Depois de tantas emoções fortes, dias um pouco mais calmos se seguiram.
Aeryn se surpreendeu com a calma de Cayden, pensou que ele surtaria com o feito de suas irmãs mas ele parecia conformado com a fuga das duas.
Ele estava dando ordens aos soldados, o que a fez perceber que algo estava errado, eles estavam treinando mais duro e se preparando para um ataque.
–Cayden, você acha que vamos enfrentar uma batalha em breve, não é?
–Eu planejei casar Eileen com o filho do Bailenfour para finalmente haver paz entre as nossas famílias. Mas ela fugir com outra mulher e abandonando Aenar no altar com toda certeza não fez bem a nossas relações. Eu tenho certeza que ele vai se rebelar.
–Você fez alguma coisa para ter certeza não fez?
–Eu consegui subornar um dos criados.
Ele realmente não era suserano a toa.
–Ele vai atacar amanhã, pensa me pegar de surpresa. Não está esperando uma reação minha contra ele e seus aliados.
Por incrível que pareça, apesar da fofoca sobre Eileen e Aghna e da maledicência contra o nome MacCionarth, as pessoas não agiram de forma tão ultrajante quanto ela imaginou.
–Eu vou estar preparado! -falou Cayden, de forma decidida.
E ela estava decidida a participar da luta também.
Claro que não iria se arriscar diretamente por causa da gravidez, mas havia coisas que não precisavam exatamente de luta direta para serem feitas.Cayden e Alasdair estavam cada vez mais tensos a medida que a hora passava.
A ansiedade para a luta estava crescente dentro deles.
Cayden ordenou que parte do exército se escondesse enquanto a outra parte ficaria a vista e fingiria estar distraída e desarmada, mas mantendo suas armas bem escondidas do lado em que a visão dos inimigos alcançava.
Enquanto isso, Aeryn estava no alto, de vigia, pronta para dar o sinal.
Ela viu quando o exército se aproximou e deu um longo grasnado de aviso.
Cayden assentiu para ela e se preparou.
O exército de Bailenfour chegou, pronto para cair sobre Cayden e seus homens.
Quando chegaram bem perto, Cayden deu seu grito de guerra e a outra parte dos seus homens apareceu.
A batalha começou.
Cayden e Alasdair conseguiram matar alguns e ferir outros.
O barulho de espada contra espada era ensurdecedor.
A luta era sangrenta e parecia durar uma eternidade.
Mas ninguém imaginava a tragédia que iria acontecer.
Enquanto Cayden estava distraído lutando com quatro homens ao mesmo tempo, Alasdair percebeu que Bailenfour pegou um arco e uma flecha.
A flecha, lançada rapidamente, iria ser encravada facilmente na nuca de Cayden, que estava de costas.
Mas Alasdair, por instinto de proteção ao irmão, se jogou na frente e foi atingido na garganta.
Ao ouvir o terrível barulho atrás de si, Cayden se distraiu e ficou chocado ao ver o seu irmão caindo, com a mão na ferida que não parava de sangrar.
Um dos seus oponentes aproveitou para o atingir no ombro.
Cayden gritou de dor, mas conseguiu desviar de outro golpe e atingiu sua espada na mão do homem, a cortando. Depois, os outros três começaram a dispersar com o exército.
Cayden segurou seu irmão e soltou um outro grito, dessa vez de agonia e culpa.
Aeryn, desesperada com a morte do seu cunhado, foi atrás de Bailenfour.
Foi um choque imenso para o restante dos revoltosos ver uma enorme águia se jogando contra o homem, bicando seus olhos e depois usando suas garras para cortar o seu pescoço.
Enquanto o homem se esvazia no próprio sangue Aeryn se foi.
Cayden abraçava seu irmão e chorava.
–Não, você não fez isso comigo! Você não me deixou! Se mexa! Volta pra mim! Se mexa!
Aeryn se transformou num lugar mais afastado e correu até o marido.
Ela o abraçou por trás, tentando em vão o consolar, enquanto suas próprias lágrimas desciam pela face.
Cayden nunca se sentiu tão quebrado e miserável.
Ele falhou com seu irmão, era seu dever de irmão mais velho proteger Alasdair e ele o perdeu numa batalha maldita que nunca devia ter acontecido.
Logo ele foi levado para dentro do castelo e preparado para o enterro.
A tristeza enchia o coração de ambos.
Uma dor tão de repente, tão inesperada quanto essa pegou a todos de surpresa.
Ninguém jamais cogitou que Alasdair pudesse morrer tão jovem.
Mais do que nunca, estava o humor dos habitantes sombrio e soturno.
Cayden decidiu se afastar e ficar um pouco sozinho.
Aeryn respeitou isso, visto que às vezes ela também precisou de um tempo para pensar e digerir a situação.
Ela realmente lamentava a morte de seu cunhado. Ela gostava de Alasdair e ele era sua família também.
Mas as tragédias do dia não tinham piorado.
Um soldado logo apareceu gritando.
–SOCORRO! SEQUESTRARAM O LORD!
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Um Highlander Em Minha Vida
Historical FictionQuando a aldeia de Aeryn é invadida, tudo que ela quer é garantir a segurança de sua irmã e impedir que ela e as outras jovens da aldeia sejam capturadas e abusadas pelos escoceses. E com isso, seu destino inesperadamente se entrelaça com o do chefe...