Posso Ter Um Amém?

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Música: Amen, Halestorm

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Música: Amen, Halestorm

Um incêndio tem que queimar

O mundo vai girar

A chuva tem que cair

O destino vai chamar

Mas eu continuo respirando

Enquanto meu coração está batendo
Eileen olhou para o vestido no espelho.
Estava linda, como nunca esteve em sua vida. 
E nunca esteve tão triste, e infeliz.
O

dia chegou mais rápido do que ela imaginou.
Ela tentava se consolar, dizendo a si mesma que apesar de tudo viveu o que queria mesmo que fosse por pouco tempo.
Ela foi livre, ela amou, ela fez o que quis.
E isso, como mulher, era mais do que muitas tinham permissão de viver.
Mas não conseguia se impedir de chorar um pouco.
Ela pensava em Aghna, como ela deve estar, se sabia que estava prestes a se casar.
Como ela vai receber essa notícia? Como ela deve estar no convento?
Respirando fundo, limpou as lágrimas e se ajeitou.
Ela era uma MacCionarth e vai enfrentar de peito erguido qualquer desafio que a vida lhe impuser.
Ela não vai fraquejar, não pode fraquejar.

Ela vai erguer a cabeça, e ir em frente não importa o que. Esse é o dever de uma mulher do seu povo.

Alguém precisa odiar

Isso nunca vai mudar

Fica mais difícil todos os dias

Este lugar é um inferno

Não deixe seu coração congelar

Para se manter acreditando

Quando Cayden entrou no quarto, quase desistiu e mandou mensageiros para ordenar que os convidados e o noivo fossem embora do castelo e cancelou a cerimônia.
Eileen tentava disfarçar, mas a angústia se espalhava ao seu redor como erva daninha.
Ele fechou os olhos, lamentando ser o Lord de MacCionarth, aquele que toma as grandes decisões que ninguém quer tomar.

Eileen?
Ela se levantou com determinação.
–Vamos! -falou, tentando manter a voz firme.
Sem dizer nada, ele ofereceu o braço para a irmã, que o segurou.
E ela foi cumprir sua sina.
Caminhando lentamente até Aenar Bailenfour (irmão da finada "quase noiva" de Cayden) ela apertou com mais força o braço do irmão.
O tempo passava lentamente, para a sua irritação, enquanto o sacerdote dizia palavras monótonas, que Eileen não era capaz sequer de se concentrar.
Ela só queria que acabasse logo.
Mas para a surpresa dela, a atenção foi desviada por um burburinho.
Ela olhou para trás e congelou.
Era Aghna, olhando para ela.

Mas não vou correr

Eu não tenho medo

Eu os olho nos olhos

Vão me ouvir dizer

Minha vida

Meu amor

Meu sexo

Minha droga

Minha luxúria

Meu Deus, não é nenhum pecado

Posso ouvir?

Posso ouvir um amém?

No começo, ela ficou paralisada, sem saber o que fazer.
Aghna caminhou lentamente em direção a ela.

E ficou a sua frente.
Eileen olhou o noivo, o sacerdote e os convidados.
E tomou sua decisão.
Para o choque, horror e surpresa de todos ali presentes, Eileen segurou a face de Aghna e lhe deu um beijo ali mesmo, no altar.
E depois que a beijou profundamente, a ruiva lhe estendeu a mão. Ela agarrou com a sua. E correram em fuga, para o lado de fora da propriedade.
Ainda se recuperando do choque, as pessoas começaram a se mexer, atordoadas.
–Prendam aquelas duas aberrações!
Alguns poucos soldados, da família do noivo, se arriscaram a correr atrás delas.
Os soldados de MacCionarth por outro lado não moveram um músculo. Não podiam ir atrás de Eileen. Eles viram aquela menina crescer e a amavam.
–Como você pode? Como deixou que duas aberrações fizessem isso e causasse essa vergonha para as nossas famílias?
Lord Bailenfour estava furioso, seus gritos se sobrepondo aos murmúrios dos comentários das outras pessoas presentes.
–Não imaginei que isso fosse acontecer.
–Elas são aberrações do Diabo! Duas abomináveis sodomitas!
Enfezada com o que o homem falou de sua irmã, Aeryn puxou o marido.
–Sabe, senhor Bailenfour, eu vejo muito mais o Diabo no ódio aos outros do que no amor. Se é um homem de Deus deveria ver também.
Se virou para Cayden.
–Amor não estou me sentindo bem, foi muita emoção, vamos por favor.
–Vamos. Mas antes...
Ele ergueu a voz para os convidados que ainda estavam em suas cadeiras.
–Não teve casamento, mas vai ter bebida e comida. Aproveitem a minha hospitalidade e obrigado por virem.
E foram embora.
Enquanto isso, sabendo que seriam perseguidas, Aghna tinha feito um esconderijo bem alto, e pôs nele comida, roupas e vários cobertores, já prevenida antes de ir interromper o casamento.
Se transformou em águia e levou Eileen até lá.
–Obrigada meu amor. Obrigada por ter vindo, obrigada por ter me impedido.
–Sabe que vamos viver em fuga, não sabe?
–Vale a pena. -Eileen disse, abraçando a amada -Se for para ficar do seu lado, vale a pena.
     
   Mas não tenho vergonha

Vai ser preciso mais do que isso

Para me quebrar

Minha vida

Meu amor

Meu sexo

Minha droga

Minha luxúria

Meu Deus, não é nenhum pecado

Posso ouvir?

Posso ouvir um amém?

Um Highlander Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora