V:

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"Cristina":


Acordei em um lugar totalmente desconhecido. Estava em um quarto com estilo extremamente gótico e assustador demais para o meu gosto, mas num tanto luxuoso. Notei que meus pulsos estavam presos a cama através de cordas bem fortes e não conseguia me mover. Comecei a remexer para tentar soltar a corda de mim mas não consegui. E nisso tudo apenas pairava a imagem de Elisabeth sendo segurada o braço brutalmente por aquele monstro que estava no hospital, em minha mente.

- Acalme-se_diz um homem entrando no quarto do nada fazendo meu coração quase pular de tanto susto. Ele entrou bastante rápido demais. Um homem que aparenta estar nos seus 40 e poucos anos

- Quem é você?_pergunto sem tirar os olhos dele e acompanhando cada um de seus movimentos

- Quem sou eu é o que menos importa agora. Preocupe-se com o que será de sua vida agora_diz remexendo em uma gaveta qualquer de onde tira uma faca. Meu Deus o que esse homem vai fazer com essa faca?

- Onde estou?_pergunto mas em vão pois não obtenho resposta apenas uma gargalhada irônica. Ele vem até mim e desamara a corda que me amarrava.

O silêncio paira no quarto frio e de tom escuro por um certo tempo até que não aguento mais de tanto medo e angústia e acabo por sair correndo do quarto. Eu não sei onde estou nem como vim aqui parar mas só sei que tentei achar a saída do lugar enorme onde estou. Eram mais portas e portas até que avistei o topo de uma escada. Era uma longa escadaria a qual desci com pressa e ao chegar no final me deparo com uma sala enorme e sem nenhuma mobilia apenas quadros sinistros e objetos de enfeite nos cantos. Achando finalmente ter alcançado minha liberdade eu sou apontada com longas espingardas de homens que parecem ser guardas. Só que guardas reais. Vestidos todos de preto e com suas peles esbranquiçadas demais assim como o homem que me soltou. Dou passos para trás com as mãos no ar como sinal de rendição e o homem de a pouco aparece com um sorriso no rosto.

- Eu acho melhor que a madame se comporte bem. Não vai querer provocar o meu amu(pessoa pela qual se é obediente e fiel até a morte)

- Eu tó nem aí pra o teu amu ou seja lá o que fôr. Eu só quero sair daqui e junto de Elisabeth_digo seria.

- Não grite. Volte para seu quarto. Mais tardar entenderá tudo isso

- Eu quero ver a Elisabeth!_grito descontrolada. O que fizeram com ela? - Onde está ela?_grito aínda mais. Ao elevar mais minha voz os guardas me ameaçam com suas espingardas e o homem a minha frente faz um sinal para que baixem.

- Volte para seu quarto por favor_diz perdendo o controle

- Elisabeth!_grito por ela - Elisabeth!

+

- O que está acontecendo aqui?_diz uma voz me fazendo despertar todos os sentidos de alerta em meu corpo. É ele! O maldito homem que estava maltratando Elisabeth no hospital.

- Nada que eu não possa resolver vossa alteza. Pode voltar para sua sala_responde o homem que me desamarou

- Onde está Elisabeth? Eu quero saber onde ela está agora_digo o enfrentando e sem saber de onde saiu essa coragem. Cristina você quer morrer só pode. Onde já se viu enfrentar o próprio capeta?

- O seu maldito lugar é no quarto. Então suba imediatamente e volte de onde saiu_diz calmamente porém sua raiva é notável e eu sinto minhas pernas extremesserem por tanto medo que sinto. Mas decido não deixar esse homem me intimidar

- Eu só quero ver a Elisabeth. Quero me certificar de que ela está bem_digo porém com um tom mais baixo. Minha coragem está num fio agora.

- Quer vê-la?_pergunta com tom sarcástico

- Sim_respondo sincera

- Então tá_diz vindo em minha direção e prende seus longos cabelos em um rabo de cavalo e em seguida me carrega me surpreendendo com sua força. Não é nada fácil me carregar.

- Para onde está me levando?_pergunto com medo do que ele possa fazer. Tento descer mas ele me prende e continua subindo a longa escadaria

- Afinal não quer ver Elisabeth?_pergunta sem desviar o olhar do fim das escadas

- Quero, mas...

- Então o que acha que estámos indo fazer?_ele responde convencido. Ele deve achar que eu estava pensando em outras coisas e por isso coro na hora.

Ao chegar no topo das escadas vamos em direção dos quartos e entramos num quarto com tema roxo e preto onde está dormindo Elisabeth. Ele me coloca no chão e eu respiro fundo por ver que Elisabeth está bem. Ela dorme feito um anjo. Me sento ao seu lado e começo a fazer carrinho em seus cabelos como Elisabeth pede para que eu faça sempre que ela dorme.

- Chega. Já viu que Elisabeth está bem. Agora vá até seu quarto_diz o brutamontes me puxando pelo braço mas eu nem sequer luto com o mesmo. Apenas vou com ele pois o mais importante que era ver se Elisabeth está bem já está.

- Quando é que vão me deixar ir embora?_pergunto quando chegamos na porta do quarto em que acordei

- Se depender de Elisabeth nunca. Mas por mim você iria agora mesmo. Odeio gente da sua raça_diz parecendo ser sincero. Ignoro sua sinceridade e foco em suas palavras

- Da minha raça?_pergunto confusa

- Você ainda não notou né?_pergunta gargalhando não sei de quê

- Não estou entendendo

- Tanto eu quanto Elisabeth somos morois. Entre outras palavras somos vampiros_ao terminar suas palavras se aproxima de mim e mostra suas presas me deixando completamente apavorada. Um vampiro? Tudo começa a fazer sentido em minha mente. Ele me puxa pela cintura e lambe meu pescoço. Imploro a Deus para que isso tudo não passe de uma brincadeira de mau gosto. É óbvio que vampiros não existem

- Não me faça mal por favor_imploro já choramingando feito um bebê

- Seu vitae cheira a rosas_diz ignorando o que falei

- Me solta!_grito apavorada e empuro ele. Tento correr o mais longe possível mas sou puxada antes que dê o terceiro passo sequer.

- Você não vai a lugar nenhum_ele diz com seus olhos totalmente vermelhos

- Me solta por favor_tento me soltar dele mas suas mãos são fortes demais

- Porquê você me traiu?_ele pergunta como se eu o tivesse machucado.

- Você está me confundindo_digo olhando seus olhos que estão extremamente vermelhos e lacrimejados

- Foi por culpa sua que perdi eles!_ele aperta meu pescoço e começa a apertar com tanta força que começo a apanhar tonturas

- Solta ela Vlad!_a voz de Elisabeth soa fazendo com que ele me solte e eu caiu duro no chão tentando recuperar o ar que perdi.

- Cris, você está bem?_sinto as mãos de Elisabeth me segurando e eu apenas abano a cabeça num "sim".

- Deixa essa maldita humana fora do meu alcance Elisabeth. Isso é tudo culpa sua por tê-la trazido aqui. A mantenha longe de mim se não quiser sua nova amiguinha crucificada_diz com raiva nos olhos e sai de fora do meu alcance me deixando com Elisabeth no longo corredor.

- Vem Cris. Eu te ajudo_Elisabeth diz me ajudando a levantar e me encaminha até o quarto.

- Eu quero que você me explique o que é tudo isso Elisabeth. Eu abri as portas da minha casa pra você e o mínimo que mereço é uma explicação_digo assim que adentramos no quarto e sentamos na cama.

- Tá bom Cris. Mas antes de tudo eu peço que você me perdoe...._ela diz com seus olhinhos fixados nos meus e eu faço sinal para que continue...






















VLAD: O NOSFERATUOnde histórias criam vida. Descubra agora