Elisabeth:
Estou farta de depender do chato do Vlad para tudo em minha vida. Ele acha que porque uma humana o traiu todos são iguais a ela. Uns traiçoeiros. Mas eu não vou e nem quero passar o resto da minha vida naquele palácio que acabou virando um lugar tóxico para mim somente para me esconder dos mortais. As únicas pessoas que me entenderam alguma vez na minha longa vida estão mortos agora e Vlad apenas pensa no maldito trono. Meu irmão agora é um monstro que não se importa de mandar matar qualquer um que se meta em seu caminho.
Felizmente, encontrei Cristina e através dos meus encantos consegui hipnotiza-la de modo a me acolher em sua casa. Meus poderes funcionam somente em pessoas de coração puro portanto me sinto mais segura que nunca aqui em sua casa. Por mim viveria aqui para sempre e não voltaria mais para aquele maldito palácio sem vida. Mas sei que é questão de tempo até meu "querido irmãozinho me achar". Já deve ter mobilizado toda a guarda do palácio.
- Não vai comer?_Cris pergunta pois estava tão longe em meus pensamentos que acabei não tocando na comida no prato.
- Estou sim_respondo normal. A verdade é que estava precisando de sangue e a comida humana já começava a me cair mal por não estar assim tão habituada.
- Você está bem Beth?_pergunta segurando meu rosto. Começo a sentir uma tontura estranha até vejo tudo preto e apago...
Cristina:
Já se passaram três dias que Elisabeth está aqui em casa e na verdade estou muito feliz. Já me afeicoei a ela o bastante p'ra tê-la como uma irmã até. Ísis acabou por ligar dizendo que teve uma viagem repentina de negócios e que só voltaria daqui um mês. Estranhei um pouco essa história mas ignorei o facto.
Meu strabalho é o único que tem me esgotado mas sempre que chego em casa e encontro Elisabeth ela acaba me devolvendo as energias com seu jeito louco de ser. Por hoje ser sábado levantei um pouco tarde e preparei logo o almoço. Servi nos pratos mas notei que Elisabeth apenas remechia a mesma no prato e não dava uma grafada sequer. Seus olhos estavam distantes até que me pronunciei.
- Não vai comer?
- Estou sim_ela responde distraída. Estranho sua resposta fora do contexto daquilo que perguntei
- Você está bem Beth?_pergunto segurando seu rosto está mais pálido que o normal. Ela não responde nada e começa a revirar os olhos que se tornam completamente vermelhos até que acaba por desmaiar.
Rapidamente a levo para o andar de baixo e peço que chamem um táxi. A sorte é que de casa para o hospital é só uma pequena distância e o trânsito cooperou. Ao chegar lá ela foi rapidamente atendida felizmente e eu fiquei aguardando respostas. Nem o número de um responsável de sua família Elisabeth quis me dar alegando não ter ninguém. Mas sei que isso é mentira sua pois também já disse isso só para não ser tirada do local onde me sentia a vontade.
- Cristina?_pergunta uma médica olhando para os lados e reparo que ela está querendo saber quem é Cristina.
- Sim? Sou eu_me pronuncio chamando sua atenção
- A Elisabeth já se recuperou e foi só uma queda de pressão. Assim que acordou chamou por si. Já pode vê-la_diz e faz um sinal para que a siga. Levo minha bolsa e sigo ela até um quarto encontrando Beth na cama com uma aparência já melhorada.
- Como se sente querida?_pergunto sentando ao seu lado
- Bem melhor. Já podemos sair daqui até_ela diz aflita e não entendo porquê
- Tudo bem_digo para ela - Ela já está liberada?_pergunto a médica que olha para Beth de uma forma esquisita e depois me encara
- Não. Vai precisar ficar para fazer alguns exames_diz com sorriso cínico
- Tudo bem_apenas digo
- Licença_ela diz e sai. Quando a médica desaparece de nossas vistas Elisabeth revira os olhos
- O quê você aprontou para essa moça?_pergunto duvidando. Elisabeth se mostrou muito esperta e problemática
- O pior é que não fiz nada. Ela que é uma louca_diz irritada
- Ela te fez alguma coisa?
- Não. Não fez nada. Deixa pra lá. Bobagem minha_diz desinteressada mas sei que esconde algo.
- Elisabeth não minta para mim_a encaro
- É serio Cris. Não foi nada tá?
- Tá bom_respondo porém contrariada. - Eu vou pegar algo para você comer. Não saia daqui_digo e ela assente.
Vou até a lanchonete do hospital e encomendo uma sandes junto com um suco natural. Ao passar da entrada principal do hospital noto alguns homens todos vestidos de preto entrando em direção do quarto onde está Elisabeth. Me aprecei para alcançar o quarto preocupada com Elisabeth mas eles foram mais rápidos e para piorar a situação estavam indo precisamente para o quarto onde ela estava. Assim que cheguei no quarto tinha um homem bastante forte e de cabelos longos virado de costas para mim e cercado de outros homens. Ele gritava com Elisabeth e aquilo me enervou. Imaginei logo o pior. E se fôr alguém que abusou dela? Me pergunto mentalmente. Ele apertava o pulso dela e Elisabeth se debatia.
Sem hesitar entrei no quarto feito um furacão e passei pelos homens sem que eles tivessem tempo de me segurar. A cara de Elisabeth mudou assim que me viu entrar. Como se eu tivesse feito até a coisa errada por estar naquele quarto. Mas não me importo com nada no momento. Somente em salvar a ela desses homens que provavelmente são bandidos.
- Não se atreva a tocar em Elisabeth_grito tirando a mão desse homem do braço de Elisabeth com brutalidade.
O homem me lança o olhar mais mortal da face da terra. Se estou com medo?! Sim. Muito medo. Mas não podia ver essa situação se passando com Elisabeth e não fazer nada. O homem continua parado onde está olhando para mim com raiva como se quisesse me matar. E eu reparava em seus lábios finos, seus olhos que demonstram autoridade e seu corpo enorme. Sua beleza é visível a quilómetros mas seu aspecto se iguala a de um demônio. Seus olhos negros são assustadores demais. Eu sabia que a primeira reação que esse homem teria, seria me matar mas pelo menos seria por uma boa causa. E além de que não faria diferença nenhuma a minha morte. Eu continuava encanrando seus olhos que se tornavam cada vez mais difíceis de olhar devido a intensidade neles mas aínda assim não desisti. Continuei o encarando até que num gesto rápido ele invade meu pescoço com sua mão e começa a apertar me fazendo sentir o som de meus ossos serem estrangulados aos poucos.
- Quem acha que é para agir assim comigo sua nojenta?_diz me olhando com o maior desprezo e raiva do mundo.
- B-Beth...f-foge_é o único qu consigo dizer mas ela não o faz
- Larga ela Vlad. Solta a Cris agora senão nunca mais irá me ver_Elisabeth diz gritando com raiva. Quer dizer que ela conhece o homem.
Ele não tira seus olhos de mim um segundo sequer apesar de ter escutado perfeitamente as palavras de Elisabeth e continua apertando meu pescoço até eu sentir meu ar se tornar um fio a cada segundo que passava e acabo desacordada...