love letters | fillie ♡

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POV. Millie

O que eu mais ouvi das pessoas nessas duas últimas semanas e meia, foi "você está bem?"

É horrível colocar um sorriso extremamente falso no rosto e dizer que estou bem. Mas é mais horrível ainda, desabafar com a pessoa extremamente falsa que me pergunta isso.

O funeral de minha mãe, foi no dia três de fevereiro. A sensação de estar ali, vendo que ela não vai mais voltar do trabalho, sentindo a dor e o vazio que aquilo trouxe, vendo todas essas pessoas ao meu redor fingindo um choro. Essa sensação era tão horripilante, que não pude aguentar nem mais um minuto ali e eu só fugi.

FLASHBACK ON

- Millie. Millie, volta aqui, por que você fugiu? - Pergunta Finn, preocupado.

- Era muita pressão ali e eu não consegui, me desculpa. - Não aguento mais segurar e começo a chorar.

- Ei, não é sua culpa! Sei que está sendo muito difícil para você, mas eu te entendo. - Finn me abraça, fazendo cafuné em mim.

- Me entende? - Pergunto fungando.

- Claro. Bom, minha mãe nunca me mandou nem um telefonema, então é como se ela tivesse morrido. As pessoas vivem perguntando pra mim, se estou bem e eu tenho que ser falso com elas, para não ter que desabafar com um bando de gente que não se importa e apenas perguntou por perguntar. Eu entendo a sua dor, eu fui forte e consegui passar por ela. Isso quer dizer, que você também consegue. Como eu disse, isso não é um fim. Você ainda vai ver sua mãe, Mills. Vai demorar? Vai demorar. Mas isso jamais vai ser um adeus. - Aquelas últimas palavras me trouxeram um conforto gigante e eu só o abracei, sussurrando vários "obrigada" e "eu te amo".

FLASHBACK OFF

Eu tenho que agradecer muito à Deus, por ter Finn em minha vida. Eu particularmente, sou uma garota de muita sorte por ter sempre ele ali comigo.

Bom, mudando de assunto. Hoje é um dia muito especial, principalmente à Sadie.. Hoje é aniversário de sua melhor amiga, Sophia Lillis. Dezoito anos! Já presumo que a mesma dará uma grande festa.

Eu sinceramente não estou com muita vontade de ir, minha mãe morreu em um de fevereiro. Digamos, que eu ainda não estou no clima.

POV. Sadie

- And I said. Hey, there pretty brown eyes! Watcha doing later tonight? Would you mind if I spent a minute with yooou, ooooh..- Cantarolava animada, pulando na cama e dançando estranhamente.

- Qual o motivo da alegria hoje, Sink? Faz tempo que não te vejo assim. - Meu pai entra em meu quarto, sóbrio o que é estranho de acontecer e automaticamente minha alegria se vai.

- E a culpa é inteiramente sua. Sabe disso, não sabe? - Pergunto, cruzando meus braços.

Ele bufa.

- Vamos lá, seja legal com o seu pai, pelo menos por uma vez na sua vida patética. - Eu não consigo acreditar que ele disse isso mesmo.

- Oh, vamos lá! Seja compreensível com a sua filha, pelo menos por uma vez na sua vida patética. Qual é, pai!? Você matou a mamãe, tentou matar a Jacey, por isso que ela fugiu e ainda quer que eu seja legal!? Vá fazer alguma coisa de útil, que não seja beber..- Ele me interrompe, bravo.

O mesmo se aproximou de mim e eu fechei meu olhos, achando que o mesmo iria me bater.

- Cale a sua boca, mocinha! Primeiro, eu não matei a Fernanda, a tonta que não chamou a polícia e optou por morrer ensangüentada no meu chão. Segundo, eu nunca tentei matar a minha filhinha preferida, ela deve estar bem com a puta da sua avó. É melhor que abaixe a sua bola e seja gentil com o seu pai, porque eu te juro que dá próxima vez, eu não perdoarei. - Meus olhos se arregalam, cheios de lágrimas. Minha reação? Desacreditada definia muito.