Bônus: Sobre Águias E Ladys

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Música: Flutua, Johnny Hooker e Liniker O que vão dizer de nós?Seus pais, Deus e coisas taisQuando ouvirem rumores, do nosso amor?

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Música: Flutua, Johnny Hooker e Liniker
O que vão dizer de nós?
Seus pais, Deus e coisas tais
Quando ouvirem rumores, do nosso amor?

Tudo começou quando Eileen foi totalmente contra a permanência da presença dos irlandeses nas terras de sua família.
Os MacCionarth sofreram demais nas mãos de estrangeiros para que Eileen conseguisse dar sequer um voto de confiança para a ruiva celta e seu povo.
Ainda tinha traumas da quase morte de Cayden nas mãos da Elena, a inglesa desgraçada que ela adoraria estrangular com as próprias mãos se alguém algum dia oferecesse essa oportunidade.
Seria capaz de oferecer todas as jóias que amava (por serem presentes de sua amada mãe) só para ter alguns segundos sozinha com a filha de uma quenga.
Sem entender as razões de Eileen para o preconceito, Aghna retribuiu ódio com ódio e riu muito no dia em que acertou a cabeça de Eileen com bolas de neve.
E o melhor é que nunca poderia ser punida pelo feito, visto que ninguém poderia imaginar que ela era a águia que atingiu Eileen.
A implicância mútua deu uma pequena pausa quando Eileen, ao ver Aeryn e Aghna lutando, ficou impressionada com o desempenho das irmãs Artegal.
Ela sentiu um misto de admiração, inveja, despeito e tristeza por nunca ter podido ter a chance de aprender tais coisas. Era obrigada a ser uma lady, uma dama, a futura esposa perfeita vendida como um saco de batatas para algum senhor de terras aliado de sua família.
Um futuro que ela não escolheu, não queria, e que foi-lhe imposto desde que nasceu.
E ao ver que de toda a família ela era a única sem alguma habilidade útil, um sentimento de inferioridade se abateu sobre Eileen.
Cayden e Alasdair dispensavam comentários, eram guerreiros fortes e admirados, os filhos homens perfeitos. Aeryn e Aghna eram mulheres singulares, com oportunidades que quase nenhuma mulher podia ter, seja na nobreza ou na plebe. Eram guerreiras tão temíveis quanto o mais feroz soldado do seu castelo, e não podiam ser subestimadas.
E ela era... A futura esposa que abriria as pernas para algum nobre e seria sua égua parideira, e só simplesmente por que sim.
Tal perspectiva a deixava doente de desespero.
E sabendo que já estava numa idade muito visada para o casamento, que seus dias de liberdade em breve iriam acabar, abandonou um pouco do seu orgulho e decidiu aproveitar o tempo que restava para fazer o que queria.
E assim, sabendo que sua cunhada estava ocupada cuidando dos problemas do castelo, pediu para Aghna ensinar-lhe a manejar uma espada, algo que sempre quis aprender.
E então a animosidade mútua deu lugar as aulas.

Baby, eu já cansei de me esconder
Entre olhares, sussurros com você
Somos dois, e nada mais
Eles não vão vencer
Baby, nada há de ser, em vão
Antes dessa noite acabar
Dance comigo, a nossa canção!

Percebeu que se sentia estranha quando se enroscou em Aghna e uma caiu em cima da outra em um treino.
Ela se sentia esquisita, a memória do momento atormentava sua mente e ela não entendia o porquê.
Aghna também não parava de pensar nesse segundo, não compreendia por que se sentia tão envergonhada, como se fosse errado pensar em Eileen.
Por que se sentia assim não sabia.
Até pensou em falar com sua irmã e pedir seus conselhos, mas não queria atrapalhar Aeryn que tinha a dura tarefa de ser senhora de um castelo e cuidar de dois povos.
Um dia, porém, as coisas mudaram.
Depois de um treino bem extenuante, quando ambas estavam exaustas e cansadas, resolveram tomar banho na correnteza do rio que passava ao lado do castelo, e Eileen a levou perto da caverna que era o lugar favorito de Cayden.
Para surpresa e vergonha de Eileen, Aghna tirou rapidamente suas roupas e se jogou na água.
Geralmente ela e sua irmã tomavam banho de rio na antiga aldeia e nunca tiveram problemas com isso, já acostumadas desde crianças a se banharem juntas.
Eileen ficou chocada, era a primeira vez que via uma pessoa nua e ficou alguns segundos parada, processando mentalmente o que viu, olhando um pouco fixo demais para a ruiva.
–Entra aí MacCionarth, a água está ótima!
Despertada do estado de hipnose, Eileen logo se juntou a ela.
Passou a levar Aghna muitas vezes lá.
Não conseguia evitar sua curiosidade com tamanha desinibição da irmã de sua cunhada, e seu jeito livre e sem amarras.
Um dia, ambas nadavam juntas, e enquanto Eileen olhava para o horizonte, distraída, Aghna mergulhou até o fundo e depois voltou a margem, jogando o cabelo para trás enquanto o sol a iluminava.
Eileen, encantada com a cena, a achou parecida a uma sereia.
Não resistiu e se aproximou de Aghna.
–Eileen?
Para a surpresa de ambas, ela a beijou pela primeira vez.
Quando percebeu o que fez, assustada e com vergonha do ato, deixou Aghna ainda atordoada ali, e saiu correndo, se vestindo rapidamente e lançando seu corpo em direção ao castelo.
–O que eu fiz? O que está acontecendo comigo?
Evitou Aghna durante dias. Faltou aos treinos e queria esquecer seu ato imprudente. E torcia para que Aghna fizesse o mesmo.
Mas no mesmo dia que seu irmão viajou para a Inglaterra, quando saía de seu quarto, foi encurralada por Aghna contra a parede.
–Se está pensando em fugir de mim está muito enganada MacCionarth.
Eileen não estava preparada para esse confronto.
O rosto sério de Aghna indicava que teria que lidar com essa situação querendo ou não.
Se algo aprendeu é que as duas irmãs eram parecidas na hora de bater de frente com o que as incomodavam.
Simplesmente eram diretas e não desistiam de falar cara a cara.
–Por que fez aquilo?
Direta, exatamente como Eileen pensou que seria.
E ela sabia, Aghna só a soltaria se fosse direta também.
Ela decidiu ser corajosa, e enfrentar as consequências.
–Por que eu quis. Por que senti vontade e por que eu desejei fazer.
Elas se olharam por alguns segundos, caladas.
E para a surpresa de Eileen, foi Aghna quem dessa vez a beijou.

E flutua, flutua
N

inguém vai poder, querer nos dizer como amar

E flutua, flutua
Ninguém vai poder, querer nos dizer como amar

Ela sabia o perigo que corria, aliás ambas sabiam.
Desde o início estavam condenadas.
Temiam o ódio de suas famílias. Temiam o ódio de ambos os povos.
E

estavam cientes que arriscaram suas vidas e a reputação dos MacCionarth perante os escoceses  e dos Artegal perante os irlandeses.
Mas resolveram viver tudo o que tinha que ser vivido entre elas não importando as consequências.
Eileen logo arranjaria um noivo.
Aghna, como cunhada do Lord também seria visada em um casamento vantajoso.
E visto que seriam sacrificadas como cordeiros pelo bem de sua família, elas queriam possuir uma a outra com toda a intensidade que pudessem, pois sabiam nunca mais poder viver esse sentimento novamente.
E assim seguiram tentando ser discretas.
Alasdair, que estava cuidando dos assuntos do castelo na ausência de Cayden, ficou chocado ao constatar o que estava acontecendo, mas sentiu medo de confrontar a sua querida irmã mais nova, que sempre protegeu desde criança.
Não queria uma tragédia se abatendo sobre sua família, que já sofreu tanto.
Quando seus irmãos voltaram, ele não sabia como chegar nesse assunto e alertar Cayden e Aeryn sem causar um escândalo.
Aeryn, que sempre foi um livro aberto com a irmã, pela primeira vez se fechou e não pode ser sincera com ela.
Combinou de encontrar Eileen no seu esconderijo favorito sem saber que uma criada tinha as flagrado.
Abraçadas, ela confessou seu medo.
–Eu não sei como contar.
–Eu também não. -falou Eileen com tristeza.
–Eu quero que minha irmã saiba por mim, mas ao mesmo tempo sei que isso seria o nosso fim. Se ela me odiar eu não sei o que vou fazer. Ela é a única família que eu tenho.
–Ninguém vai nos aceitar. Por mais que doa sabemos disso. No momento em que souberem da gente estaríamos...
–Eileen? Aghna?
A voz chocada de Cayden encheu o ambiente.
E elas sabiam.
Estavam perdidas.

Entre conversas soltas pelo chão
Teu corpo teso, duro, são
E teu cheiro que ainda ficou na minha mão
Um novo tempo há de vencer
Pra que a gente possa florescer
E, baby, amar, amar, sem temer

Entre conversas soltas pelo chãoTeu corpo teso, duro, sãoE teu cheiro que ainda ficou na minha mãoUm novo tempo há de vencerPra que a gente possa florescerE, baby, amar, amar, sem temer

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