Ligações e Descobertas

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Eu peguei minhas anotações dentro do travesseiro do Raul, e subi.

Quando cheguei no salão principal, tudo estava arrumado. As luzes, a decoração...

As meninas dançavam como se estivessem numa competição: "Quem consegue enfiar a bunda na cara de quem está assistindo primeiro?"

-Daniel!

Era a Irma. Aquela vagabunda loira estava na minha cola.

-Venha! Você vai ficar com o Raul. Na sala ao lado.

-Mas...

-Agora!

Ela não sabia, mas tinha me dado a chance perfeita de combinar com o Raul os últimos detalhes do plano. Naquele dia , eu iria sentir o gosto da minha liberdade de novo...

Eu me dirigi para o espaço ao lado do salão principal, onde o Raul estava.

Eu não tinha esquecido de ontem à noite, quando nós transamos. Mas, o que eu iria dizer a ele?

"Hey, e aí? Que tal falarmos sobre você transando comigo enquanto eu estava cego?"

Eu coloquei a mão na maçaneta da porta e estava quase girando quando eu ouvi a voz da Laura. Eu não confiava naquela vadia, então, eu fiz o que qualquer pessoa sensata faria no meu lugar: eu peguei um copo e comecei a escutar atrás da porta.

-... mas ele nem desconfia de nada, não é?

-Não. Agora, ele deve estar achando que eu gosto dele. Transei com ele ontem.

Era a voz do Raul. Alguma coisa não estava cheirando bem.

-Ótimo. Eu não quero criar nosso filho nesse muquifo.

-Você não vai. E a propósito, tome cuidado, sua barriga já está crescendo...

-O que você quer que eu faça? Quer que eu corte ela fora? Porque vai ser impossível. Você me engravidou, e agora você vai me tirar dessa.

-Tá bom. Tá bom. Mas lembre- se: nós vamos colocar avisar alguns capangas do Paiva que o Daniel está fugindo, o que nos dará o tempo e a distração para sair pela entrada secreta que você descobriu. Ok?

Eu ouvi som de passos, e de beijos.

-Ok. Agora eu vou para o s...

Nesse momento, eu me afastei da porta, e pisei forte o suficiente para que eu pudesse ser ouvido por eles dentro da sala. Então eu entrei.

-Raul, eu vim para verificar os últimos detalhes do plano de fuga...

Eu olhei para Laura.

-Oi, Laura, não.sabia que você estava aí...

-Oi Daniel, já estou de saída.

Eu forcei um sorriso para ela. Se ela soubesse o que eu tinha em mente para ela, ela certamente não sorriria de volta.

******************************

Depois de sair da sala, e discutir os detalhes do plano com o Raul, nós fomos para o salão principal.

-Muito bem. Homens numa fila, mulheres noutra.

Só existiam eu e o Raul de homens naquela boate, não sei para que essa palhaçada de filas.

-Pronto. Agora, me escutem bem, qualquer coisa que houver hoje á noite, por menor que seja, até um desentendimento, e vocês serão punidos com confinamento. Por dois meses.

Eu não sei como seria isso, mas eu não queria provar para saber.

-Não quero ninguém fora de seus postos. Façam.tudo que o cliente quiser. E eu não quero ouvir nenhuma reclamação. Me ouviram bem?

-Sim!

Todos responderam em uníssono.

-Dispensados. Menos... o Daniel. Quero você na minha sala em trinta segundos.

Eu olhei para o Raul. E ele encolheu os ombros, em.sinal de que não sabia nada sobre isso.

Eu segui o Paiva até o andar de cima, onde ficavam os quartos dele, da Irma e dos capangas e a sala dele.

-Sente-se.

Ele me disse quando nós chegamos á sala mais espaçosa. Parecia um escritório comum. Tinha um computador, uma impressora, e até uma cadeira giratória tinha.

-Eu quero que você ligue para sua amiga, e diga que está tudo bem, que não.ligou antes por que estava se estabilizando na nova cidade, e só. Nenhuma informação a mais. Se você tentar alguma gracinha, ou algum código, eu tomo o celular da sua mão, e te apago aqui mesmo. E ninguém fica sabendo.

Eu estava assustado. Principalmemte pelo revólver que ele apontava para minha cabeça.

-O-ok.

Ele me deu um celular, e eu disquei o número da Pri. Antes mesmo dela atender, as lágrimas rolavam soltas pelo meu rosto.

-Alô?

-A-alô.

Eu recebi um murro no rosto por gaguejar.

-Daniel? Graças a Deus! Eu já estava preocupada! O que houve? Porque não me ligou? Está acontecendo alguma coisa? Como você está?

Eu respirei fundo para conseguir não chorar. Mais uma vez.

-Dan?

Mais uma.

-Dan?

Eu recebi uma coronhada.

-Daniel?

-Oi! Estou bem, sim. É que eu estava atendendo um.cliente.

-Sua voz está estranha...

-É que eu estou um.pouco resfriado, eu não liguei antes porque eu estava esperando me firmar aqui na nova cidade, me estabilizar.

-E como está tudo por aí?

-Ótimo! A cidade é maravilhosa... agora eu tenho que desligar porque meu chef está me dando bronca.

-O João?

-Uhum.

-E o romance de vocês?

-Depois de conto. Agora eu realmente preciso desligar. Tchau. Tô com muitas muitas muuuuitas saudades de você.

-Tchau. Mas me conte mesmo, viu? Se não eu vou aí te buscar. Tô morrendo de saudades. Beijos.

Assim que ela terminou de falar, eu me acabei de chorar.

Paiva tomou o celular da minha mão e desligou. Depois, retirou o chip e o jogou no lixo.

-Muito bem... muito bem. Agora, pode descer para se arrumar. E não tente nenhuma gracinha hoje á noite. Não pense que eu me esqueci do "incidente" com a sala preta.

Eu levantei, enxuguei minhas lágrimas, e me dirigi para a porta.

Quando estava saindo, me lembrei de uma coisa.

-Paiva?

-O que é?

-Eu acho que tenho uma informação que você pode gostar.....

E ent? O q vcs acharam? Votem e vomentem, seus lindos

Um bjo e um qjo

Revenge: As CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora