cento e oitenta e oito¡! ♡

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Noah.

Puxo a cadeira para ela se sentar e vou até o meu assento. Seu olhar de admiração pelo lugar me deixa mais tranquilo. Decido brincar recriando um momento daquela noite, onde nós conhecemos. Coloco o cardápio na altura do rosto deixando apenas os meus olhos à mostra, a encarando. Quando levanta o olhar para mim, cai na risada.

— Palhaço.

— Você quem começou. — joga um pano em mim. — Já sabe o que vai pedir?

— Eu vou querer... — dá uma olhada.— Cavatelli Alla Norcina.

— Boa escolha.

— Espero que seja tão bom quanto parece.

— Você vai amar.

Chamo o garçom e faço os pedidos. Assim que o rapaz sai percebo que ela está me filmando. Sorrio para a câmera e pego em sua mão, logo em seguida a beijando. Me sinto um bobo apaixonado em um filme de romance. Nem quando namorava Any era dessa forma. A que ponto eu cheguei?

— Eu estive pensando...

— Por favor, não me peça para voltar à delegacia.

— Não, amor. Jamais iria te pressionar. Só faça a denúncia quando se sentir pronta, certo?

Assente tristemente. Fomos na delegacia na sexta-feira mas ela passou mal quando estávamos no carro. Disse que não consegue. Me parte o coração vê-la nesse estado. Isso tudo é culpa daquele desgraçado! Eu o odeio com todas as minhas forças. Se algum dia eu voltar a vê-lo, não sei se serei capaz de me controlar.

— O que você queria me falar?

— Ah, sim. — ajeito minha postura. — Quero levar você e a Lele para Orange. Minha avó quer conhecer as duas.

— Isso é sério? — sorri.

— Sim. Comentei sobre vocês outro dia e ela ficou tão animada.

— Claro, eu também quero muito vê-la.

— Podemos ir neste final de semana, o que acha?

— Acho ótimo. — o garçom traz nossos pratos e nos serve. — Mas você sabe que não posso permanecer aqui por muito tempo, não é?

— Você volta a trabalhar só em fevereiro.

— Eu sei, mas preciso voltar.

— É o Steven? — assente.

— Meus pais disseram que eles irão no hospital na semana que vem. O médico quer que ele faça alguns exames.

— Espero que ele fique bem.

— Tenho medo de que seja algo grave.

— Não é. — bebe um gole de água. — Vai dar tudo certo.

— Deus te ouça.

Ela dá uma garfada em sua comida e suja o rosto. Eu não consigo evitar dar risada disso. Pego meu celular no bolso e tiro uma foto. Sua expressão confusa me faz rir ainda mais.

— O que foi?

— Tem... Um... Pouco de molho na sua bochecha. — antes que eu levasse o pano até seu rosto para limpar, ela o toma de mim.

— Nem ouse fazer isso!

— Mas eu...

— Ah, por favor. — revira os olhos enquanto limpa. — Esse clichê ninguém aguenta mais.

— Você é hilária.

— Sou demais. — joga o cabelo que está em seu ombro para trás.

— Está se achando muito, sabia?

— Tenho um excelente professor.

Dá uma piscadela e volta a comer. Eu finjo estar chocado com a sua atitude, mas faço o mesmo. Passamos o jantar inteiro com muitas provocações e risadas. Me sinto tão bem com sua presença. Se antes eu tinha dúvidas sobre nós dois, não há mais. Ela é a mulher que eu amo.

Pago a conta e decido levá-la em um lugar especial para mim. Dez minutos depois, estaciono em frente da escola de dança do Kyle. Suspiro ao ver a fachada do prédio. Depois de três anos estou de volta ao início de tudo. Abro a porta e vou caminhando com Sina em meu encalço. Sorrio observando o local, detalhe por detalhe.

— Foi aqui que tudo começou.

— O Five Night?

— Sim. Na noite do dia sete de novembro de 2016, eu e os outros estávamos nessa mesma sala conversando sobre sonhos. Então descobrimos algo em comum.

— A música. — completa.

— Quando eu contei que já tive uma banda com os meus amigos na infância, Sofya teve a ideia de montarmos a nossa. No início não foi levado a sério. Era somente um passatempo.

— Então a Heyoon apareceu.

— Parece que Deus fez com que ela passasse ali naquele exato momento em frente à garagem da casa do Krystian. Cantamos I Want, do One Direction. Era só um ensaio, nunca íamos imaginar que nossas vidas mudariam a partir dali. — me sento no chão.

— É impressionante como cresceram tanto em tão pouco tempo.

— Às vezes eu acho que tudo é um sonho do qual eu irei acordar a qualquer momento.

— Entendo... — se senta ao meu lado.— Sempre quis ser cantora. Muitas vezes me pergunto qual a sensação de estar no palco, ver a multidão cantar junto com você e ter suas músicas tocando em todos os lugares.

— Você vai conseguir, meu amor. No momento certo, seu sonho irá se realizar. — me levanto a puxando. — Quero aproveitar que estamos aqui para fazer uma coisa.

— O que?

— Aceita dançar comigo?

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora