UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte dois]

cento e oitenta e cinco¡! ♡

Sina.

Decido me sentar no batente que tinha ali e esperar um pouco antes de voltar para a praça onde estávamos antes que eu viesse para a casa da Heyoon. Minha bochecha está vermelha e marcada. Logo começo a chorar enquanto observo o céu. Está limpo e com um tom de azul lindo. Será que Deus está me vendo?

— O que o senhor quer de mim? — sussurro.

Os pensamentos negativos me assombram. As palavras de Josh antes de partir ficam martelando em minha cabeça. Eu não posso continuar. Sou a responsável por causar tantos problemas. Ainda com o rosto banhado em lágrimas, me levanto e vou direto para o apartamento. Envio uma mensagem para Noah pedindo que leve Lele para lá.

Ao chegar na residência de Any, vou em direção ao banheiro. Lá procuro por um objeto cortante. A essa altura já estou soluçando. Uma dor avassaladora no meu peito me faz parar. Me encosto na parede e tento controlar a minha respiração. Ponho em prática a técnica de respirar pelo nariz e soltar pela boca.

Levanto o olhar para o armário que fica em cima da pia. A lâmina de barbear está ali bem escondida em uma das prateleiras. Com as mãos trêmulas pego e respiro fundo. Um barulho vindo da sala acaba me assustando e eu o derrubo no chão. As vozes de Noah, Any e Lele são ouvidas. Hora de colocar a máscara feliz, Sina.

Molho o rosto e fito minha imagem refletida no espelho. Os olhos vermelhos, as olheiras profundas logo abaixo, a marca dos dedos de Heyoon estavam quase desaparecendo. Depois de pegar o barbeador do chão e devolvê-lo ao lugar onde estava, saio em direção à sala.

— Mamãe... — ao me ver, minha filha vem correndo até mim. — Vucê tava cholando?

— O que aconteceu? — Noah vem até nós e analisa o meu rosto.

— Nada, está tudo bem.

— Não é o que parece.

— Como foi a conversa com ela? — Any questiona.

— Foi difícil.

— Bom, na primeira tentativa não é de se esperar muita coisa.

— Primeira? — digo abismada. — Eu não vou mais falar com ela.

— Por que?

— Eu disse que ela era irredutível. — o moreno diz e suspira.

— Ela vai ceder, eu sei que vai.