Capítulo Um - Parte 1 ⚔

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Jehan Larkin

Caio sem forças no chão frio, vendo os olhos do meu pai abertos e sem vida. Às lágrimas então vem com força, descendo por meu rosto como se fosse uma cachoeira. Meu peito queima e uma dor insuportável se expandi dentro de mim.

Não há rastros de sangue, apenas uma adaga cravada em seu peito e sua mão no local, como se buscasse a tirar dali para lhe salvar, mas ele não conseguiu.

Um grito de dor rasga minha garganta e eu me arrasto até seu corpo sem vida, ansiando que isso seja apenas obra da minha imaginação... Mas não é! Assim que eu fico ao lado de seu corpo e toco sua pele, sinto a mesma fria e já ficando em um tom horrível de branco. Seus olhos abertos parecem me olhar e pedir socorro e é isso que me destrói.

- Pai, por favor... Por favor não vá. - Peço entre meus soluços e coloco sua cabeça em meu colo, passando minha mão por sua face gelada.

Minha visão está totalmente embaçada pelas lágrimas, mas eu consigo ouvir perfeitamente o barulho de passos ficando próximos.

- Não! - Ouço uma voz desesperada e sei que é papai.

Em poucos segundos, vejo seu corpo estar ao lado do meu no chão impecavelmente branco, e então seu choro se faz presente e o vejo se debruçar contra meu pai, que nesse momento não pode o abraçar de volta. Ele nunca mais poderá.

Deixo que papai o tome em seus braços e me afasto, encostando meu corpo contra a grande estante de madeira que toma boa parte da sala. Fecho meus olhos e abraço a mim mesmo, tentando buscar algum conforto, mas não há um. Meu pai está morto, bem diante meus olhos e mesmo que a vida toda ele tenha sido um pai rígido, eu sei que ele me amava e dava seu melhor. E eu o amo, amo muito.

Assim que abro meus olhos e consigo respirar um pouco melhor, vejo que há muitos empregados ao nosso redor, olhando para a cena horrorizados.

- Chamem o general... Agora! - Grito para ninguém em específico, mas vejo que eles vão me atender.

Desvio meus olhos para meus pais e me corta o coração ver papai tão desolado. Me aproximo novamente deles e ouço papai sussurrar baixinho que ele vai pagar.

- Quem vai pagar, papai? Quem fez isso ao meu pai? - Pergunto sério e enxugo às lágrimas em meu rosto, acabando por arranhar um pouco minha face com o gesto brusco.

- Guiscard... Eu sabia que não deveria ter os convidado, ele e aquela cobra da Ljuban. Foi ele, eu tenho certeza que foi, apenas por uma vingança idiota. - Papai responde e não consigo raciocinar direito.

E mesmo que eu tente, a chegada da Guarda Real tira minha atenção. Levanto meus olhos e vejo cerca de dez homens e dez mulheres, todos bem trajados com seus uniformes e suas espadas embanhadas. Os olhos de Blazh prontamente encontram com os meus e vejo o quão abalado ele está com tudo. Ele é meu melhor amigo e conhecia meu pai melhor que os outros.

- O que houve aqui, Alteza? - Sua pergunta é direcionada a mim e me levanto, me aproximando dele.

- Isso que vamos descobrir, senhor general. Encontrei meu pai morto aqui e não há rastros do assassino, apenas a arma deixada por ele ainda em seu corpo. - Falo e sinto minha cabeça latejar de repente, como se algo me conduzisse a dizer algo.

Pisco algumas vezes e então olho fixamente para Blazh, cerrando minhas mãos.

- Guiscard é o culpado... O Rei do povo humano matou meu pai. - Decreto e ouço som surpresos ao meu redor.

Mas nada disso me abala, a única coisa que eu quero é vingança e eu a terei. Ouvir o choro sofrido de papai me faz fazer uma promessa silenciosa de ir até as últimas consequências.

Coroa de Sangue  (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora