Interlúdio I
Lyuben Redthorn
Fazem dias que não temos notícias de Elric.
A última vez que o avistaram, tinha sido na invasão dos feéricos para capturá-lo depois do jantar mais desastroso em que nosso pai queria usar a ligação em favor dos humanos nesse atrito que está acontecendo após a morte do rei feérico, Elric havia recusado fazer isso, então nosso pai o prendeu numa masmorra e os feéricos vieram resgatá-lo, ou, capturá-lo. Não sabemos onde meu irmão está, se em Porto Larkin, na capital de Bellario, ou se está em qualquer outro covil daquele povo.
— Mais apertado, alteza? — pergunta a criada atrás de mim.
— Não, obrigada, Tirisia. — respondo e ela começa a fazer o laço em meu cinturão, o que mantém minha cintura fina durante todo o dia.
Pelas janelas, a luz amarelada do começo da manhã entra tímida, barulho de pássaros e a vida acontecendo lá fora preenche o espaço aqui dentro. Tirisia me ajuda a colocar um vestido em tom carmesim com mangas bufantes e saia em formato de cone. Meus cabelos estão escovados e soltos em cascata pelas costas, a tiara de ouro e prata e pedras preciosas está fixa no topo da minha cabeça.
— Está pronta, alteza. — Tirisia se afasta fazendo uma reverência.
Sorrio em agradecimento e ela abre a porta para que saiamos do quarto.
Desde o ataque feérico, os guardas se multiplicaram pelos corredores. Patrulhas eram feitas em intervalos de tempo menores e os portões do castelo estão fechados para qualquer plebeu que não faça parte da equipe de serviços, como cozinha, estábulo ou limpeza, esteja proibido de entrar.Caminho escoltada pelos corredores até a sala onde faremos o desjejum. Mamãe e papai já estão em seus lugares, o Rei de Ayllan destroça um ovo cozido nos dedos, a face está fechada, a manhã já está sendo de estresse para ele. Enquanto isso, a Rainha de Ayllan está delicadamente comendo os pedaços de frutas em seu prato de prata polido.
— Dormiu bem, minha princesinha? — pergunta papai enquanto um criado puxa a cadeira para que eu me sente.
Lembro-me da noite anterior, dos sonhos agitados com Elric, de sentir uma apreensão...— Como um bebê. — respondo com um sorriso na face. Preciso sempre ser a boa menina.
Coloco o guardanapo sobre o meu colo e olho para as frutas dispostas a mesa, alcanço um pedaço de pão de mel e uma fatia de melão. Leite é posto em uma taça de prata ao meu lado e o desjejum transcorre em um silêncio. Não tenho assunto para puxar com os meus pais, não nesse momento em que papai praticamente dilacera seu café da manhã.
Ele é o primeiro a ser afastado da mesa, com a ajuda de um criado, antes de ir ele diz que está indo para uma reunião com os lordes mais próximo de Forte Redthorn. Mamãe assente com a cabeça e ele nos deixa sozinhas. Minha mãe me olha e dá um sorriso.
— Você está com uma cara apática, Lyuben. Está tudo bem? — pergunta ela, preocupada e deixando a romã em seu prato de lado. Sou sua única atenção a partir desse momento.
— Sim. — respondo, com o mesmo sorriso na face de quando dei ao meu pai quando ele me perguntou sobre como foi a minha noite.
— Você sabe que eu te conheço melhor que o seu pai, querida. — ela inclina a cabeça para o lado, seus olhos estão fixos em mim, como se me analisassem. Ela sorri como se chegasse em uma resposta para ela mesma. — Sabe que o meu sangue e o de nossa família não é das terras de Ayllan... você tem uma metade minha querida... que não é desse continente, é de além. E esse além é poderoso. Talvez ele queira te possuir agora que tem idade suficiente.
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Coroa de Sangue (Mpreg)
RomanceDois homens, dois reinos, duas coroas e um destino. O que você faria ao descobrir que sua alma está entrelaçada ao filho do maior inimigo de seu reino? Luta pela sua alma gêmea ou pela honra da sua família? Elric Redthorn não sabe essa resposta e...