Hortências

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Shikamaru adentrou a sala e sentou-se de frente para Kakashi. As mãos estavam um tanto tremulas e ainda segurando as flores amarelas. O Nara sabia que algo de muito ruim estava acontecendo e que se não fizesse nada, toda a culpa cairia para Ino.

— Imagino que essas flores não sejam para mim... — o Rokudaime comentou casualmente.

— Flores? — o moreno olhou em si mesmo, só então notando aquele pequeno ramalhete — Não, claro que não. Eram para a Temari, mas...

— Podemos ir diretamente ao assunto? — Gaara finalmente se pronunciou, cortando Shikamaru e ao mesmo tempo fazendo-o notar que tanto ele quanto Kankuro estavam na sala também.

— Estão todos aqui pela acidente envolvendo a Ino? — a surpresa na voz era nítida.

— Eu não diria acidente — Kakashi sorriu sob a máscara.

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Depois de horas naquela sala discutindo sobre os casos recentes na vila com os Kages e seus assistentes, Shikamaru saiu praticamente correndo daquele gabinete e sem dar muitas explicações para onde iria. Havia um lugar onde ele precisava ir e quanto mais cedo, melhor.

As ruas ainda estavam vazias, sendo iluminadas pelo sol recém-nascido.

Seguindo em passos apressados até o Hospital de Konoha, Shikamaru só diminuiu o ritmo quando notou um pequeno aglomerado em frente às portas ainda fechadas: Temari, Sai, Ino e Gai.

— Aconteceu alguma coisa? — o olhar do Nara era cheio de preocupação.

Sai permaneceu em silencio, segurando cuidadosamente a mão esquerda de Ino; Temari não parecia estar disposta a explicar nada e Gai apenas fez um sinal negativo com a cabeça.

— Acharam... — Ino respirou fundo e recomeçou — Acharam melhor que a Sakura explicasse separado para o Gai-sensei e depois para o Lee...

— Então ele já sabe? A Sakura falou mais alguma coisa?

— Não. Ontem ela praticamente me expulsou, falando que só uma pessoa doente era o suficiente... — a loira sorriu, ainda com o olhar triste.

— Assim que Lee chegou, achei que o melhor a fazer era contar logo a verdade, apesar de eu nem mesmo fazer ideia de como! — dramático como sempre, porém com razão desta vez, Gai começou a deixar as lagrimas escorrerem pelo rosto — Ela era tão nova!

— Parem de falar como se ela estivesse morta! — Temari rugiu.

— Ela vai ficar bem, tenho certeza de que a Sakura vai achar um jeito de consertar ela... — talvez a escolha de palavras de Sai não tivesse sido a melhor possível, mas ao menos resolveu para acalmar os ânimos de todos ali.

— Mais alguém sabe?

— Konoha inteira... — Temari suspirou — Alguém fez questão de vir gritando até aqui pelo caminho, sabe? — ela encarou Gai pelo canto do olho.

Fazer boas ações como aquela não era exatamente a especialidade de Temari ou qualquer outra pessoa com o "pavio curto" para coisas exageradas, mas ela julgou necessário que ao menos ele e Lee soubessem do ocorrido primeiro.

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Enquanto uma aura pessimista se instalava naquele grupo perto do hospital, nos aposentos reservados para os Kages, Kankuro e Gaara aproveitavam a tranquilidade antes de partirem. Enquanto o mais novo se servia de um chá, o irmão mais velho praticamente dormia ao mesmo tempo que tentava comer alguma coisa.

Crime das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora