Bailey

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Eu amo pensar em como ela me faz bem. Parece besteira, não é? Ficar pensando nos mínimos detalhes que formam seu amor uma coisa incondicional. Eu não sei dizer porque isso acontece... E nem acho que exista uma epistemologia para isso. As lembranças surgem em minha cabeça e eu simplesmente não deixo-as irem embora. Um loope infinito talvez.

Estou levando Sabina ao seu apartamento. Tateio o bolso da minha jaqueta mais uma vez pra ver se o que guardei ainda está lá. Tenho uma pequena surpresa. O frio na barriga nunca me deixa. Minhas mãos estão soando. É verdadeiramente difícil fazer isso ou eu que estou dando complicações a um pequeno ato?

Paro em frente à seu apartamento. Desço do carro e faço questão de ir pessoalmente abrir a porta para que ela saia. Eu desvio meus olhos dessa mulher por um segundo e quando volto a fitá-la meu coração bate forte outra vez. Talvez eu me acostume com tal beleza algum dia. Talvez.

- Foi muito bom passar a tarde com você - sua voz doce e sedutora invade meus ouvidos e é recebida de braços abertos. Eu amo o jeito que cada palavra sai de sua boca.

- Digo o mesmo - respondo. - Fazia tempo que eu não me divertia tanto.

- A gente podia sair mais vezes!

- Tenho certeza que isso vai acontecer sempre - afirmo.

- Como pode ter tanta certeza? - Provoca-me com sua voz calma e seu corpo próximo ao meu.

- Eu apenas tenho - digo. Estamos num jogo de mistério.

- O que me resta é sentar e esperar? - Sabina arqueia uma sobrancelha.

- Acho que não vai ter que esperar tanto tempo.

- Ah, é? - estamos muito próximos agora. Nossos olhos se encontram e permanecem firmes mutuamente. - E por que não?

Respira, Bailey, respira. Não deixe o passado te atrapalhar, é diferente agora. Tudo é diferente. Ela não vai rejeitar dessa vez. Sua consciência não deixaria. Seu coração não deixaria. Enfio a mão no bolso da jaqueta e retiro uma pequena caixinha azul.

- Sabina... - respiro fundo e abro o pequeno porta-jóias com uma pulseira dentro. - Quer namorar comigo?

Meu coração acelera. Por que de tanto nervosismo? Minhas mãos tremem. É possível suar por todas as partes do corpo mesmo numa noite fria? Segundo parecem eternidades. Seus lindos olhos formam pequenas meia-luas. Um grande sorriso aparece em seus lábios. Isso é um sim? Eu devo ficar aliviado? Calma, Bailey. Ainda não surte.

- É claro que eu aceito - suas poucas palavras fizeram um suspiro sair de meu nariz. Me trouxe alívio, me sinto bem. Deixo escapar um sorriso enorme também. - Você não sabe o quanto eu esperei por isso!

Beijo-a. Encosto em seus lábios afoitamente. Morango, ela tem gosto de morango. Minha língua desliza por sua boca, ela faz o mesmo. Minha mão está em sua cintura, nem sei se devia. Eu estou inespressávelmente feliz. Acabamos por nos separar pois faltou oxigênio em nossos pulmões.

- Deixa eu colocar isso em você - refiro-me a pulseira que retiro do outro objetivo e ponho em volta do pulso de Sabina.

- Ai, meus deus, Bailey, é linda! - ela exclama.

- Não tanto quanto você - não perco a oportunidade de exaltá-la.

- Você é muito fofo.

- E você é o amor da minha vida.

- Então assim que é viver num livro de romance? - seu sorriso encanta-me, fico lisonjeado de ser o motivo para tal ato.

- Não, não, Sabina. Isso é bem melhor.

Ela beija meus lábios novamente, mas dessa vez é lento e molhado. Apaixonante. Podendo ou não, ponho a mão em sua nuca. Acaricio-a.

Não sei se a etnologia já descobriu uma palavra pra isso mas... Sabina, você é mais que perfeita!

ᴀᴜᴛᴏ ɪɴsᴜғɪᴄɪᴇɴᴛᴇ  ✰  ɴᴏsʜ/sᴀʙɪʟᴇʏ/sʜɪᴠɪɴᴀ  ❖  Now UnitedOnde histórias criam vida. Descubra agora