Cravo Amarelo

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O investigador sorriu de canto, agora haviam três novas presas das quais ele poderia espremer com suas "garras" até ter toda a verdade. Shikamaru Nara e Choji Akimichi eram amigos de Ino e companheiros de time, Sakura Haruno era amiga próxima há anos. Será que ainda continuariam sendo amigos?

— Então provem! — Ibiki sentou-se e aguardou, mantendo seu sorriso intimidador.

— Com licença... — Choji falou baixo, levantando-se — Shikamaru e eu decoramos todos os horários de funcionamento da floricultura. Desde o começo das suspeitas, estivemos com a Ino desde o momento de abrir até o de fechar, vimos ela usando o borrifador várias e várias vezes — notando um suspiro de desinteresse do Morino, o rapaz apressou-se em terminar — E também vimos que ela enche apenas com água e uma vitamina em pó que foi levada para análises.

— O resultado está no relatório. — A médica concluiu.

— Se é assim, de onde ela tirou essa vitamina mágica para plantas? — O homem com marcas no rosto se levantou.

— Fortificante. — A Yamanaka o corrigiu — Não é vitamina mágica e sim fortificante. Compro sempre em um vilarejo próximo, Choji até mesmo me acompanhou da última vez. — A vontade que Ino tinha era de falar que Sai também era uma testemunha, mas esperaria que ele mesmo se pronunciasse.

— E como o fortificante foi alterado?

— Alguém entrou na floricultura e misturou algo com o fortificante. — Finalmente Shikamaru disse algo. — Na verdade, foram duas pessoas.

Mozuku sentiu-se arrepiar por inteiro. O Nara não poderia estar falando de seus ajudantes, poderia? Não... Foram cuidadosos o suficiente, pegaram a chave todas as vezes, até mesmo fizeram uma cópia – que foi perdida em algum momento quando já não era tão mais útil – e sempre limparam muito bem as digitais. Não poderiam ter sido descobertos assim.

O rapaz aquietou-se e sorriu, ignorando todas as suas inseguranças e esperando o restante da explicação.

— Como sabe que foram duas pessoas? — O Morino perguntou calmamente.

— Bem... — um outro rapaz se levantou, acompanhado de seu cão branco — Eu farejei duas pessoas ontem à noite. Elas podem ser as culpadas, porque também tinha o cheiro delas nos fortificantes. — Kiba sorriu mostrando ligeiramente suas presas.

Mozuku, novamente, sentiu-se arrepiar. Um embrulho percorreu de seu estomago até sua cabeça, deixando-o tonto. Se aqueles dois idiotas abrissem a boca, ele seria acusado de tudo! Precisava pensar em algo para se livrar da culpa. Bem, seu cheiro estar lá era normal, certo? Ele e Ino eram amigos...

— Eles estão aqui!? — A senhora Inoiche levantou-se, assustada e um tanto nervosa — Responda logo, mocinho!

— Sim, sim... — Kiba olhou em volta — Eles! — Olhou diretamente para os dois Yamanakas restantes.

— O que!? Nós não...! — A garota foi impedida de continuar falando por alguns latidos de Akamaru, que já estava de frente para os dois e parecia disposto a atacar ao menor movimento — Não pode nos culpar assim!

— Vocês!? — A Srª estava desconcertada — COMO TIVERAM CORAGEM DE FAZER ISSO!?

— Podemos explicar perfeitamente. — O homem de cabelos cumpridos tentou se defender — Foi tudo um grande...

— SOMOS DO MESMO CLÃ!

— Vamos dar uma pequena pausa, certo? — Kakashi se levantou calmamente, tentando apaziguar tudo, enquanto Shizune tentava dar alguma assistência para a mãe de Ino.

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Do lado de fora daquela sala, Sai, Sakura e Shizune amparavam a Yamanaka mais velha e pareciam ignorar o mundo ao seu redor, ou melhor, pareciam querer fingir que Ino nem ao menos existia. Kiba acompanhou os outros dois membros Yamanaka para uma sala de interrogatório diferente, Ibiki estava com eles. Os outros jovens estavam reunidos e conversando entre si, felizes, como se aquele lugar não colocasse nem um grama de pressão sobre as costas deles.

Bem, pelo menos era isso o que Ino via ao seu redor.

A única pessoa além dela que continuava apreensiva e impactada por tudo era Mozuku. O rapaz permaneceu na sala, sentado, pálido como uma vela e tentando se controlar e não falar nada que o complicasse.

Não demorou muito até que o desanimo de Ino fosse notado por todos, não que isso mudasse o fato de que ninguém se aproximava dela. Por mais que ela entendesse as circunstancias em que estavam, entendesse que talvez fosse expressamente proibido se aproximarem dela, entendesse que não poderia ficar conversando, no fundo, ela estava desapontada com todos por sentir-se só.

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Não era apenas Ino que se sentia sozinha.

Mozuku também sentia-se abandonado e um tanto desapontado com seu próprio descuido: do que adiantou não deixar digitais, vestígios e evidencias se foi tudo em vão!? Tudo por se esquecer daquele maldito vira-latas chamado Kiba...

O rapaz começava a sentir ódio novamente!

Se arrependia amargamente de não ter lidado com isso como os grupos estavam fazendo nos outros países: uma guerra interna, chacina, assassinatos e raiva sendo acalmada por sangue.

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Do lado de fora daquele prédio, Kakashi divagava tranquilamente sobre o que faria. Culpava-se em parte por tudo ter tomado proporções tão grandes e, em outra parte, por não ter investido em uma investigação mais aprofundada logo de cara.

Se pudesse, ele presentearia a si mesmo com um cravo amarelo. Flor delicada e vivida, mas que significa o que ele estava sentindo: desapontamento.

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