Assim que a porta da suíte da Irma se fechou atrás dela, um zilhão de perguntas recaíram sobre mim.
-O que você viu lá embaixo? Quantos corpos haviam? Tinha alguma câmera... alguma arma?
Por algum motivo, eu não estava motivado a responder essas perguntas assim, a troco de nada. Além disso, por alguma razão desconhecida, eu lembrei de como o Paiva pareceu ter percebido a minha presença mas, mesmo assim, não me delatou.Então, eu resolvi fazer uma coisa que eu estava aprendendo a fazer maravilhosamente bem: mentir.
-Hãn... Me parece que você quer a resposta para todas essas perguntas... vou te dar uma sugestão: por que você não pergunta ao meu espírito, que deve estar ainda lá para conseguir ver alguma coisa?
O rosto dela passou de frenético para incrédulo em dois segundos.
-Como assim não deu para ver nada?! VOCÊ ESTAVA PRATICAMENTE DENTRO DA SALA!
-Exato, praticamente. Se você não tivesse aparecido, o Paiva não teria me notado, não acha?
De repente, eu pude presenciar a encarnação de um ADP completo.
Ela ficou possessa de tanta raiva, e começou a chutar tudo o que via pela frente.
-Burro! Idiota! Como você não conseguiu ver?! O plana era você ENTRAR E SE ESCONDER LÁ DENTRO!
-Se você quisesse que desse tudo mais errado do que deu...
Ironia não fazia ela se acalmar. Ela começou a espancar tudo o que via pela frente e, num rompante, partiu para cima de mim com um abajur revestido de veludo rosa.
-Isso é culpa sua!- Ela bradou enquanto brandia o abajur em.minha direção. Porém, antes que o abajur atingisse meu rosto, eu segurei firme a mão de Irma. E, enquanto encarava o olhar de surpresa em seus olhos, disse:
-Escute bem, se eu fosse você, eu usaria bastante meus neurônios e não faria isso. Apesar de você ter mais poder aqui dentro do que eu, eu tenho informações sobre você que provavelmente, o chefe aí embaixo iria gostar...
-Você não tem.como provar...
-Tem certeza disso?-Disse com um sorriso irritante no rosto, e soltando a mão dela.
Ela sentou na cama e suspirou por alguns momentos, enquanto passava a mão pelos cabelos freneticamente.
-Tudo bem... nós estávamos só... exaltados demais. Mas, não podemos perder tempo. Precisamos de um plano reserva. Este não está funcionando.
Eu me sentei ao lado dela para bolar um plano B. Alguma coisa me dizia, que apartir dali, tudo iria mudar...
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Depois de duas horas no quarto da Irma, eu fui para o Porão, pela prmeira vez em dias.
Eu estava potencialmente abalado pela morte do Raul, ainda, mas meu álibi era que ele mereceu. Ali era uma questão de matar ou morrer, como dizem por aí. Ou seja: era ele, ou eu. E eu me escolhi.
Quando passei pela porta grande de madeira do Porão, fui impedido pelos braços musculosos de um dos guardas do Paiva.
-Me acompanhe.
Eu olhei aterrorizado para o segurança, que agarrou meu ante braço e me puxou através dos longos corredores da boate.
Passamos pela Porta Preta, e por alguma razão, isso me deu arrepios.
Depois de corredores e mais corredores, ele abriu a última porta no corredor onde ficavam os quartos do Paiva e do Chefe de Segurança da Boate, James.
-Aguarde aqui enquanto o Paiva vem conversar com você. Aliás...
Ele bateu a porta e eu pude ouvir o som do trinco passando na porta.
Eu estava trancado.
Eu bati na porta o mais forte que pude, mas não tinha jeito.
Trancado.
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Revenge: As Cinzas
RomansaSabe quando tudo parece começar a dar certo para você, e de repente desaba? Como quando você está andando pela rua e de repente tropeça e cai no chão? Pois é. A minha vida está assim. Eu caí de paraquedas direto numa poça bem grande de lama. Como...