Capítulo Três - Parte 2 🗡

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Jehan Larkin

Sinto os lábios de Elric percorrerem por meu pescoço e é impossível segurar o gemido preso em minha garganta. Suas mãos passeiam sobre meu corpo nu e me perco na sensação que é ter meu corpo pegando fogo, como se literalmente houvesse chamas me consumindo de dentro para fora. Fecho meus olhos, me deliciando com o prazer que seu corpo junto ao meu me causa e como se fosse possível, nossos corpos se tornam ainda mais unidos. Seus dígitos marcam minha pele e sinto o suor escorrendo por nossos corpos enquanto seu membro duro estoca fortemente dentro de mim, levando minha entrada a se contrair loucamente ao redor de seu pau. O lubrificante natural criado por meu corpo o ajuda em seus movimentos e me sinto insano quando sua glande inchada atinge minha próstata, me levando ao delírio.

— Vira para mim. – Elric sussurra como um comando, saindo de dentro de mim e rapidamente me coloco na posição que ele me pede, me apoiando em minhas mãos e joelhos. E não demora para que eu esteja sendo invadido novamente, me fazendo gritar seu nome de prazer. Sua mão aberta desfere um tapa ardido contra minha nádega direita e sinto meu membro ficar ainda mais duro, se é possível, me fazendo literalmente chorar pela dor gostosa que tudo isso me causa.

— Mais rápido! – Peço em um quase grito ao que ele atinge minha próstata novamente e mordo meus lábios quando ele acata meu pedido e investe ainda mais forte, puxando meu cabelo no processo. Sua mão livre agarra meu pênis duro e sinto quando ele passa seu dedão pela glande inchada e vazando pré-gozo, o que me faz derramar lagrimas. E é em meio a esse caos de mãos, lábios, suor e gemidos que sinto ele gozando dentro de mim, gemendo alto contra meu ouvido.

Mas mal seus movimentos sessam dentro de mim, seu membro me abandona, me fazendo gemer em descontentamento, já que o meu orgasmo eu ainda não alcancei. Só que antes que eu possa abrir minha boca para reclamar, meu predestinado me vira na cama, me deitando de costas para o colchão e antes que eu possa raciocinar, sua boca quente está envolvendo meu pau, me chupando como se eu fosse o melhor dos doces que existe. O grito de prazer para em minha garganta e minhas mãos vão até seus cabelos, puxando os fios longos enquanto estoco em sua boca, vendo-o se engasgar algumas vezes, mas nem isso o faz parar. As lagrimas voltam a molhar meu rosto e meu corpo todo está em combustão. Sinto uma sensação muito boa e prazerosa ir se formando em meu baixo ventre e meu corpo treme por inteiro. E é dessa forma, pegando fogo, que estou quando atinjo meu orgasmo, gozando fortemente em sua boca.

Fecho meus olhos, sentindo meu corpo completamente mole e sem força sobre a cama e respiro fundo algumas vezes, tentando recuperar meu ar, mas não dá muito certo, já que Elric se deita sobre meu estomago, me sufocando ainda mais, o que me faz rir, pois sei que ele está fazendo isso de propósito.

— Você é um monstro de pesado. – Reclamo, deixando um tapa fraco em suas costas nuas e ouço sua risada.

— Blasfêmia! – Ele diz com humor, mas sai de cima de mim, se deitando ao meu lado, o que me deixa respirar, literalmente, mais aliviado. – Belo jeito de estrear essa cama, não? Aquele folgado podia estar aqui para ouvir o que ele nunca vai ter com você.

O ciúmes é evidente em sua voz e isso me faz rir, pois Elric realmente não foi com a cara de Haw, principalmente depois de suas piadas para cima de mim. Ah, também tem o fato de que ele descobriu que Haw já foi um “pretendente” se assim podemos dizer. Após se engalfinhar com nossa única ajuda por alguns minutos, Elric deixou que Haw finalmente pudesse nos ajudar e aqui estamos nós, na tão esperada cabana nas entranhas das montanhas Elteror. Chegamos ontem na madrugada e então só nos permitimos descansar, já que a viagem até aqui foi longa e perigosa. Viemos sozinhos, para não chamar a atenção e usei quase que totalmente minha força com meus poderes para nos camuflar das pessoas, nos protegendo de possíveis ataques e capturas.

Como dito por Haw, a cabana está totalmente equipada para nós. Há roupas, mantimentos, moveis confortáveis e até água quente para o banho, algo que eu estava sentindo saudades, já que aquela espelunca de estalagem em que ficamos nos dava apenas o básico. Se bem que estamos em fuga e luxo é a última coisa que teremos agora.

— Ei, no que tanto pensa? —  A voz curiosa de Elric chega até meus ouvidos e abro meus olhos, virando meu rosto para poder olhá-lo.

Solto um suspiro e me achego mais a ele, me aninhando em seu peito. Nessas horas, desde que fugimos de Bellario, eu me sinto tão vulnerável e perdido. Estou muito longe de ser o homem frio que pai Vlad queria que eu fosse, ou o rei de pulso firme e destemido que eu deveria ser. Nessas horas eu sou apenas o Jehan, um garoto ainda que mal chegou a maioridade e já é rei, sem contar os inúmeros problemas que carrega, incluindo um pai que o odeia e uma nação também.

— Estou com medo, mas agora de verdade. – Falo de forma sincera e sinto ele me apertar ainda mais em seus braços, me passando um pouco de conforto.

— Eu sei, mas estou com você e aquele idiota do Haw também. Vamos conseguir provar sua inocência e você em breve estará livre e voltará a ser o rei mais lindo que esses feéricos já tiveram. – Ele diz e consegue me fazer rir com a última parte, o que eu agradeço.

— Aí é que está, Elric... E se eu não conseguir provar? – Pergunto a ele, deixando todo o meu medo e angustia sair junto com esse questionamento.

Eu tento me fazer de forte e até estou conseguindo com a ajuda do meu predestinado, mas não posso deixar de pensar em todas as possibilidades, pois a nossa mente sempre se apega a aquela em que possuímos o maior medo.

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Elric Redthorn

Esperar e esperar, a pior parte de toda essa nova “rotina”.

Dias se passam, e todos os dias observo a propriedade que Haw nos ofereceu próxima as Montanhas Elteror.

Com a fala do lorde feérico eu havia imaginado uma grande casa, não o mini palacete que nos fora oferecido, protegido por uma cerca viva mágica que não deixava nada entrar ou sair sem permissão — o que me deixou um pouco apreensivo no começo, mas depois, com Jehan me adulando sobre a segurança boa que teria e a energia que pouparia não usando sua magia... fez com que eu abaixasse as dúvidas sobre esse detalhe... um pouco.

Com três andaras e torres em todos os cantos, a propriedade de Haw Tarmerien ostenta pomares e flores em todas as direções, os cheiros são maravilhosos. Pássaros com cores vivas (alguns com plumas douradas como ouro) voam por entre as pilastras do jardim de inverno do interior do palacete. Uma piscina marca o centro da grandiosa construção, lugar onde Jehan e eu passamos horas no terceiro dia desde que chegamos aqui... a água morna contra os nossos corpos nus nos fazendo relaxar... e para relaxar mais, fizemos amor a borda da piscina, no mármore polido, com as pernas de Jehan em volta de minha cintura, minha mão afundada em sua coxa e suas unhas arranhando minhas costas enquanto chegávamos ao prazer simultaneamente em um estouro de gemidos e suspiros.

Ou após os deliciosos e grandiosos pratos de comida — que simplesmente apareciam na mesa em que sentávamos a cada noite — quando com um olhar selvagem Jehan desapareceu com todo o banquete e engatinho pela madeira de ébano em minha direção. O sorriso felino se aproximou até que seus lábios úmidos tocassem os meus e descessem pelo meu torso...

Eu, com meu nariz humano, já sentia o cheiro dos orgasmos e da luxúria, quem dirá Haw não sentiria quando retornasse a mansão com o feiticeiro que Jehan pediu. Rovil.

— Está pensativo demais, isso me deixa preocupado. — Jehan se aproxima de mim na sacada do quarto em que estamos, está enrolado em um roupão de seda, seu ombro está a mostra e o cabelo está contra a testa suada, acabamos de fazer amor. — Está pensando em seu reino?

Sua pergunta me pega...

Meu reino. Há quanto tempo não tenho notícias de meu pai ou de... Lyuben? Como está Mack depois de todo esse tempo em que estou longe?

— Quer dar uma olhada? — pergunta Jehan. — Eu conheço um truque. Precisamos apenas de um reflexo d’água.

Então caminhamos em direção a sala de banhos adjacente ao nosso quarto e a banheira, ainda cheia, com a água parada como um espelho.

— Como funciona? — pergunto.

— Não tenho prática nisso, Elric, já aviso que pode não dar certo.

— Tudo bem.

Ele sorri e estende a mão na minha direção, levanto a minha e nossos dedos se envolvem. Jehan ergue nossas mãos em direção a água e depois a afunda... a água já está fria desde o momento em que banhamos.

— Pense... pense em seu castelo, em alguém que queira ver.

Fecho meus olhos, ouvindo Jehan por trás dos meus pensamentos, nele pedindo por memórias de meu reino. De casa... da minha casa.

* * *

Quando abro os olhos estamos em um lugar sem cor, tudo está em preto e branco. A mão de Jehan ainda está apertada na minha. Eu de calção de baixo e ele com o roupão.

Reconheço então que estamos no salão do trono no castelo em Forte Redthorn. As pessoas começam a ficar mais focadas ao nosso redor. Primeiramente pensei em minha família... então a magia de Jehan me deu uma visão dela.

Observo os semblantes dos lordes e ladies presentes no salão, desde Armstroll até Julianville. Até das mais pequenas aldeias, todos estão aqui, rostos paralisados como se fossem estátuas. Todos sérios com a face em uma única direção.

Então eu olho para o trono. O que costumava ser o meu, ao lado esquerdo de meu pai fora retirado, Lyuben é quem se senta nele agora, do lado direito está Ljuban e ao meio, meu pai grita... seus movimentos parecem lentos... muito mais devagar do que o normal, e por essa lentidão suas palavras parecem congeladas no ar.

— O que ele diz? — pergunto para Jehan ao meu lado.

— Não sei... esse tipo de observação não funciona para... espionar totalmente, Elric. — não olho para Jehan enquanto ele me responde... uma coisa chama a minha atenção nos três tronos...
Lyuben, ela está usando menos joias que o normal, o rosto está um pouco abaixado, ela observa as próprias mãos..., mas seus olhos se erguem, mais rápido que a boca de meu pai se articula, e vejo suas pupilas olhando na direção da entrada do salão, onde Jehan e eu estamos... e logo abaixam de novo. Talvez seja apenas impressão minha.

Quando pisco, a cena mudou, não estamos mais no salão do trono, estamos embaixo de uma chuva perto das ferrarias da cidade. Parado ao lado de um cavalo a nossa frente vejo Mack, ele está usando o uniforme completo de guarda real enquanto conversa com um dos líderes dos ferreiros — Kivtor, o reconheço. O ferreiro aponta lentamente por sobre os ombros e eu sigo seu movimento.

As forjas estão acesas, mesmo que sem cor na visão que Jehan está projetando, mas os ferreiros estão erguendo e batendo os martelos com força em... espadas... machados... pontas de lanças e flechas. Um arsenal.

— Eles estão se preparando. — comenta Jehan, sua mão se apertando na minha. — Algo me diz que vai ser pior que o encontro de nossas tropas na divisa dos reinos, Elric.

— A mim também. — respondo.
E suspiro...

* * *

— É suicida. — digo quando estamos de volta a sala de banhos e estou secando a minha mão no meu calção.

Jehan me olha, ele está pensativo agora.

— Sei o poder que vocês têm em campos de batalhas, mesmo com soldados que tenham experiência tão alta como a minha... perderiam para a fronte feérica. Se não tivéssemos o elo de predestinação, você teria me aniquilado na divisa há semanas.

— Os feéricos não são os únicos inimigos de Ayllan, são? — pergunta Jehan sentando-se a borda da banheira.

— Não. — respondo pensando nos Reinos do Oeste, os únicos que ainda não tinham firmando o Acordo Comercial de Ayllan... os reinos dos seres semi-feéricos... que vivem tanto e pouco ao mesmo tempo.

Jehan tem razão, não posso presumir (por enquanto) que todo aquele arsenal seja para Bellario —, mas sinto que eu estaria fechando os olhos para o óbvio... se eu tivesse como encontrar com Mack... ter uma conversa com ele...

— Vem... vamos dormir, amanhã vai ser um dia longo. — Jehan sorri. — Você está tenso e está me deixando preocupado.

— Desculpa. — sorrio. — É que é difícil ver as coisas e não saber o que realmente está acontecendo...

— Logo isso vai passar. — ele se aproxima e beija a minha bochecha. — Juntos. Vamos passar por isso juntos, você sabe disso.

Assinto.

— Certo então, quando Rovil estiver aqui, vamos ter andado mais um pouco do que estamos agora. — continua Jehan. — E para ele “chegar mais rápido”, dormir é uma boa opção para o tempo passar.

Sorrio e beijo.

— Você tem razão. — respondo.

— É difícil eu não ter... — ele sorri e caminhamos de volta para o quarto, para a cama de dossel bagunçada...
E a noite é cheia de pesadelos enquanto durmo.

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Lyuben Redthorn

A reunião demorou uma eternidade... e o papo do ataque se repetiu tanto que as palavras apenas voaram pela minha cabeça.

É um caminho direto para a morte, meu pai sabe disso, minha mãe sabe disso. Mas eles vão tentar de qualquer forma acabar com uma raça inteira, conhecidamente mais poderosa que a nossa, juntando os exércitos de Ayllan e dos reinos além-mar.

E não é papo de guerra que me intriga...

Dias se passaram desde aquela visão que eu tive, desde a minha promessa de encontrar e salvar o futuro rei de Ayllan... de Elric e o príncipe feérico fugindo no cavalo alado... tentei novamente enxergar meu irmão em algum lugar, mas não conseguia “ver” nada. Não ousei comentar mais nada com minha mãe, mesmo que ela tenha me olhado por longos minutos sem dizer nada em nossas refeições...

Mas hoje...

Hoje tinha sido diferente... uma sensação fria no salão e por um momento, quando ergui meu olhar por uns dois segundos, havia uma sensação a minha frente... uma sensação que eu conheço, mas não consigo nomear, e de alguma forma isso me despertou para o que eu estou fazendo agora.

Minha mão ergue e bate contra a madeira da porta pintada de preto. Resmungos e quando a porta se abre olho para um dos generais do exército e melhor amigo de Elric. Mack.

— Lyuben? — ele boceja. — Quer dizer... Alteza? — uma reverência preguiçosa. — O que faz em frente ao meu dormitório tão tarde da noite? Não tem medo do que os outros vão pens...

— Não me importo com o que os outros pensam nesse momento. Não esse tipo de gente que faz esse tipo de fofoca. — respondo.

E de baixo da capa que uso ergo o saco com moedas de ouro.

— Não sei se viria por conta própria, mas e se eu dissesse que sei onde Elric está — uma mentira não mata ninguém... ou dois, nesse caso. — Você viria comigo?

Seu ar sonolento parece se desfazer instantaneamente.

Mack olha para os lados do corredor e depois me olha.

— Acho que podemos ter essa conversa dentro dos meus aposentos, Alteza. —
E me puxa para dentro do seu quarto.

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Olá jujubas!! As coisas estão voltando a esquentar agora, não???

O que acharam???

Ps: Sei que os capítulos estão demorando um pouco a sair, mas como sabem, essa história é escrita por mim e Rafa, então precisamos estar em sintonia, mas nem sempre é possível, pois cada um tem seus afazer e outros livros também. Mas vocês não vão ficar sem história, sempre estaremos aqui. E se Deus quiser o próximo capítulo sai mais rápido.

Bjus da Juh, até a próxima 😘😘

Coroa de Sangue  (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora