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Claire estava acabada e não havia nada que pudesse fazer. Steve estava morto, e Chris tanto
poderia voltar como não, e de um jeito ou de outro, tudo iria pelos ares em breve, e ela não tinha
nada o que dizer sobre isso.
“Você tem dois minutos para alcançar a distância mínima de segurança”. O computador a informou
educadamente, e Claire mostrou o dedo do meio para o alto−falante mais próximo. Se existisse
inferno, ela já saberia o que tocavam nos elevadores ao invés de música.
Só havia um jato onde o elevador a tinha deixado, e Claire apoiou−se no parapeito na frente dele, seus braços cruzados bem apertado, seu olhar fixado nas portas do elevador. Ela olhava e
esperava, sua ansiedade crescendo, uma parte dela acreditando que ele não apareceria enquanto
os alarmes soavam pelo hangar vazio, ecoando de volta para ela.
Não me deixe, Chris, ela pensou, apertando seus braços mais forte. Ela pensou em Steve,
lembrando do ataque de riso que ele a tinha inspirado na ilha. O modo como ele a tinha olhado,
como se fosse louca.
Venha agora, Chris, ela pensou, fechando os olhos e desejando o mais forte que podia. Ela não
podia perdê−lo, também, seu coração não agüentaria.
Restava um minuto para alcançar uma distância segura.
Quando o chão tremeu sob seus pés, ela pensou em chorar, mas não houve lágrimas. Ao invés
disso, ela olhou para o elevador, certa de que ele se fora, tão certa disso que quando a porta do
elevador abriu, quando ele saiu, ela pensou estar alucinando.
“Chris!”. Ela perguntou, sua voz quase um sussurro, e ele estava correndo para ela, espirros de
sangue e algo mais espalhados por seu rosto e braços, e foi aí que ela entendeu que era real. Ela
não teria alucinado sobre ele com meleca na cara.
“Chris!”.
“Entre”. Ele ordenou, e Claire pulou no banco de trás, feliz, assustada e ansiosa, sozinha e aliviada,
desejando que Steve estivesse com eles e triste por não estar. Havia mais sentimentos, dezenas,
mas no momento, ela não podia lidar com nenhum deles. Ela os afastou e não pensou em nada,
não sentiu nada além de esperança.
Chris a prendeu apertado e começou a apertar botões, o pequeno jato acordando. Acima deles, o
teto se dividiu ao meio, as nuvens acima enquanto ele os tirava do hangar, suavemente. Alguns
segundos depois, eles estavam acelerando, deixando o morto complexo para trás.
Os ombros de Chris relaxaram, e ele limpou a testa com as mãos, tentando esfregar a meleca mau
cheirosa.
“Eu podia tomar um banho”. Ele disse de leve, e as lágrimas finalmente vieram, acumulando nos
cílios inferiores.
“Não me deixe sozinha de novo, tá bom?”. Ela perguntou, fazendo o possível para deixar as
lágrimas fora de sua voz.
Chris hesitou, e ela instantaneamente soube porque, sabia que não estava acabado para eles dois.
Aquilo seria pedir demais.
“Umbrella”. Ela disse, e Chris acenou.
“Nós temos que resolver isso, de uma vez por todas”. Ele disse firmemente. “Nós precisamos,
Claire”.
Claire não sabia o que dizer, finalmente optando por não dizer nada. Quando a explosão ocorreu
um momento depois, ela não olhou. Ela fechou os olhos, encostou no assento e desejou não
sonhar caso finalmente dormisse.

Resident evil 6# Código Verônica Onde histórias criam vida. Descubra agora