Capítulo 13: Doces Ou Travessuras?

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Caleb

- Aqui? - Pergunta Noah, do alto da escada.

- Para a esquerda. - Respondo, após analisar o grande cartaz de feliz aniversário que Sally e ele penduravam próximo ao teto.

Nós continuávamos finalizando a decoração da festa, que agora, já estava quase pronta. Era bom ver meu projeto saindo do papel. E por Deus, nós precisávamos de uma distração.

- Ainda não está centralizado? - Sally estava quase pendurada, segurando uma das laterais do cartaz.

- Está sim, bobões, só gostei de ver vocês dois penduradinhos aí, como bananas maduras.

Noah revira os olhos e eles começam a fixar a faixa centralizada, de onde era visível desde a entrada.

Eu pintava algumas pegadas vermelhas no grande tecido branco que colocamos no chão, quando dois pés param perto de mim. Não precisei olhar para cima para saber que se tratava de Dylan.

- Precisa de ajuda?

- Não, obrigado, mas pode ajudar aqueles dois ali, se quiser. - Respondo, ainda sem olhar para ele.

Dylan se agacha e retira o pincel de minhas mãos, lentamente.

- Me desculpe por ter dito aquilo sobre a sua família, Eu não quis...

- Eu sei. - Levanto meus olhos para ele. - Na verdade, sou eu quem devo me desculpar. Devia ter sido mais compreensivo com seus problemas. Não posso me basear em experiências próprias para julgar a situação alheia.

Ele me olhava, como se eu acabasse de dizer algo extraordinário. E na verdade, quem havia me dito aquilo foi Noah. Mas eu merecia um pouquinho de crédito, apenas por ter tido a coragem de repetir.

- Isso mesmo, não se acostume com minha gentileza. - Levanto as sobrancelhas.

- Não vou, não se preocupe. - Ele sorri, e passa a mão pelos meus cabelos antes de caminhar até Sally e Noah.

Não contenho o sorriso que se esboça em meus lábios quando volto a desenhar as pegadas no chão.


Gadrieel

- O que será que ele estava fazendo lá, sozinho? - Diz o que pareceu ser a voz de Eva, bem próxima de mim.

- Eu não sei. Mas olhe como ele está, parece ter sido algo sério. - Comenta Jack. Podia visualizá-lo perfeitamente de pé ao lado da cama, com a mão na nuca.

Sinto um pano úmido tocando suavemente minha testa dolorida. Eu ainda não havia aberto os olhos. Estava me preparando para o que poderia fazer para sair daquela.

Maldito Ishafiel. O que eu diria para eles agora, sem levantar suspeitas?

Eu sabia que aquele cretino me jogaria nos trilhos do trem assim que tivesse chance, apenas não imaginei que fosse tão cedo.

- Espero que ele não esteja sentindo dor. - Ouço o som de água pingando em uma tigela. Ela provavelmente estava torcendo o pano. - Parece ter sido uma pancada e tanto.

Sim, Eva, eu estou com muita, muita dor.

Um suspiro se procede, não pude identificar de quem.

- Vou até Sally, perguntar se ela tem mais alguma coisa daqueles elixires milagrosos que ela faz.

- Veja se tem algo para me fazer voar, também. Assim você não precisa ficar tão preocupado.

As Peças Celestiais: Ascensão (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora