SDR 03

371 31 11
                                    

Fic dedicada à minha linda amiga AriSanRoman80 ❤️

Estevão: Tudo bem - respirei fundo - só me sinto culpado por ter me separado dela... sai de casa lhe deixando com uma criança... só agora percebo o que eu fiz... perdi à mulher que me amava... vejo minha filha quando posso e agora ela está morrendo - falei com o olhar perdido - como vou ver isso? Como vou olhar nos olhos da minha garotinha e ver ela sofrer? Como? Isso não é justo mamãe... Não é... Agatha só tem 4 anos... é uma criança.

Sônia: Eu sei meu filho... sei que se sente culpado... mas não é... a vida as vezes é injusta... foi injusta com sua família... olha só para você e para Maria... sei que apesar de não admitir ainda lhe ama... mas estão separados... isso não é justo com nenhum dos dois, ainda assim é a realidade de vocês... a minha neta não merece isso, mas a culpa não é sua... não se culpe... nossa Agatha vai sair dessa... com nossa ajuda ela vai sair.

Estevão: Eu não tenho o direito de destruir a vida da Maria mais do que já o fiz... eu fugi... deixei nosso amor acabar... deixei nossa família acabar... tudo poderia ser diferente... mas escolhi o trabalho... escantiei minha família... Agatha estava doente e eu estava viajando... que tipo de pai eu sou? Eu não mereço esse anjo como filha - passei à mão no rosto - Maurício falou que a doença está avançada... o tratamento pode não servir da nada.

Sônia: A vida é feita de escolhas meu filho... e elas têm suas consequências... mas nunca é tarde para se redimir - apertei seus braços - acha que a Agatha pode... não...não... não... prefiro pensar que ela vai reagir bem ao tratamento... é isso... ela vai ficar bem.

Estevão: Maurício deixou bem claro o que pode acontecer - à olhei - mas eu não vou desistir... vou lutar pela minha filha... vou ficar ao lado dela e da Maria... se ela aceitar vou voltar para casa e ficar com as duas... não posso deixá-las sozinhas... não vou.

Sônia: Faça isso meu menino... agora mais que nunca, elas vão precisar de você... do seu apoio e do seu cuidado... assim como sei que, será cuidado por elas também.

Estevão: Vou conversar com a Maria - respirei fundo - estou bem... não preciso de cuidados... quem precisa são elas.

Sônia: Claro que precisa... você é humano Estevão... a Agatha é sua filha e sei que essa dor, também está te destruindo.

Estevão: Não mais do que a ela... está doendo... de uma forma que eu nem sei explicar... mas ela está sofrendo e eu não vou fraquejar... Agatha e Maria necessitam que eu esteja bem e ficarei.

Conversamos por mais algum tempo e voltamos para o quarto. Agatha continuava dormindo como antes, me aproximei de Maria e lhe abracei, lhe mostrando que sempre estaria ali. Quinze dias depois estávamos em casa, Maria e Agatha vieram para casa em que vivia com minha mãe, o que seria melhor, porque ela também iria ajudar com minha filha.

Os meses que se seguiram foram bastante árduos, difíceis e dolorosos. Não é fácil um pai ver sua filha passar por um tratamento forte como esse, sem uma garantia de que ela ficaria bem. Seus órgãos começaram a apresentar falhas, o que piorou bem mais o estado de saúde dela. Maria estava abatida e eu escondendo tudo que sentia... era um caminho sem volta... estávamos assistindo nossa garotinha caminhar para à morte. Agatha estava tomando a quimioterapia e eu estava com Maria na sala de Maurício, discutíamos um novo tratamento, um transplante de órgãos... o que fosse para salvar sua vida.

Estevão: Eu não me importo em ser preso Maurício... o que me importa é minha filha ser salva... ela está morrendo e nem você nem ninguém podem salvá-la - esbravejei com raiva.

Maurício: Sei que estão sofrendo e acredite, eu também estou... tenho um apreço muito grande por vocês e um carinho ainda maior por Agatha... mas tenho que ser realista com vocês... por mais que não tenha medo de ser preso Estevão, ainda assim um transplante de órgão é muito arriscado... sem falar que o organismo da Agatha pode acaba rejeitando... mas - suspirei- tem uma forma de tentarmos salvá-la.

Estevão: Então fale... seja lá o que for nós faremos... só diga... Agatha está morrendo... não podemos assistir à tudo isso de braços cruzados... não mesmo - respirei fundo segurando à mão de Maria.

Estava calada apenas ouvindo o que eles diziam. Estava bem cansada, à dias não conseguia dormir direito.

Maurício: O tratamento é forte... o mais eficaz para o tipo de leucemia que ela tem... mas como não estamos conseguindo fazer ele regredir... o ideal, seria um transplante de medula óssea... o mais indicado seria que vocês tivessem um outro filho... por ser irmão é compatível... Agatha teria mais chances de uma possível cura... não estou falando que ela irá se curar... mas já é uma chance... uma em um milhão... chance que vale à pena arriscar.

Naquele instante olhei para Maria esperando sua reação. Eu sei o que ele estava falando, iria salvar à vida da nossa menina. Assim como eu desejaria ter Maria como esposa outra vez... minha família... meus filhos... sem medo de nada.

Maria: Um outro filho? - perguntei um tanto quanto confusa, fechei meus olhos os apertando e logo olhei para Estevão que me olhava e não soube o que fazer - quanto tempo temos para termos esse outro bebê Maurício?

Maurício: Sim... um filho de vocês dois... ele terá basicamente à mesma genética da Agatha... o mais rápido possível Maria... não podemos esperar os nove meses... caso vocês aceitem, vamos antecipar o parto... no máximo no sétimo mês de gestação... Agatha não está respondendo ao tratamento... eu... eu sinto muito... mas não à nada que possamos fazer... ela está na lista de espera... mais é uma lista enorme e um doador compatível é quase impossível.

Soltei à mão do Estevão, após ouvir as palavras de Maurício e passei as mãos em meus cabelos.

Maria: Maurício... será que poderia me fazer um favor?... nos deixaria a sós por um instante?

Maurício: Claro! Fiquem o tempo que precisarem... vou ver como Agatha está... com licença - levantei e sai lhes deixando.

Vi Maurício sair e me levantei respirando pesado.

Maria: O que fazemos Estevão? - o olhei - você aceita à idéia? - perguntei abraçando minha própria cintura... eu estava disposta a tudo para salvar minha filha.

Estevão: Acha que não estou disposto? Maria - me aproximei dela - eu sei o que passamos... mas sei que ainda sentimos algo... não sabemos explicar o que seja... isso está guardado... quero salvar nossa filha... mas também quero salvar nosso casamento... nossa família... esses meses que estamos juntos, percebi que tudo que eu preciso está aqui... é você... os nossos filhos... eu segurei em sua mão e prometi que não vou mais soltar e não vou... se nossa menina precisa, vamos fazer... mas vamos fazer com amor... vamos cuidar dessas duas crianças com amor... como uma família.

O abracei forte deixando algumas lágrimas caírem.

Maria: Vamos fazer isso... está mesmo disposta a reatar esse laço? - questionei sem lhe soltar - estará conosco sempre?

Estevão: Estou... sempre estarei disposto à tudo por vocês... não vou te soltar... nunca mais... seguiremos juntos até o fim... e quando tudo acabar, eu prometo te buscar em outras vidas... irei te salvar... te despertar... te resgatar... sempre Maria... sempre - lhe apertei em meus braços sentindo seu calorzinho que tanto me deixava bem.

Continua...

Sálvame ❤️ Despiértame ❤️ Rescátame - Maria y Estevão  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora