Não, Eu Não Gosto De Você

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"Eu serei a atriz estrelando seus sonhos ruins"

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"Eu serei a atriz estrelando seus sonhos ruins"

Aeryn estava mais do que disposta a passar um tempo sozinha com Elena. Melhor ainda se nesse meio tempo estivessem sem ninguém por perto e ela pudesse atormentar a víbora sem alguém interrompendo o que ela pretendia fazer.
Primeiro usar a tática de sorrir em silêncio para ela. Seu pai a ensinou muito bem essa.
"Sorrias para o seu inimigo como se pudesses esmagar seu crânio com facilidade, mas não diga nada. Saboreies a situação. Esta técnica o fará pensar que tens um truque contra ele, que estás apenas esperando um momento inesperado para o atacares. Dês a impressão de ser um predador brincando com a presa."
Ah sim, estava bem nítido em sua memória o ensinamento dele.
E funcionava, já que dava a ela o seu sorriso mais assustador, como se fosse matá-la a qualquer segundo. Não que vontade ela não tivesse depois do que Cayden lhe contou.
-Imagino que Cayden contou-lhe o relacionamento que tivemos.
-Relacionamento? Tens uma definição esquisita Elena. Chamas de relacionamento trair um homem e quase causar a morte dele? Temo muito o que então consideras um casamento!
Aeryn fingiu se lembrar de algo com uma expressão surpresa e depois soltou uma pequena risada.
-É verdade, não tens um casamento! Meu marido cortou um instrumento muito importante do Conde na noite de núpcias, esqueci-me deste triste detalhe!
Elena ficou furiosa.
-Sua...
-O que é isto? A sobrinha do rei está quase dizendo uma ofensa a uma convidada de seu tio?
A condessa ficou vermelha de raiva. Estava se arrependendo de ficar sozinha com a esposa de MacCionarth.
-Ah condessa de Chapman, eu apenas comecei com vossa senhoria.
Elena fez cara de deboche.
-Dizes isso apenas por que teu marido foste apaixonado por mim e rejeitado?
Aeryn devolveu o deboche de imediato.
-Apaixonado por ti? Por esta pessoa que és? Ele gostava era da ideia que fingiste ser! Tua pessoa verdadeira jamais seria amada! Minha cara, mulheres como tu os homens acham com facilidade em qualquer alcova de mulheres da vida. A diferença entre ti e as mulheres que se vendem nos becos escuros por uns poucos trocados é que elas se sujam por que não tem opção, tu te sujas por que quis assim!
-Como ousas me comparar a uma rameira?
-Oh, mas não comparo. Rameiras e mulheres da vida eu entendo e até tenho pena. São mulheres sem escolha, que eu ajudaria se pudesse. Tua pessoa eu só desprezo mesmo.
Elena estava prestes a dar um tapa em Aeryn, mas sem nem perceber como levou uma rasteira e caiu no chão. Aeryn reagiu muito rápido, já pronta para contra atacar a sobrinha do rei.
-Muitíssimo obrigada pela tua maravilhosa companhia Elena. Com certeza pedirei ao rei para ter sua presença ao meu lado mais vezes. Vou encher-te de elogios com toda a certeza. Mas agora eu tenho que dispensar-te e ir atrás do meu lindo marido. Já que estás aí no chão poderias aproveitar e rastejar-se um pouco pelo castelo. Estar no chão é o lugar das cobras, não é verdade?
Aeryn deu um último sorriso a uma chocada Elena e foi embora do lugar.
Ainda queria encontrar alguém que lhe ajudasse a fazer uma pequena brincadeira com a víbora da nobreza e passearia um pouco para conhecer a criadagem do castelo e dar seguimento a seu plano.

Ainda queria encontrar alguém que lhe ajudasse a fazer uma pequena brincadeira com a víbora da nobreza e passearia um pouco para conhecer a criadagem do castelo e dar seguimento a seu plano

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Depois de tudo pronto, Aeryn reencontrou Cayden, que ainda conversava com o rei.
Ele ficou aliviado quando viu sua esposa.
-Mas já terminaram?
-Sim majestade. Elena sentiu-se um pouco indisposta agora a pouco, mas já gostei demasiado de sua presença.
-Fico feliz. -diz o rei desconfiado para ela.
-Majestade, aconteceu algo?
-Não nada. É que fizeste agora a mesma expressão que um irmão meu fazia quando apontava uma das suas, mas deixa estar, foi só uma leve impressão. Não é como se fossem relacionados. Não tens nada a aprontar, não é lady?
-Aprontar? Eu? Não, que isto. Não há motivos para tal.
-Pois é. Mudando de assunto lady MacCionarth, a senhora e seu marido estão convidados para o banquete hoje. É em homenagem a sua visita e quero muito que os dois provem do sabor do meu vinho especial, feito especialmente com as uvas cultivadas do palácio desde o tempo de meu pai.
-Será um prazer estar convosco em um banquete, Vossa Majestade.
Um criado chegou com discrição perto do rei e disse algo em seu ouvido.
-Deixarei-lhes agora senhor e senhora, pois que o dever real chama-me com urgência, mas quero muito conversar com ambos em uma hora mais calma.
-Vá em paz. Estaremos ansiosos, rei Henry.
Quando ele saiu Cayden olhou para Aeryn preocupado e acariciou seu rosto.
-Por um segundo temi por ti ao lado daquela serpente do demônio Aeryn!
-Assim até me ofendes marido! Cobras como ela não são páreo para a sua esposa!
-Sei que és uma oponente mais que formidável mas não posso evitar ter medo por ti perto daquela cobra traiçoeira. E a cobra está no território dela ainda por cima. Ela tem o sangue do rei.
-Meu Cayden, não fiques desta maneira. Sei ser sutil quando preciso. Se tem uma coisa que aprendi é que pessoas de alma podre como aquela mulher sempre acharão o caminho da própria destruição. O grande erro de gente como ela é se acreditarem como os únicos maus, os únicos espertos, os únicos capazes de fazerem coisas horríveis. Mas não é bem assim. E hoje ela teve uma prova do quão pior que ela eu posso ser.
-Prometes que tomar as cuidado Aeryn?
-Se o deixas tranquilo, eu prometo-te.
Ele respirou fundo e a abraçou.
-Não suportaria algo de mal te acontecendo.
-Acalma-te homem. Estou aqui para ser teu apoio, não estou?
Ele assentiu.
-E és. O maior apoio que poderia desejar agora.
-Aqui do teu lado estou. Aqui estarei. Sempre.
-E eu não poderia ser mais grato.

Mais tarde, na hora da refeição ambos foram os primeiros a chegar

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Mais tarde, na hora da refeição ambos foram os primeiros a chegar.
Aeryn e Cayden estavam entretidos com o rei quando Elena chegou.
Aeryn fingiu não perceber e sem que ela visse pôs o pé na frente enquanto ela se dirigia a própria cadeira, fazendo Elena tropeçar, e o rei a olhar com surpresa visto que sua sobrinha nunca fora uma desastrada.
-Elena, o que é isto?
-Oh Majestade, mil perdões. -falou Aeryn fazendo sua melhor expressão de inocente e seu tom mais meigo - Estava tão entretida na conversa com o senhor e a rainha Anne que não percebi que meu pé estava no caminho. Desculpe condessa.
Elena já estava tomada de ódio, mas teve que se controlar e fingir que estava tudo bem.
O banquete seguiu de forma normal, com pequenas alfinetadas discretas entre as duas, além de Aeryn fingir que uma pedra de sua pulseira caiu no chão, se agachando embaixo da mesa e aproveitando para dar um beliscão em Elena sem ninguém ver.
Mas o melhor foi no final, quando um barulho de pum foi ouvido e Elena, com cara de dor, saiu correndo da mesa com o rosto vermelho de vergonha.
-Desculpem-nos, não sei o que há com minha sobrinha este dia.
-Talvez sua sobrinha esteja com algum problema de saúde, apenas isso. -falou Aeryn com um tom de voz compreensivo, enquanto por dentro ria, visto que tinha subornado uma criada para por no prato de Elena uma erva que causava diarréia. A noite de hoje seria terrível com o desarranjo intestinal da condessa.
Sentia dó das criadas depois do acontecido.
Cayden, que não era bobo, notou o dedo da esposa só de ouvir as palavras com tom inocente dela, desviou a conversa para outro assunto e tentou guardar a risada para mais tarde.
Ele se preocupou a toa.
Estava no ninho de cobras, mas Aeryn era a águia, e águias devoram as cobras.

Estava no ninho de cobras, mas Aeryn era a águia, e águias devoram as cobras

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