Any.
Percebo a expressão de Noah mudar ao ouvir o nome de Josh. Ele me olha brevemente notando minha tensão. Desfaz o contato e passa o seu braço direito por cima dos meus ombros em um gesto protetor. Beauchamp me olha com um pequeno sorriso. Credo! Espero que ele fique longe de mim durante o resto da noite.
Ryan nos leva para a festa contando sobre as últimas novidades. Eu não consegui pronunciar uma palavra de tanto nervosismo. De vez em quando, o loiro lança um olhar para mim me deixando toda arrepiada, e não é de um jeito bom. Pelo menos abraçada a Noah me sinto um pouco segura.
A casa estava lotada. Tinha pessoas por todos os lugares com suas respectivas fantasias. Algumas criativas, eu diria. O grupo logo se desfez sobrando somente eu, Noah, Joalin e Samuel. A loira está meio deslocada assim como eu, mas logo o rapaz ao seu lado começa a puxar assunto com ela.
Ele nos pede com o olhar para deixar os dois sozinhos. Somente eu entendo o recado e puxo Noah para um bar ali próximo. Mesmo confuso ele deixa ser guiado para lá. Que lerdo! Peço uma bebida e discretamente os observo. Joalin ri de algo que ele diz, parece estar gostando.
— Por que me trouxe para cá?
— Achei melhor deixá-los sozinhos. — aponto com o queixo para Joalin e Samuel.
— Ah. — ri coçando a nuca.
— Me conta, como está indo com a Sina?
— Nossa amizade está se fortalecendo a cada dia. Claro que tive que mudar de telefone afinal não quero que a Heyoon descubra.
— Ela mexe no celular de vocês?
— Não, mas acredito que ela tenha instalado um vírus para espiar as minhas conversas depois que eu a desobedeci.
— Você é paranóico.
— Sou precavido.
— Bom, mas voltando à Sina. Pretende vê-la quando?
— Eu não faço ideia. Também não quero esperar outra turnê para vê-la.
— Já sei.
Posso me arrepender do que irei dizer mas é necessário. Ele não me ama mais e está nítido de que se apaixonou por ela. Respiro fundo antes de dizer as seguintes palavras:
— Por que não faz uma surpresa? Aparece por lá.
— Ela vai fazer uma viagem para o Rio de Janeiro.
— E daí? Vai atrás. Alguns meses são suficientes para esquecerem isso do término, mas óbvio que você precisa tomar cuidado. Usar um disfarce sempre é bom, vai que você encontra um paparazzi por lá.
— Você é incrível. — me beija no rosto. — Obrigado por não deixar de ser minha amiga.
— Eu vou no banheiro. Pode ficar com a minha bebida?
— Claro. Pode ir.
Vou em direção ao andar de cima. Está sendo complicado passar do quinto degrau devido às pessoas sentadas na escada, o que dificulta minha chegada até lá, mas depois de um tempo eu consigo. Antes que eu vá até a porta do banheiro sinto uma mão agarrar meu braço e me puxar para um cômodo. Caio no chão machucando as costas ao bater contra o piso.
— Oi, Anyzinha.
— O que você quer?
— Só conversar. — oferece a mão para me ajudar a levantar mas eu recuso. — Coincidência, não é? Minha namorada é sua amiga...
— Faz parte do seu plano de me destruir, não é?
— Na verdade não, mas agora que sei que isso te afeta posso usar ao meu favor. Assim eu mato dois coelhos com uma cajadada só.
— O que? — indago confusa.
— Sabe, até que você não está tão mal nessa roupa. — tenta tocar meu rosto mas dou um tapa em sua mão.
— Não encosta em mim, seu verme!
— Agressiva, eu gostei.
— Eu vou te desmascarar.
— E como pretende fazer isso? O seu celular não está aí para você gravar um áudio meu admitindo tudo e blá, blá, blá. Também já conferi e aqui não tem câmeras.
— Algum dia eu vou conseguir as provas de que preciso para acabar com você.
— Duvido muito.
Vou até a porta e tento abrir mas não consigo. Não é possível que ele tenha feito isso! Giro a maçaneta uma, duas, três vezes. Bato na madeira furiosa enquanto o desgraçado dá risada.
— Você nos trancou aqui?
— Sim, afinal nem me diverti ainda.
— Do que está falando?
— Ah, qual é Gabrielly? Você é chata, mas é gostosa. Seria muita burrice minha não aproveitar esse momento.— ele me agarra.
— Me larga, seu nojento!
Começa a beijar meu pescoço e me pressionar contra a parede. Fico me debatendo. Usando minha mão direita que estava perto da cômoda tateio em busca de algo para lhe dar uma pancada na cabeça, mas nada forte o suficiente tinha ali. Ele percebe o que eu queria fazer e prende minhas duas mãos atrás do meu corpo entre a parede.
Não sei mais o que fazer. Apesar de ser magro, ele é mais forte que eu. Tento mexer minha perna e percebo que a esquerda está livre. Agora você vai sentir dor, Beauchamp! Em um impulso com o joelho chuto seu saco fazendo com que ele me solte e caia no chão gemendo de dor.
— NUNCA MAIS OUSE ME TOCAR, ESTÁ ME OUVINDO?
Grito apontando o dedo em seu rosto. Corro de volta para a porta e peço socorro, mas ninguém aparece. Pensa, Any! Nervosa, passo as mãos pelo cabelo e encontro dois grampos. Nas séries e filmes que assisto, as pessoas usam essa técnica, mas será que funciona nesse caso? Tiro eles do penteado e os pressiono na fechadura.
— Acha mesmo que isso vai te tirar daqui?
— Não vou arriscar chegar perto de você para pegar a chave. Esse é o único jeito.
— Desiste. — se levanta com a mão nas partes íntimas. — Já estou me recuperando.
— Que merda! Por que não funciona?
— Vem cá, Anyzinha.
Antes que pulasse em mim, a porta destrancou e eu saí correndo. Quase tropeço nas pessoas da escada, mas finalmente chego ao térreo. Esbarro em alguém e quando levanto a cabeça para olhar quem é, me deparo com Noah. Seu olhar preocupado encontra o meu e então o abraço chorando.
— Calma, eu estou com você agora.
— Quero sair daqui.
— Foi ele, não foi? O que aconteceu?
O americano se afasta para me analisar. Vê marcas vermelhas pelo meu pescoço e meus pulsos em um tom de roxo. Tento dizer algo mas ele vai furioso até Josh que estava descendo. Foi tudo muito rápido! Noah deu um soco certeiro no rosto dele.
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UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte dois]
Fanfic(CONCLUÍDA) segunda parte da fanfic unexpected love (não é segunda temporada, apenas continuação!) PLÁGIO É CRIME! adaptação au @strangedramatic