XXII:

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- QUE MERDA ACONTECEU HEIMDELL?_pergunto fora de mim ao ver o corpo de Cristina desacordado em minha frente.

- Isso não lhe diz respeito. Entregue-nos Cristina e tudo ficará bem_ele fala e minha vontade é de executar este homem.

- Cristina é minha e vocês não a tomarão de mim. Diga-me o porquê de elas terem desmaiado Heimdell_digo aguardando sua resposta - AGORA!_grito ao ver que ele não se limita a responder

- Ramonda e Cristina são familiares directas e devido ao poder que uma e outra tem a tensão em seus corpos causou esta espécie de impacto as fazendo desmaiar. O mesmo aconteceu anos atrás com Ramonda e sua irmã. Valentina. É normal que elas passem horas ou até mesmo dias assim_ele conclui

- Leve Ramonda e voltem de onde vieram_digo carregando Cristina em meus braços.

- Escute aqui Vlad!_diz Heimdell segurando meu ombro de forma bruta. - Eu não aceitaria voltar para este lugar se não fossem por razões fortes. Você acha que eu estou feliz em ver você novamente? Claro que não. Então trate de deixar seu orgulho de lado assim como eu estou deixando o meu e vamos nos sentar e conversar como dois cavalheiros. Acha que estou contente em ver minha esposa e sobrinha desacordadas agora? Saiba que seus inimigos não somos nós pois queremos o bem para todos também. Principalmente para Cristina_ele diz de forma rígida. Confesso que ele tem toda a razão e apesar de eu não ter ido nunca com a cara de Heimdell ele sempre foi um inimigo justo e a altura - Eu nunca fui seu inimigo_ele diz me fazendo constatar que não sou o único com o dom de ler pensamentos.

- Você tambem...

- Ordene seus guardas que levem elas para um dos aposentos e não as separem_ele diz interrompendo minha fala. Decido ignorar o facto de ele ter me interrompido e ordeno aos homens que façam o que ele disse. Especialmente Lóftus que está a um passo de ser executado.

- Se alguém passar por você e entrar no quarto onde estão Cristina e Ramonda esquecerei sua lealdade e mandarei executá-lo_digo a Lóftus que se limita a acentir apenas.

- Siga-me_digo para Heimdell e seguimos em direção a um local mais reservado no palácio.

Ao chegar no sítio nos sentamos e faço um sinal para que ele inicie o diálogo...

"Ramonda's POV":

Acordo sentindo uma forte dor de cabeça e com ela um latejar me impossibilitando de enxergar direito. Mas aos poucos minha visão vai melhorando e noto estar ao lado de minha querida sobrinha. Cristina. Mas a raiva toma conta de mim ao ver uma estranha tentar colocar a mão nela e me apresso em para-lá. A mulher faz cara feia para mim mas não importo e trato logo de coloca-lá em seu lugar. O olhar que ela lançara para minha sobrinha não me pareceu tão pouco amigável ou gentil.

- Quem é você?_pergunto me levantando

- Me solte sua bruxa!_a mulher grita soltando seu braço de minha mão que antes a segurava. Consegui distinguir logo de que tipo se tratava. Era provavelmente uma feiticeira real. Sempre se achando melhores que nós bruxas.

- Perguntei quem é você?

- Isso não é da sua conta

- Não é mesmo mas desde o momento que minha sobrinha esteja dentro me diz respeito sim. O que iria fazer com ela?_pergunto segurando o braço dessa mulher fortemente.

- Me solte sua bruxa. Está me machucando! GUARDAS!_ela começa a gritar estericamente e em frações de segundos os guardas aparecem no quarto e junto com eles Heimdell e Vlad.

- O que está acontecendo aqui?_Vlad se pronuncia gritando

- É essa bruxa que estava me agredindo e sei lá o que ela queria fazer comigo. Se não fossem os guardas..._ela vai falando mas a corto

- Cale-se. Você estava prestes a atacar minha sobrinha e eu evitei_digo enquanto Heimdell vem ao meu lado e cerca seu braço em minha cintura.

- Isso é mentira Vlad_ela diz fingindo ser inocente e se acanha no braço de Vlad. Já entendi tudo! - Você não deve confiar nessa gente. Eles são perigosos. Ela queria me atacar!_ela me acusa e quando estava prestes a usar um feitiço nem tanto perigoso nessa mulher apenas para educa-lá Heimdell percebeu e segurou minha mão.

- Acalme-se!_ele diz baixinho de forma que só eu pudesse ouvir.

- Ramonda isso é mesmo verdade?_Vlad finalmente se pronuncia

- Ah faça-me o favor! Eu não irei repetir o que já confirmei uma vez. Acredite em quem quiser Vlad_digo farta da situação. Não irei me rebaixar dessa forma. Minha palavra vale mais que a de esta mulher.

- Akisha saia daqui. Depois conversaremos_Vlad diz. Enfim uma boa atitude desse homem.

- Mas Vlad eu...

- Saia!_Vlad a corta e ela sai enervada.

- Hmm!_Cristina geme chamando nossa atenção para ela. Me aproximo dela antes que Vlad chegasse e acaricio seu rosto.

- O que aconteceu?_ela pergunta recuperando os sentidos.

- O que está sentindo meu amor?_Vlad pergunta para ela enquanto se ajoelha ao seu lado e segura sua mão. Pude notar de imediato o olhar de Vlad para com Cristina. É o mesmo que vi anos atrás vindo do próprio Vlad para minha irmã. Um olhar num tanto carregado de preocupação e paixão juntos.

- Minha cabeça dói. Dói muito_as palavras de Cristina me afastam de meus pensamentos. Volto minha atenção para ela.

- Isso é normal minha querida. Não tarda irá passar_digo e quando ela olhou para mim não pude evitar a emoção que senti no momento. Sinto meu coração queimar ao encarar seus olhinhos cheios de dúvida e a primeira sei qual é. Quem sou eu?

- Desculpe mas quem é você?_ela pergunta com um meio sorriso

- Eu e Vlad vamos deixar vocês duas a sós. Depois retornaremos_Heimdell diz me lançando um olhar cúmplice e puxa Vlad junto consigo. É claro que Vlad foi contrariado.

- Minha querida eu não quero assustar você nem forçar você a nada mas há muita coisa que precisa ser esclarecida à você

- Como?_ela pergunta como se já esperasse estas palavras vindas de mim

- Como por exemplo... que eu sou sua tia meu bem_digo com um certo receio de sua reação mas depois de um tempo onde Cristina parecia procurar respostas ela me deu um sorriso. Um sorriso acolhedor. Igual eu imaginei desde o momento que descobri sua existência. O mesmo sorriso de Valentina. Elas são tão idênticas!

- Irmã da Valentina?_ela pergunta com os olhos brilhando mas ouvir ela chamar assim sua mãe faz meu coração apertar.

- Exacto. Irmã de Valentina. Sua mãe_digo a última parte acariciando seu rosto e ela sorri porém desfaz o mesmo sorriso ao me ouvir pronunciar "sua mãe". Eu já imaginava.

- Nós temos muito para conversar meu bem. Muito..._digo olhando para ela que retribui meu sorriso

- Minha tia..._ela sussurra para sí como se não acreditasse no que eu acabara de dizer

- Cristina meu bem_chamo sua atenção e ela me encara - Você tem um destino seguir. Deveres a cumprir

- Como assim?_ela pergunta e suspiro

- Você deve assumir o seu lugar no trono minha querida. Você tem sangue azul correndo em suas veias e deve dar continuação ao nosso legado.

- Eu não tenho capacidade para isso_ela diz levantando nervosa. Eu já imaginava isso também.

- Meu bem, quando eu assumi aquele trono eu era tão jovem de mente quanto você. Eu não estava pronta pois assim que...que sua mãe se foi eu tive de ocupar o lugar_digo com falha pois é um assunto que até hoje me dói bastante. A morte de minha irmã. - E eu estou aqui para te ensinar tudo o que sei. Você tem o meu apoio e o de seu tio. Estámos aqui pelo nosso povo mas principalmente por você_digo chegando perto de si e acariciando seu rosto. Ela precisa aceitar. Esse é o destino dela.

Depois de muito tempo aguardando sua resposta ela finalmente se pronuncia...

- Está bem tia. Eu aceito_ela diz decidida e sorriu com isso.

Dou um abraço nela ao qual ela retribui carinhosamente...




























VLAD: O NOSFERATUOnde histórias criam vida. Descubra agora