Coroa de Sangue (Mpreg)

Capítulo Sete - Parte 1 ⚔

Elric Redthorn

“Cheguei em Porto Larkin embaixo de chuva ainda”, a voz de Jehan ecoa na minha cabeça e sorrio involuntariamente.

“Cheguei na minha casa também”, respondo. Ainda não estou acostumado com todas essas novidades. Como... como pode ser possível?

De volta a Forte Redthorn, com a minha cabeça ainda em Jehan e em nossas bocas grudadas, encontro com Mack na entrada do castelo enquanto ele gesticula para alguns soldados.

— Mack? — pergunto.

— A alteza voltou... — murmura alguns dos soldados coordenados por Mack que se vira surpreso e corre até mim, me dando um abraço.

— Elric, seu filho da mãe! — diz ele e se afasta, me encarando nos olhos. — O que você pensou quando simplesmente desapareceu do reino?

— Eu não...

— Não avisou ninguém aonde ia... seu pai nos pediu para ir atrás de você, seu doido. — diz Mack. — Achamos que os feéricos, ou qualquer inimigo da coroa, tivesse te raptado para pedir alguma coisa em troca.

— Relaxa. — respondo sorrindo. — Eu estou bem e estou de volta.

Mack olha para trás e diz para os soldados que eles estão dispensados. Os soldados fazem uma reverência na minha direção, e segundos depois estão batendo em trote de retirada. Mack volta a me olhar e pergunta:

— Afinal de contas, aonde você estava esse tempo todo?

— Eu... hum...

— Elric!

Olho por cima do ombro e vejo Ljuban empurrando a cadeira com rodas do meu pai. Mack e eu caminhamos em direção ao meu pai que me olha, parece aliviado.

— Não sei porque todo esse alvoroço, meu pai. — digo. — Eu já sou maior de idade e sei me cuidar muito bem. Sou um dos melhores lutadores do continente e mesmo assim... o senhor monta uma busca com vários soldados para mim?

— Você é o futuro desse reino, Elric, não deixarei nada acontecer a ti enquanto estiver vivo. — responde ele. — Onde estava?

Lembro de Jehan e sua mão passando pelo meu corpo enquanto estávamos deitados no chão da caverna...

— Estava apenas cavalgando... pensando nas perdas que tivemos na batalha contra os feéricos. — respondo firme. — Apenas isso.

Cresce um silêncio entre nós quatro...

— Bem... vou indo para o meu quarto se preparar para o jantar. — respondo e passo por eles, que ainda estão em silêncio, até...

— Acho que não deveria falar assim com o seu pai, Elric. — a voz de Ljuban faz com que eu pare, dê meia volta e olhe para eles de volta.

— Querida... — começa meu pai.

— Espere, Guiscard. — diz Ljuban e me olha de novo. — Seu pai está apenas preocupado com o seu bem-estar, com a sua vida e o seu futuro nesse reino, Elric... não deve tratá-lo nessas condições. Tenha o mesmo amor que ele tem por você.

Concordo com a cabeça sem dizer nada, dou meia volta novamente e caminho em direção ao meu quarto, deixando dessa vez Ljuban com a última palavra. Entendo a preocupação de meu pai, mas ele nunca foi de fazer tantas perguntas assim. Talvez seja toda essa merda que está acontecendo na minha vida e esse negócio de predestinação que eu não entendo tão bem. A minha vida já não era simples, mas com isso agora... ferrou com tudo.

A caminho do meu quarto peço para as criadas preparem um banho quente para mim.

— Um bom banho talvez lhe dê juízo, irmãozinho. — diz Lyuben enquanto passo em frente a porta do seu quarto, ela está parada, com os braços cruzados e começa a caminhar ao meu lado. O vestido de um lilás cheio de pedrinhas brilhosas se arrasta no chão enquanto ela me acompanha.