Olha, temos uma convidada. Me chamo Christopher White, seja bem-vinda senhorita? – Eu me viro de costas para encontrar ele com um sorriso discreto em sua face.
- Olá senhor Christopher, sou Agnes Esbroglio. – Sorriso esse que logo some ao ouvir a resposta de Agnes.
- Seu pai é Vicente Esbroglio? – Sua pergunta soa acusatória, quase seca.
- Seria sim se eu tivesse pai, senhor White. – Observo a expressão de Agnes tentando entender o que está acontecendo.
- O que está acontecendo? O senhor conhece a família da Agnes Christopher? – Pergunto tentando capturar o que está sendo dito nas entrelinhas.
– Acho que sim, mas não é um assunto para agora não é senhorita Agnes? – Christopher imediatamente devolve para se esquivar da minha pergunta. – Bem, seja o que for que vieram fazer aqui vou deixa-las a sós e voltar a procura da minha pasta.
- Qual pasta? – Ele tem muitas pastas de couro, e cada uma tem muitos documentos de sua empresa.
- Aquela completamente negra com o trançado na face superior. – Ele explica e imediatamente lembro de tela visto quando arrumava a cama, mas não vi no quarto depois disso.
- Talvez tenha caído de baixo da cama, eu a vi hoje pela manhã, vou olhar no quarto para você. – Digo para Chris, e me viro para Agnes. – Volto já, fique à vontade.
Corro pelos corredores e escadarias em direção ao quarto que durmo, entrando no quarto imediatamente vou até a cama para ver se a tal pasta está mesmo de baixo dos estrados. Para minha total surpresa, não encontro somente a dita pasta como dou de cara com um pequenino filhote de gato deitado em cima dela.
- Oi miau, o que faz aqui? Eu vou precisar dessa pasta. – Estico minha mão até ele vendo seu corpinho pequenino remendo em receio da minha aproximação. Do arrepio vejo ele se arquear e espichar, mas não paro, preciso pegar a pasta. – Calma, eu não vou te machucar, só quero essa sua caminha, sim?
O gato não se convence do que eu digo e silva para mim quando toco na pasta, mas quando começo a puxa-la vejo o filhote saltar sobre a minha mão ferozmente, o pequenino me morde ao ponto de sair sangue, finalmente tirei ele da minha mão, e vejo o estrago feito, sem solta-lo coloco a pasta de baixo do braço e volto para a sala.
- Não é bem assim senhor, eu não... – Ouço a conversa ser interrompida com a minha entrada, mas ignoro o que foi dito. Entro na sala e logo atrás de mim ouço a correria dos pequenos vindo até nós.
- Christopher, não sabia que tinha um gato. – Não sei o que mais me surpreendeu no momento, O rosto preocupado de Christopher que era espelhado no de Artur, a expressão de felicidade que Jasmim direcionava ao gato, os olhos marejados e tristes de Sara olhando minha mão ou, a confusão estampada face da Agnes.
- QUE MERDA!!! – Christopher diz assim que se recupera do espanto. – Vamos agora para o hospital. Isso vai precisar de pontos, você tem todas as vacinas em dia? Acho que vai precisar tomar uma antirrábica. – Ele começa a falar sem para, eu não o interrompo só faço andar até Jasmim para entregar o gatinho que ela não para de olhar.
- Não deixa que ele te morda, ele consegue fazer um bom estrago, digo mostrando minha mão. – Largo a pasta em uma pequena mesa de canto, enquanto me direciono a Sara. – Por que está chorando minha pequena?
- Vucê vai embora? Puiquê vucê se machucou? Eu não quelo que vá embora. – Ela me responde já chorando bastante.
- Eu não vou embora, só preciso ir no médico fazer um curativo. Eu acho que devia estar doendo, mas não consigo sentir direito.
- Por que estão todos parados? Andem logo. – Christopher não parou de falar um instante. – Anya, pequena, você não me respondeu. As vacinas estão em dia?
- Nenhuma das nossas vacinas estão em dia, tinha que escolher como usar o dinheiro e escolhi alimentar eles. As vacinas deles também não estão em dia.
- Vamos logo resolver isso. – Ele parece exasperado com a situação. – Senhorita Esboglio, se quiser nos esperar, acredito que será rápido no hospital e vocês poderão seguir seu cronograma.
- Nunca vi nada no hospital ser rápido, eu volto amanhã se a Anya estiver bem, nos vemos na escola. – Ela diz já indo para a porta, e somente dá um aceno para as crianças de despedida.
- Anya? Tem certeza que está tudo bem? Você não está com dor nem nada? – Ele fica me olhando preocupado, mesmo eu estando calma e com a postura relaxada, eu vi claramente em seu comportamento diferente e modo de falar atípico que para ele não estava nada bem. – Você disse que não estão em dia com as vacinas, mas e os checapes de saúde? – Mal olho para ele antes de ouvi-lo bufar irritado com a resposta não recebida, o fazendo entender claramente s coisas. – Assim que você for atendida faço questão que todos passem por uma triagem para sabermos como estão suas condições de saúde. E isto não está em discussão.
- Claro Christopher, eu agradeço do fundo do coração o que faz por nós. Mesmo que não tenha a obrigação você nos acolheu como família. - Acho que ele precisava voltar ao trabalho, mas gosto de sua presença conosco, me sinto acolhida. - Vamos crianças, vocês ouviram o Sr. Christopher.
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Vendida e Herdada
RomanceHistória Original Wattpad https://my.w.tt/HTPiI1AbE6 Capa by: @beatrizmayara5661 Mesmo após ser sequestrada e semi resgata, Anya ainda persiste com a esperança no futuro, não um futuro para si, mas para seus irmãos menores. Anya foi entregue como...