Coroa de Sangue - Parte 2 🗡

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Interlúdio I

Lyuben Redthorn

Fazem dias que não temos notícias de Elric.

A última vez que o avistaram, tinha sido na invasão dos feéricos para capturá-lo depois do jantar mais desastroso em que nosso pai queria usar a ligação em favor dos humanos nesse atrito que está acontecendo após a morte do rei feérico, Elric havia recusado fazer isso, então nosso pai o prendeu numa masmorra e os feéricos vieram resgatá-lo, ou, capturá-lo. Não sabemos onde meu irmão está, se em Porto Larkin, na capital de Bellario, ou se está em qualquer outro covil daquele povo.

— Mais apertado, alteza? — pergunta a criada atrás de mim.

— Não, obrigada, Tirisia. — respondo e ela começa a fazer o laço em meu cinturão, o que mantém minha cintura fina durante todo o dia.

Pelas janelas, a luz amarelada do começo da manhã entra tímida, barulho de pássaros e a vida acontecendo lá fora preenche o espaço aqui dentro. Tirisia me ajuda a colocar um vestido em tom carmesim com mangas bufantes e saia em formato de cone. Meus cabelos estão escovados e soltos em cascata pelas costas, a tiara de ouro e prata e pedras preciosas está fixa no topo da minha cabeça.

— Está pronta, alteza. — Tirisia se afasta fazendo uma reverência.

Sorrio em agradecimento e ela abre a porta para que saiamos do quarto.
Desde o ataque feérico, os guardas se multiplicaram pelos corredores. Patrulhas eram feitas em intervalos de tempo menores e os portões do castelo estão fechados para qualquer plebeu que não faça parte da equipe de serviços, como cozinha, estábulo ou limpeza, esteja proibido de entrar.

Caminho escoltada pelos corredores até a sala onde faremos o desjejum. Mamãe e papai já estão em seus lugares, o Rei de Ayllan destroça um ovo cozido nos dedos, a face está fechada, a manhã já está sendo de estresse para ele. Enquanto isso, a Rainha de Ayllan está delicadamente comendo os pedaços de frutas em seu prato de prata polido.

— Dormiu bem, minha princesinha? — pergunta papai enquanto um criado puxa a cadeira para que eu me sente.
Lembro-me da noite anterior, dos sonhos agitados com Elric, de sentir uma apreensão...

— Como um bebê. — respondo com um sorriso na face. Preciso sempre ser a boa menina.

Coloco o guardanapo sobre o meu colo e olho para as frutas dispostas a mesa, alcanço um pedaço de pão de mel e uma fatia de melão. Leite é posto em uma taça de prata ao meu lado e o desjejum transcorre em um silêncio. Não tenho assunto para puxar com os meus pais, não nesse momento em que papai praticamente dilacera seu café da manhã.

Ele é o primeiro a ser afastado da mesa, com a ajuda de um criado, antes de ir ele diz que está indo para uma reunião com os lordes mais próximo de Forte Redthorn. Mamãe assente com a cabeça e ele nos deixa sozinhas. Minha mãe me olha e dá um sorriso.

— Você está com uma cara apática, Lyuben. Está tudo bem? — pergunta ela, preocupada e deixando a romã em seu prato de lado. Sou sua única atenção a partir desse momento.

— Sim. — respondo, com o mesmo sorriso na face de quando dei ao meu pai quando ele me perguntou sobre como foi a minha noite.

— Você sabe que eu te conheço melhor que o seu pai, querida. — ela inclina a cabeça para o lado, seus olhos estão fixos em mim, como se me analisassem. Ela sorri como se chegasse em uma resposta para ela mesma. — Sabe que o meu sangue e o de nossa família não é das terras de Ayllan... você tem uma metade minha querida... que não é desse continente, é de além. E esse além é poderoso. Talvez ele queira te possuir agora que tem idade suficiente.

Coroa de Sangue  (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora