Ino estava sentada em sua cela, observando o pouco de céu que a pequena janela de grades a permitia ver. Sem noção alguma de tempo, não foi de se estranhar quando ela se assustou ao notar Mozuku abrindo a porta.
— Ino, está na hora. — A voz saiu séria, com uma certa tristeza agora percebida como falsa.
— Eu posso ao menos me aprontar antes? — Ela nem ao menos quis olhar para ele, não se sentia pronta para começar a encenar como ele vinha fazendo por tanto tempo.
Ela se perguntava se, em algum momento, seus amigos iriam notar que foram enganados assim como ela. Claro, Ino não via outro motivo para Sakura ter a tratado tão mal assim como nenhum deles ter ido ver ela.
— Claro, só não espere um banheiro luxuoso ou algo assim, sabe como as coisas por aqui são — ele riu, tentando minimizar o clima — Bem, tem o banheiro do Ibiki, mas ele deve até mesmo colocar ursos empalhados lá dentro... — as risadas pararam quando Mozuku notou que Ino mantinha-se calada — Desculpe, eu falei o que não deveria, não é?
— Desculpa eu... Só não estou muito bem hoje.
— Vai ficar tudo bem, eu tenho certeza — o rapaz colocou a mão no ombro da "amiga".
Foi preciso muito controle para que Ino não gritasse e estapeasse a mão de Mozuku, mas ela conseguiu se manter indiferente. Ela também conseguiu ficar ao menos apresentável para o interrogatório, apesar das feições de desesperança.
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Quando já estavam na porta de onde seria o interrogatório, a Yamanaka julgou ser o momento certo de entregar a flor.
— Bem, só precisa entrar lá e falar toda a verdade. Eles vão transmitir seus pensamentos, como fazem com acusados perigosos, então tome cuidado caso vá mentir e...
— Mozuku... — ela o interrompeu — Eu queria te entregar isso, por favor.
— Sim?
Ela estendeu a flor, ainda sem encara-lo. Ela não conseguiria olhar nos olhos dele sem falar todas as ofensas que queria... Por outro lado, ele viu aquela atitude como um pequeno flerte de alguém desesperado para uma saída.
— Obrigado — ele pegou a flor com delicadeza — Qual é esta?
— Uma petúnia amarela — mentiu ela — Combina com o que estou sentindo agora, queria dar ela especialmente a você.
— E o que elas falam sobre sentimento?
— Coisas como "estou muito triste por sua causa" e "Você colocou obstáculos na minha vida", "chega de me magoar"...
Sem mais palavra alguma, a loira deixou que ele mesmo tirasse as próprias conclusões enquanto ela abria as enormes portas da zona de julgamento. Normalmente eram salas sujas onde quem entrasse poderia ter a certeza se estar condenado, mas aquela era diferente.
A sala ampla, caminhos largos, janelas grandes e vários bancos. Os acentos, preenchidos com amigos que Ino jamais esperaria de encontrar ali: Sakura, Hinata, Shino, Kiba, Lee, Tenten – ela estava bem! - , Shikamaru, Choji, Kakashi, Shizune, mas os mais importantes eram a Srª. Inoiche e Sai – Ele estava bem também! -, ambos sentados logo na primeira fileira, ao lado de duas pessoas de seu clã que ela ainda não havia reconhecido.
Foi impossível evitar algumas lagrimas escorrerem, enquanto ela entrava no local sentindo-se até mesmo mais leve. Agora, ela sabia que nada de ruim iria acontecer. Enquanto a tranquilidade reinava no coração de Ino, Mozuku sentia ódio e mais ódio o corroendo por dentro.
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Crime das Flores
Fiksi PenggemarCrimes cometidos com flores torna a investigação de Sai algo difícil e doloroso de ser cumprido, principalmente porque todas as suas suspeitas apontam diretamente para uma Yamanaka em especial: sua namorada.