Capítulo 1: À Deriva

314 75 159
                                    

<<< Editado e revisado >>>

Auras e seus significados:

• Azul: Paz de espírito, tranquilidade, calma. Tons mais claros podem representar intuição e imaginação fluída. Já os tons escuros, podem revelar solidão, isolamento e tristeza.
• Laranja: Ambição, orgulho, coragem, alegria, espiritualidade e alto-astral. Porém, a combinação de dois tons de laranja pode representar medo.
• Vermelho: Paixão, sensualidade, excitação, representando o melhor da paixão. Embora, por outro lado, possa ilustrar violência, agressividade e raiva.
• Rosa: Afeto, amor, compaixão e surpresa.
• Verde: Tons claros: sensibilidade, honestidade, calma. Tons escuros esboçam inveja, ciúme ou doença física.
• Cinza: Egoísmo, tristeza, depressão, desequilíbrio, angústia
• Amarelo: Harmonia, felicidade, alerta, medo, cuidado.

Evanora

A música alta atingia meus ouvidos como a adrenalina de um coração pulsante. Todo corpo ali pulava e dançava com euforia, e uma falsa - embora conveniente -satisfação.

Eu estava sentada no bar, esperando que Noah retornasse logo do maldito banheiro, e impedisse que algum idiota tentasse iniciar uma conversa comigo, já que meu senso de imunidade encontrava-se fragilizado naquela noite em específico.

Corro meus olhos por cada um, individualmente, e avisto os demônios vagando dentre eles, pairando em forma de vultos escuros, como um aviso fúnebre.

Galmolik. Esse tipo de demônio era inofensivo à primeira vista. Entretanto, eles eram responsáveis por sentimentos que as pessoas desconhecem a origem, como fadiga, peso em seu corpo, cansaço, e até mesmo depressão e ansiedade. Já outros, poderiam representar a carga negativa oculta nos humanos, como uma perda não cicatrizada, ou algum assunto pendente, que é constantemente ignorado por seu hospedeiro. E, pelo o que eu podia ver, a maioria das pessoas ali não estava realmente feliz.

A garota que beijava ferozmente um cara perto do bar, na verdade, havia acabado de sofrer um aborto espontâneo no dia anterior, certamente por tratar-se de uma gravidez precoce. Mas, ela tinha a total certeza de que aquilo não a afetaria, enquanto ela tivesse o namorado, por quem estava perdidamente apaixonada. Embora sua aura azulada e cinzenta demonstrasse certa tristeza. Me pergunto como ela se sentiria ao descobrir o quão pouco ele se importava coma relação dos dois.

Um garoto dançava com um amigo no canto, perto de uma antiga jukebox. Eles riam, conversavam, mas não se tocavam, apesar do desejo aparente de fazê-lo, que podia ser lido através de seus sorrisos. Ambos continham auras amarelas, o que significava alegria e otimismo, mas também medo e alerta. Provavelmente, não queriam ser pegos em público, e estragar seu saudável e secreto relacionamento, que havia se iniciado há 3 meses. O mundo não era justo. Nem mesmo para anjos, como eu.

Parte da fascinação de ver auras me tirava um pouco a criatividade em imaginar um filme sobre a vida daquelas pessoas. Era um passatempo para mim. Onde estariam indo, ou que faziam durante o dia até irem dormir. Embora a surpresa não existisse, era bom poder decifrar as almas alheias. Poderia fazer aquilo por horas, ou até minha cabeça começar a doer com a rajada colorida e embolorada.

Tomo um gole do meu copo de Coca zero quase vazio, usando o canudo roxo para chegar ao fundo, e penso ter visto o que parecia ser um garoto olhar de relance para mim. Estava escuro e lotado, então, ignorei. Poderia ser qualquer um olhando para qualquer pessoa, afinal, era uma boate numa sexta à noite. A excentricidade era banal.

As Peças Celestiais: Ascensão (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora