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Fic dedicada à minha querida amiga AriSanRoman80 espero que goste ❤️😘

Obs: Se você estiver lendo essa história em qualquer outro site que não seja na wattpad, te convido a ler diretamente no site original.

Estevão: Eu... não sei... - sussurrei acariciando ela - queria poder te falar o que vamos fazer... mas estou perdido... estou sentindo um vazio absurdo me dominar... precisamos ser fortes, mas não consigo... não consigo olhar para ela e vê-la sem vida... saber que não é a nossa menina.

O olhei, segurei seu rosto e beijei sua bochecha.

Maria: Não sei como... mas vamos dar um jeito de seguir meu amor... temos que seguir... ela me pediu... temos o Bernardo.

Estevão: Temos sim... por eles... pelos nossos meninos - beijei seus cabelos - tenta descansar um pouco... sei que é impossível... mais tarde vamos precisar ter forças para enfrentar tudo.

Maria: Eu não consigo... não tenho sono...- falei baixinho - mas você devia descansa...- suspirei - tem trabalhando muito.

Estevão: Eu sei que não tem... eu também não consigo - suspirei - é impossível descansar quando a mente está trabalhando... me perdoe se me ausentei... a empresa não está em um momento bom... mas não quero falar sobre isso... perdemos nossa filha... jamais teremos ela outra vez - fechei meus olhos - pouco me importa dinheiro... ou o que quer que seja.

Maria: Não se preocupe com isso... sei que o trabalho também estava te ajudando a ocupar a mente... entendo perfeitamente o que sente meu amor... nada disso vai trazer nossa menina de volta... nada conseguiu salvar a vida dela.

Estevão: Eu não estou pensando nisso... isso é o último que eu pensaria em um momento como esse - suspirei - eu acreditava que estávamos vivendo um pesadelo... mas foi nossa realidade... de que nos adiantou tudo isso? Nada foi capaz de salvá-la... a lei da vida foi invertida... não são os pais que enterram seus filhos... por que nós fomos os escolhidos? Por que a Agatha? Uma menina tão doce... frágil... nós erramos Maria... eu e você... tiramos dela alguns anos nessa atormentada loucura de viver em duas casas... em duas rotinas... essa doença chegou... fez ela sofrer... nos fez sofrer... vimos nossa menina perder a saúde, mas nunca perdeu à fé... o brilho nos olhos... a vontade de lutar e viver... ela nos ensinou tantas coisas... nos mostrou o quão bom é viver... errar e recomeçar... tão inocente e tão iluminada... nosso anjinho de luz... eu sei que o propósito dela era nós dois... ela nos uniu e assim será por toda nossa eternidade.

Maria: Foi culpa nossa...- falei baixinho - o que fizemos Estevão?... destruímos nossa família... nos unir custou a vida da nossa menina...- senti meu peito doer - fomos tão egoístas... só pensamos em nós dois, mas não nas consequências que nossa separação iria trazer... estamos juntos mas não temos nossa menina.

Estevão: Me perdoe... eu sei que isso não vai adiantar de nada... não vai lhe trazer de volta... Agatha nos deixou uma grande lição... um verdadeiro aprendizado... prometi para ela e vou cumprir... vocês serão minha prioridade sempre.

O olhei mais uma vez e deitei a cabeça em seu peito me aconchegado em seus braços.

Maria: Assim como você e nosso filho serão a minha.

Às horas se passaram, já era noite quando chegamos ao cemitério onde seria realizado o sepultamento de nossa menina. Já haviam alguns amigos nos esperando. Recebemos os cumprimentos de todos, um por um e nos aproximamos do corpo de nossa menina. Parecia que ela estava dormindo, transmitia uma paz tão grande e inexplicável.

Me aproximei do corpinho da minha menina e segurei em sua mãozinha... senti as lágrimas nos olhos saltarem por meu rosto. A ver ali me causou muita dor, mas ao mesmo tempo senti uma calma transbordante. Lembrei de tudo que minha menina havia dito, assim como Estevão... minha menina definitivamente era e é um anjo.

Passamos à noite ali velando minha neta, nosso lindo anjinho. Foi uma noite dolorosa, mas não tão quanto o dia que estava por vim. O pior momento estava por vim, o momento do adeus. Já estava tudo organizado para o sepultamento, eram por volta de 16 horas da tarde. Meu filho, Maria, eu, o Maurício, a Susana e nossos amigos, estávamos nos despedindo dela.

Dei um último beijo em minha menina e pus junto a ela, uma rosa branca. Acariciei seu rostinho chorando... não queria que a minha menina se fosse, mas precisava lhe deixa ir.

Estevão: Vamos lá meu amor... não é uma despedida... é um até logo... papai te prometeu e vai cumprir... estarei sempre te esperando as 17 da tarde em nossa casinha, para o nosso chazinho... todos os dias estarei lá... e... e sei que você estará... em cada raio de sol... em cada borboletinha que corremos atrás em nosso jardim... estará em cada cantinho daquela casa... das minhas lembranças - sussurrei deixando minhas lágrimas saírem -  vou cuidarei da mamãe... do Be e da vovó... eu te amo minha princesinha... te amo até as estrelas, indo e voltando... seu sofrimento chegou ao fim... mas seus ensinamentos ficaram... obrigado por tudo... por ser esse lindo anjinho que salvou à minha vida... o nosso casamento... me perdoe por não ter conseguido salvar sua vida - beijei sua testinha - juntos sempre... sempre - sussurrei sem conseguir me afastar dela.

Abracei o Estevão acariciando suas costas com calma, deitando meu rosto sobre seu peito. Naquele momento vi colocarem o caixão de nossa menina dentro de uma gaveta fria e aquilo me desesperou. Chorei forte como a muito não fazia. Apertei Estevão em meus braços e escondi meu rosto em seu peito sofrida. Tudo havia chegado ao fim, nunca mais poderia ver minha princesinha. Apenas as lembranças e ensinamentos como Estevão havia dito, pouco a pouco escutamos e vimos nossas amigos e conhecidos irem embora, permanecemos apenas eu, Estevão, Sônia, Maurício e sua esposa. Meus olhos não saiam daquela placa que havia em minha frente... ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo.

Maurício: Está na hora - suspirei sem lhes olhar - precisamos ir agora... nosso anjinho estará sempre aqui à nos guardar - toquei o ombro de meu amigo.

Estevão: Obrigado meu amigo... vocês foram para nossa Agatha verdadeiros pais... não tenho como agradecer todo amor e carinho que tiveram com ela... muito menos o que fez por ela todos esses anos Maurício... você não falhou conosco... você nos deu mais tempo com ela... prolongou seus dias... além de nos fazer entender o quão importante é a família... vamos seguir... vamos nos refazer, embora estejamos incompletos... faremos tudo por ela... pela nossa filha - beijei os cabelos de Maria e logo olhei para à lápide de nossa menina - até breve meu amor... o adeus foi só a parte física... estaremos com você sempre... em todos os lugares - isso é por você e pelo seu irmão - sussurrei e sai dali com Maria e minha mãe, assim como Maurício e sua esposa.

Entramos no carro e fomos para casa. Assim que chegamos tomei um banho com Maria e deitei com ela na cama. Tempos depois vi que ela estava adormecida e sai dali com cuidado para não lhe acordar. Passei no quarto de minha mãe que dormia com meu filho e logo sai indo para o jardim. Subi naquele lugar que havia construído para minha pequena, me sentei em um cantinho onde havia uma mesa, com duas cadeirinhas e seu kit de chazinho. Como sempre brincava com ela e como havia lhe prometido, todos os dias estaria ali com ela, para ela... sabia que mesmo distante teria ela ao meu lado.

Acordei assustada lembrando do que havia acontecido e me sentei na cama passando as mãos em meus cabelos. Olhei para o lado e não vi Estevão, já imaginava onde ele estava, desci da cama, calcei minhas sandálias e sai do quarto em seguida, indo para o jardim. Após sair da casa, caminhei até a casinha que ele havia feito com tanto amor para nossa menina e logo eu já estava entrando nela.

Maria: Meu amor...- falei indo até ele - posso acompanhar o chá?...- falei baixinho.

Continua...

Sálvame ❤️ Despiértame ❤️ Rescátame - Maria y Estevão  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora