Não havia quem não comentasse sobre o castelo MacCionarth pelas redondezas.
Alguns senhores de terra começavam a reclamar de Aeryn por incentivar as mulheres a aprender a lutar com arco e flecha e espada.
A resposta padrão de Cayden era "Cuidem das suas mulheres que eu cuido da minha", o que os calava imediatamente.
Concordou com as mudanças que Aeryn fazia aos poucos no castelo, deixando que ela usasse o campo de treinamento para que suas "aprendizes" tivessem tudo o que pudessem para aprender.
Depois de verificar se tudo estava indo bem conversando com os aldeões ele dirigiu seus passos para onde sabia que a esposa estava aquela hora.
-Acreditem. -disse ao longe a voz de Aeryn - essas habilidades que tento lhes passar não é inútil. Saber se defender jamais poderá ser uma inutilidade. É por isso que exijo esse tanto de todas.
As mulheres assentiram, atentas.
-Minha irmã e eu demonstraremos uma pequena luta de espadas. Atenção!
Aghna e Aeryn mostraram ter um grande talento em duelos espadachim, surpreendendo as mulheres presentes.
Os golpes eram rápidos e precisos e as duas eram ágeis, sendo bem velozes e difíceis de acompanhar.
Quando acabaram receberam palmas.
-Obrigada, senhoras e senhoritas. É uma grande preocupação que tenho tanto com o povo que veio comigo quanto com o povo que já morava aqui. Quero ser uma boa lady, quero proteger vocês, é a melhor defesa que pude pensar é ensinar cada uma a lutar. Nem todas terão sempre um pai, marido ou filho que as defenda dos perigos. E perigos, principalmente a nós mulheres são enormes.
Pegou outra espada e virou o cabo para elas.
-Quem vai ser a melhor guerreira aqui?
As mulheres se entreolharam. Uma delas foi rápida e pegou a espada de Aeryn. As outras pegaram espadas espalhadas ao redor e se prepararam para começar.
-Se dividam em duplas.
Divididas, ficaram uma de frente para outra.
-Segure a espada em uma mão e alivie o peso dela apoiando de leve embaixo do cabo com a outra. Prontas? Comecem, quero ver como vocês lutam.
Elas não eram lá muito hábeis mas tinham gana de aprender e isso era o principal.
Aeryn finalmente percebeu seu marido a observando.
-Bom dia, marido.
-Um bom dia, minha esposa.
-O que achas delas?
-Tem mais vontade de aprender que a maioria dos meus soldados, com certeza. E a vontade de aprender é o principal para quem quer saber lutar.
-Não estás irritado pelas mudanças que estou fazendo, estás? Soube das reclamações.
-Na verdade estava pensando em como estou satisfeito em ter a ti como esposa.
Aeryn ficou vermelha como um pimentão, mas depois abriu um sorriso enorme, e Cayden pensou que com certeza queria ver esse sorriso mais vezes.-Foi realmente uma bela luta. -comentou Eileen quando Aghna passou por ela.
-Olha só, ela sabe elogiar.
-Ra ra ra, que engraçada és.
Aghna pensou que a conversa pararia por aí mas mas Eileen tocou seu ombro para chamar sua atenção.
-Eu quero aprender também.
-Como? -ela ficou bem surpresa.
-Eu desejo aprender também! Eu não quero ser a única aqui que não pode se defender!
Eileen fez uma expressão frustrada.
-Meu pai não deixou -me aprender quando quis ser uma espadachim. Segundo ele eu era uma dama e tinha que fazer coisas de dama.
-E por que uma dama não pode ser uma guerreira? Uma coisa não impede a outra. Uma dama não precisa ser indefesa!
-Para ele sim, impedia. -falou Eileen com certa tristeza.
Aghna estava decidida.
-Para mim não impede! E que os Céus me ouçam, serás uma guerreira ou não me chamo Aghna Artegal!
-Obrigada.
E estavam combinadas.Alasdair estava satisfeito. No começo ficou preocupado ao ver que a irmã mais nova tinham pequenas rusgas com a irmã de sua agora cunhada, mas ambas pareciam estar se entendendo bem.
Ele sorriu para ao ver do outro lado da mesa Cayden rindo de algo que Aeryn lhe disse ao pé do ouvido.
Seu irmão estava sorrindo. Seu irmão dava gargalhadas.
A quanto tempo não ouvia Cayden rir de tal maneira.
Estava com saudades de ouvir aquela risada alta, rouca e contagiante de Cayden. O seu irmão sempre fez todos a volta dele tirem com suas piadas, mas isso foi antes daquela maldita entrar em sua vida.
O homem de gracejos, sorriso aberto e conhecido por ser o maia piadista do castelo de MacCionarth deu lugar a um homem sério, que não ria mais, não sorria muito, focado em ser um bom lord.
Mas agora ele agradecia silenciosamente a sua cunhada.
Ele ouviu seu irmão rir de novo.
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Um Highlander Em Minha Vida
Historical FictionQuando a aldeia de Aeryn é invadida, tudo que ela quer é garantir a segurança de sua irmã e impedir que ela e as outras jovens da aldeia sejam capturadas e abusadas pelos escoceses. E com isso, seu destino inesperadamente se entrelaça com o do chefe...