Dizem que a pior morte que você pode ter, é sendo queimado. Sentindo seu corpo ser corroído aos poucos, as chamas consumindo cada centímetro de pele. Sentir a dor do começo até o fim, gritar até que sua garganta exploda. Como uma bomba, uma bomba implantada em um carro.
Talvez a segunda morte mais agoniante fosse morrer afogado. Mas não afogado em um rio, ou numa piscina. Ficar sufocado em um mar vermelho, no seu próprio sangue.
Sentir por alguns míseros segundos, seu corpo ficar em chamas, sua garganta ser cortada pelo objeto que se soltou do carro. Ela queimava e se afogava por dentro, com seu próprio sangue. Até que o fogo, tão rápido quanto sua dor, carbonizasse seu corpo.
Muitos pensam em ser algo quando estiverem na flor da idade. Estipular uma meta e segui-lá, até que consiga traçar, através de um sonho.
Antoinette sempre tivera o sonho de ser arquiteta, em pouco tempo se orgulhava de ter construído arranha céus e monumentos que seriam históricos na grande metrópole.
Mas na sua flor da idade, ela viu toda sua vida e de pessoas que ela ama ser destruída por uma perseguição de grandes mafiosos.
Era então aquele o seu fim? Morrer sufocada com seu próprio sangue tendo seu corpo em chamas?
Será?
-Tee Tee? – chamou-a. -Toni, amor. Por favor, acorde! – sentia seu corpo ser balançado em vão. Era como se estivesse em uma paralisia do sono.
Seu corpo não respondia, mesmo há apenas alguns segundos atrás ela ter gritado e dizer palavras inaudíveis despertando Cheryl de seu sono.
-Toni, por Deus! Eu estou aqui! Abra os olhos!
E como em um passe de mágica, ela despertou.
Recuperando todo seu fôlego, imediatamente colocando uma mão sobre o pescoço e a outra no peito. Ela respirava com dificuldade, puxando todo o ar que posse possível. Levantou da cama ficando sentada, ainda com a mão sobre o pescoço, passando por ali, em uma sútil massagem.
-Eu estou aqui, só respire. Foi só um pesadelo.
Sentiu a mão macia tocar no meio de suas costas, subindo para seu ombro. Fechou os olhos e abriu lentamente, só agora se dando conta que estava em seu quarto. Ainda era noite, provavelmente algumas horas da madrugada, o sol não iria nascer por agora.
-Eu estou aqui, vai ficar tudo bem.
Cheryl colocou uma mexa de cabelo que caía atrás de sua orelha, beijando sua orelha. Saindo da cama rapidamente avisando que voltaria logo, certificado se Toni estava bem, pedindo para Alek ficar responsável por ela. O animal estava tão assustado quanto Cheryl, mas permaneceu ao lado de Toni perto da cama.
Sua cabeça girava, seus olhos permaneciam fechados, ela respirava lentamente, tentando regular sua respiração. Nunca sentiu tanta dor como havia sentido. Ainda massageando seu pescoço. Abriu os olhos analisando seu corpo, seus braços e pernas permaneciam intactos, sem nenhuma queimadura sequer. E seu pescoço, sem nenhum corte que levaria sua morte.
Cheryl em passos largos chegou ao quarto com um copo em suas mãos, deixou-o na estante perto da cama e foi para o banheiro, saindo rapidamente de lá com uma toalha úmida nas mãos. Pegou o copo entregando para Toni.
-Toma, vai te fazer bem.
Sem pestanejar, ainda em silêncio, Toni tomou todo o conteúdo do copo. Se dando conta de que era água com açúcar. Entregou novamente o copo vazio para Cheryl que deixou-o na estante. Elevando com o dedo o rosto da menor para poder diminuir o excesso de suor que banhava toda sua pele. Apesar de só uma luminária está ligada, dava para visualizar perfeitamente todo o rosto da arquiteta.
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You Belong with Me (HIATOS)
RomanceCoincidências não são acidentes, mas sinais do universo que podem nos guiar em direção ao nosso verdadeiro destino. #1 Choni 27/08/19