Ânimo de Gerânio

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Apesar de receber uma notícia triste e inesperada pela manhã, a tarde de Ino foi como um gerânio cor-de-rosa: alegre e especial.

Choji havia ajudado ela a fazer as listas na parte da manhã: flores e sementes que ela precisava comprar para as encomendas; todo o material que precisaria para a reforma da floricultura; toda a decoração para deixar tudo ao jeito dela; e, claro, onde iriam comer durante a viagem.

Bastou um comentário do Akimichi sobre como "fazer uma lista de comidas o deixava faminto" para que Ino o convidasse para almoçar fazendo companhia a ela e, sem pensar duas vezes o rechonchudo aceitou. Afinal de contas, precisava ser um bom amigo e ficar próximo da loira o quanto ela precisasse.

Agora os dois pareciam crianças risonhas, correndo pelo jardim e molhando um ao outro com o regador. A guerra de água começou quando foram regar algumas plantas e, por acidente, Choji derramou um pouco de água na amiga, bem na saia, dando uma aparência engraçada devido ao local que ficou molhado. Já haviam se passado horas de brincadeira e os dois continuavam tentando molhar um ao outro.

— Choji, eu pai veio buscar você! — a mãe de Ino avisava da varanda, tentando conter o riso; ela nunca pensou que falaria algo deste tipo novamente.

— Já!? — as duas "crianças" falaram em uníssono, rindo e largando as "armas", ou melhor, regadores.

— Já está escurecendo e vocês dois estão encharcados! — a mais velha coloca as mãos na cintura, como se estivesse repreendendo os dois.

— Eu preciso ir, Ino... — a fala de Choji não saiu desanimada só pelo fim da brincadeira, mas também porque ele se preocupava em deixar ela sozinha e desconfiarem dela de novo.

— Amanhã de manhã nos encontramos no portão! — a resposta da Yamanaka saiu animada — Com toda a certeza eu vou chegar primeiro... — ela dizia implicante, jogando o cabelo para trás.

— Duvido! — o amigo respondeu risonho, enquanto acenava e se dirigia para a saída do clã Yamanaka.

— O único lugar que você vai chegar primeiro é no banheiro, mocinha. — a mãe de Ino a repreende — Você está toda molhada, vai pegar uma gripe!

— Não se pega uma gripe por isso... — a loira resmunga, revirando os olhos. — Gripes e resfriados se pegam com vírus, mãe... — anos estudando e se esforçando para ser uma boa aprendiz para Tsunade eram recompensadores nestes momentos.

— Não discuta comigo! — a mais velha cruza os braços, encarando a filha. — Vai logo tirar essas roupas molhadas, ou não quer comer o pudim que eu fiz? — mesmo tentando ser rígida, ela estava quase se entregando às risadas.

— Pudim!? — os olhos azuis brilharam e, apesar da ameaça, tudo o que Ino fez foi abraçar a mãe com força em agradecimento e depois ir correndo para o banheiro, chegando a saltitar.

Tudo o que a senha Inoichi conseguiu fazer foi se manter séria até que a filha já estivesse longe e, depois, se sentar no sofá da sala e rir. Ela riu por um longo tempo, até que de as lagrimas pela falta de ar causada pelos risos se tornaram lagrimas de preocupação.

Preocupação por deixar Ino sobrecarregada com a floricultura, preocupação pelo término repentino do namoro da filha, preocupação pela aproximação incomum que Shikamaru e Choji tiveram dela. Algo estava acontecendo... E era algo ruim.

— Posso comer tudo, né!? — a voz animada de Ino fez com que a mãe despertasse dos pensamentos.

— Se comer tudo de uma vez depois vai querer e não vai ter! — a mais velha fala firme enquanto limpava as lagrimas.

Crime das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora