30. O casamento.

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Aurora contraiu o rosto, sua audição sensível reclamando pelos sons arrastados e estridentes que os saltos de Bella faziam contra o chão

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Aurora contraiu o rosto, sua audição sensível reclamando pelos sons arrastados e estridentes que os saltos de Bella faziam contra o chão.

— Só precisa amaciar um pouco. — Alice comentou, como se confortasse a outra.

Bella lhe olhou, incredulidade estampada em sua face.

— Eu 'tô amaciando. — Bella retrucou em um tom óbvio. — Há três dias. — Ela tentou mais alguns passos, vacilante.

A ruiva pressionou o ouvido direito com a mão, fazendo uma careta tanto pelo barulho quanto pelo visível desconforto da humana em tentar desfilar com os scarpins Manolo Blahnik.

Eram belos sapatos, combinavam perfeitamente com o discreto e elegante vestido que Alice havia desenhado. Mas ambos, e aquela decoração, e a cerimônia, destoavam gritantemente de Isabella. A humana parecia mais pálida ainda, se possível, e Aurora chegou a compará-la mentalmente com uma recém-criada. Fora o fato de que talvez, apenas talvez, Bella estivesse prestes a desmaiar, ou vomitar.

Aurora sentiu compaixão por ela naquele momento. A ruiva sabia que só não havia ficado tão ou mais nervosa que Isabella, porque quando se casou com Jasper já era vampira, então as reações humanas não lhe eram mais possíveis.

Mesmo assim, Bella ainda parecia um tanto apática. Como se não estivesse prestes a se casar no dia seguinte. Aurora suspirou lentamente, se impedindo de julgar a outra garota pelo motivo que fosse. Não era da sua conta, afinal.

A ruiva deu um aperto fraco no ombro de Alice em sinal de apoio e se virou para dentro, andando até a sala onde James estava. O bebê tinha um emaranhado de fios loiros e cacheados na cabeça, e as bochechas intensamente rosadas pelo frio repentino de Forks. Ele estava em um cercadinho, sentado entre alguns brinquedos e mordendo a orelha de um gato de pelúcia.

Assim que viu a ruiva se aproximando, James riu, exibindo seus únicos dois dentinhos inferiores recém-crescidos, e cambaleando para ficar de pé, se agarrando nas barras do cercado.

— Ma-ma... — Ele balbuciou uma das poucas coisas que sabia. Aurora sorriu amplamente, se esticando para pegar James nos braços, o apertando um pouco, aproveitando o calor confortável do corpo pequeno e frágil de seu filho. — Ma-ma-ma... — Aurora o balançou um pouco, enquanto James agarrava os fios ruivos com seus dedos gordinhos.

— Por que você precisa crescer? — Ela perguntou para ninguém em especial, parecendo realmente contrariada.

James balbuciou coisas ininteligíveis, olhando tão intensamente nos olhos da vampira, que ela se sentiu um tanto zonza. Era sempre assim. James não dizia nada com nada, como era de se esperar de um bebê, mas olhava para as pessoas como se entendesse tudo que acontecia ao redor, como se pudesse se comunicar apenas com os olhos.

𝐁𝐑𝐈𝐆𝐇𝐓 ¹ ࿐  ʲᵃˢᵖᵉʳ ʰᵃˡᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora