UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte dois]

cento e setenta e oito¡! ♡

Sina.

Isso não pode ser real! Sinto um arrepio percorrer o meu corpo inteiro quando vejo Josh beijando a mão de outra mulher. Ele parece tão feliz. As lágrimas ameaçam sair quando recordo suas palavras antes de ir embora. São horríveis e me causaram muita dor. Só Deus sabe o quão triste fiquei.

Com o coração acelerado, me volto para Noah e Any. Não sei se repararam no meu estado. Tento pegar o celular mas o derrubo no chão por estar tremendo. Respiro fundo buscando calma. Está tudo bem, Sina. Guardo o aparelho no bolso e me levanto já indo em direção ao banheiro.

Ao entrar lá me apoio na pia e me permito chorar. Vê-lo após todos esses anos foi um golpe brutal. Não estava preparada. Uma angústia me invade e eu coloco a mão sobre o peito como se isso fosse aliviar. Começo a sentir falta de ar. Me vem na mente a maldita lembrança daquela fatídica noite.

FLASHBACK ON

Chegou o momento! Não posso mais adiar essa conversa. Respiro fundo antes de apertar a campainha. O frio na barriga só me deixa mais inquieta. Vejo uma silhueta se aproximando da porta. Úrsula abre um sorriso enorme ao me ver. A cumprimento e aguardo o meu namorado na sala.

— Amor, o que faz aqui?

— Hoje mais cedo eu te falei que tinha algo importante para te dizer.

— Sim, me lembro.

— Então... — mexo no cabelo nervosamente. — Há algum tempo estava me sentindo mal e logo pensei na noite do baile.

— Você não gostou da nossa transa?

— Josh, é exatamente isso que venho te falando há dias mas você não dá ouvidos. Eu não lembro de absolutamente nada.

— Achei que pelo simples fato de termos feito sexo você estaria feliz. Nem precisava se recordar.

— Tem noção do que está falando? — coloco as mãos na cintura indignada.

— Não vamos discutir sobre isso de novo, né?

— Tem razão. Afinal, preciso que você me ajude nesse momento.

— Claro, minha linda. — pega minhas mãos e as beija. — Diga.

— Depois disso, eu passei muito mal e não só foi uma vez. Minha mãe ficou preocupada, óbvio. Me levou para uma clínica e descobrimos uma coisa.

— Está doente? — é evidente sua preocupação.

— Pior! — engulo em seco. — Eu estou grávida.

Ele começa a gargalhar como se tudo que eu tivesse dito ali fosse a piada mais engraçada do mundo. Achei que sua reação seria outra. Choque, talvez. Quando enfim para de rir, ele percebe que estou séria e seu sorriso some aos poucos.

— Você está falando sério?

— Claro que sim.

— Isso não é verdade. — diz desacreditado.

— O médico disse que estou com oito semanas. O tempo exato da formatura.

— VOCÊ ESTÁ MENTINDO!

Seu grito me assusta fazendo com que eu recue alguns passos. Está enfurecido. O loiro mexe no cabelo e anda pela sala visivelmente alterado. Não era dessa forma que eu queria que as coisas acontecessem. Tento manter a calma, mas não dura muito tempo.

— Você vai tirar.

— O quê? — elevo o tom da voz completamente chocada.

— Posso ver uma clínica clandestina ou você pode se machucar, bater na barriga, sei lá.

— Você ficou maluco?

— Não podemos ter essa criança, Sina!

— Eu não vou fazer isso.

— Isso vai estragar todos os meus planos. — começa a andar de um lado para o outro.

— Você prefere a escola de dança no Canadá do que me apoiar?

— E quanto a mim? Você está apoiando, por acaso?

— PARE DE PENSAR APENAS EM SI MESMO! — grito a plenos pulmões. — Estou cansada de lidar com tudo sozinha.

— Do que está falando?

— Não se faça de sonso. Quando você levou bebida alcoólica para a escola, eu assumi a culpa para livrar a sua pele. Quando roubou o gabarito das provas. E quando colocou a maconha na marmita da professora de história.

— Essa última foi ideia do Tony.