did you cut your hair?

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POV. Amybeth

No momento, acabei de me sentar no sofá de minha residência, um pouco apreensiva. Minha mãe surtou, só porque eu cheguei tarde de uma balada e fumei maconha com uns amigos. Mas isso é normal, coisa de adolescente, não existe razões para ela ter surtado comigo. Ou existe?

Pude ver meu pai acompanhado dela, descendo as escadas. Os dois pareciam estar bem zangados.

Se fudeu, Amybeth!

- A culpa é sua que deixou ela sair, Alberto! Agora ela está aí, louca de drogas! - Minha mãe gritou exagerada. Não pude conter a vontade de revirar os olhos.

- Eu estou bem, gente. Mãe, eu só experimentei, eu não fumei a maconha. - Eu menti, mas se dissesse que fumei, ela teria um surto maior que esse e me proibiria de sair de casa.

- Eu te proíbo de sair com esses amiguinhos toscos que falaram para você fumar, mocinha! Você me decepcionou muito. - Disse meu pai. Nós tínhamos uma relação mais próxima e mais carinhosa do que a relação com minha mãe, Alyssa.

Eu tenho medo dela. Sim, eu tenho medo da minha própria mãe. Desde bebê, ela sempre soube me desprezar e deixar claro o quanto sou teimosa e ridícula. Já meu pai, sempre soube me elogiar e me amar, não importa a pessoa que eu seja.

Minha mãe nunca foi com a minha cara. Quando eu nasci, um dos enfermeiros foi me entregar para ela e ela rejeitou, nem quis me encarar. Meu pai, todo sem graça que me carregou no colo e eu sorri para ele, pela primeira vez. Não me lembro de como era a sensação, é claro. No entanto, deve ser a mesma de hoje em dia, quando o encaro. Uma sensação adorável.

- Ela merece muito mais do que só um castigo. Venha comigo, Amybeth! - E a morena me puxou pelo braço, tomada pela raiva.

- Não! Me solta! Me solta, sua maluca! - Grito angustiada.

Ela bate em minha bochecha, deixando sua marca na mesma. Vadia!

- Amor, pare com isso agora! - Gritou meu pai, cheio de fúria.

- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO!? - Grito, com lágrimas nos olhos.

- Você é uma aberração, Amybeth Mcnulty! Eu não te amo e nunca te amei! - Esbravejou a mulher, fazendo as lágrimas que antes presas nos meus olhos, caírem pelo meu rosto.

Eu não consegui falar nada, só a empurrei, empurrei meu pai e saí correndo para fora daquela casa.

Quanto mais eu ficar longe daquela mulher, melhor. Melhor para mim.

Corri tanto que fui parar num tipo de rodoanel, fora de minha cidade.

Me sentei em uma mini montanha cheia de mato e fiquei admirando o pôr-do-sol, ainda chorando.

- Amy? - Olhei para trás e Sadie se aproximava.

- Oi Sadie. - Digo fungando e limpando rapidamente minhas lágrimas. Estava tão desesperada que nem tive tempo de questionar o que ela fazia ali.

- Não precisa fingir que está tudo bem na minha frente. Meu pai foi preso ontem. - Contou a ruiva e eu arregalei os olhos. Quê? Suspirei pesado e olhei para o horizonte novamente.

- Uma coisa que eu aprendi, foi.. Não seja para sua filha, o que sua mãe foi para você. - Digo, refletindo.

- Comigo já é ao contrário.. Vou dizer ao meu futuro marido, não seja para nossa filha, o que o meu pai foi para mim. - Falou a ruiva.

love letters | fillie ♡ Onde histórias criam vida. Descubra agora