Capítulo 1

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Jeongguk estava entediado. Ele via o relógio de parede à sua frente se mover mais do que lentamente. Tudo o que o rapaz queria era sair daquela consulta chata ao terapeuta logo, mas aparentemente o tempo não queria colaborar consigo.

A voz de seu psicólogo, Kim Namjoon, o fez voltar a realidade.

— Perdão? — perguntou, mostrando que não havia escutado o que o homem dissera. — Estava distraído, me desculpe.

— Percebi, Jeon. Você tem se "distraído" muito ultimamente, não acha? O que vem te afligindo? Posso te ouvir, caso se sinta confortável em desabafar comigo. — falou, com uma expressão calma, como quem diria "tenho todo o tempo do mundo".

— Na verdade, senhor...  — Jeongguk olhou para o relógio pelo que parecia a quadragésima vez naquele dia — Infelizmente não temos mais tempo! — o rapaz se levantou do sofá com uma falsa tristeza — Parece que deu a minha hora, e não quero ocupar mais seu tempo. — se apressou em sair da sala — Até quarta, hyung!

Namjoon iria protestar, porém, antes que pudesse falar algo o garoto já havia saído correndo, com uma pressa que ele nem cogitou tentar entender.

Jeongguk parou ofegante na porta do consultório. Ele adorava o mais velho, e sabia que ele estava tentando o ajudar — afinal esse era o seu trabalho — porém o mais novo estava cansado de tantas idas inúteis ao terapeuta. Se quisesse desabafar, escreveria um diário ou postaria no Twitter.

Colocou a pequena mochila que continha seu cilindro de oxigênio nas costas e rumou ao carro, se sentando no banco de passageiro e esperando pela mãe que estava falando com a secretária do Kim.

A mesma não demorou muito, logo perguntando o motivo da pressa do filho.

— Eu não aguento mais essa terapia, mãe. — choramingou, fazendo um bico, o fazia sempre pra tentar conseguir o que queria.

— O que há de errado com Namjoon, meu filho? Ele me foi muito recomendado, é um dos melhores da cidade, seu pai e eu faremos tudo que estiver ao nosso alcance para você ter ao menos uma melhora, meu amor.

— O problema é esse, mãe. Não é o Namjoon, ele é até bem simpático, é só que... Eu sinto que isso não está me ajudando. Isso não deveria estar acontecendo e só está me deixando pior. — disse olhando para a mais velha, desviando o olhar logo em seguida para as próprias mãos repousadas em suas pernas, assumindo uma feição triste.

— Jeongguk-ah não fale isso, meu anjo, você ainda vai viver muito, filho. Só que para isso, você precisa frequentar a terapia, tomar seus medicamentos, fazer os exames semanais e os exercícios, tudo bem?

— Você não entende mesmo, não é? Eu estou morrendo, eu tenho essa droga de doença há 16 anos e até hoje nenhum dos medicamentos ou idas ao terapeuta têm me ajudado. Muito pelo contrário, eles só tem me feito piorar! — Jeongguk elevou seu tom de voz e fez com que sua mãe o olhasse assustada.

 — Jeongguk, eu realmente não quero discutir sobre isso agora. Vamos para casa, você tem que tomar seus remédios e descansar. — a mulher deu partida no carro e rumaram para casa.

Todos continuavam dizendo a Jeongguk que aquilo iria melhorar. Mas ia mesmo? Porque para ele é como se todas as paredes em volta de si estivessem desmoronando e ele só queria desistir logo.

Salty KissOnde histórias criam vida. Descubra agora