Jehan Larkin
Caio sem forças no chão frio, vendo os olhos do meu pai abertos e sem vida. Às lágrimas então vem com força, descendo por meu rosto como se fosse uma cachoeira. Meu peito queima e uma dor insuportável se expandi dentro de mim.
Não há rastros de sangue, apenas uma adaga cravada em seu peito e sua mão no local, como se buscasse a tirar dali para lhe salvar, mas ele não conseguiu.
Um grito de dor rasga minha garganta e eu me arrasto até seu corpo sem vida, ansiando que isso seja apenas obra da minha imaginação... Mas não é! Assim que eu fico ao lado de seu corpo e toco sua pele, sinto a mesma fria e já ficando em um tom horrível de branco. Seus olhos abertos parecem me olhar e pedir socorro e é isso que me destrói.
- Pai, por favor... Por favor não vá. - Peço entre meus soluços e coloco sua cabeça em meu colo, passando minha mão por sua face gelada.
Minha visão está totalmente embaçada pelas lágrimas, mas eu consigo ouvir perfeitamente o barulho de passos ficando próximos.
- Não! - Ouço uma voz desesperada e sei que é papai.
Em poucos segundos, vejo seu corpo estar ao lado do meu no chão impecavelmente branco, e então seu choro se faz presente e o vejo se debruçar contra meu pai, que nesse momento não pode o abraçar de volta. Ele nunca mais poderá.
Deixo que papai o tome em seus braços e me afasto, encostando meu corpo contra a grande estante de madeira que toma boa parte da sala. Fecho meus olhos e abraço a mim mesmo, tentando buscar algum conforto, mas não há um. Meu pai está morto, bem diante meus olhos e mesmo que a vida toda ele tenha sido um pai rígido, eu sei que ele me amava e dava seu melhor. E eu o amo, amo muito.
Assim que abro meus olhos e consigo respirar um pouco melhor, vejo que há muitos empregados ao nosso redor, olhando para a cena horrorizados.
- Chamem o general... Agora! - Grito para ninguém em específico, mas vejo que eles vão me atender.
Desvio meus olhos para meus pais e me corta o coração ver papai tão desolado. Me aproximo novamente deles e ouço papai sussurrar baixinho que ele vai pagar.
- Quem vai pagar, papai? Quem fez isso ao meu pai? - Pergunto sério e enxugo às lágrimas em meu rosto, acabando por arranhar um pouco minha face com o gesto brusco.
- Guiscard... Eu sabia que não deveria ter os convidado, ele e aquela cobra da Ljuban. Foi ele, eu tenho certeza que foi, apenas por uma vingança idiota. - Papai responde e não consigo raciocinar direito.
E mesmo que eu tente, a chegada da Guarda Real tira minha atenção. Levanto meus olhos e vejo cerca de dez homens e dez mulheres, todos bem trajados com seus uniformes e suas espadas embanhadas. Os olhos de Blazh prontamente encontram com os meus e vejo o quão abalado ele está com tudo. Ele é meu melhor amigo e conhecia meu pai melhor que os outros.
- O que houve aqui, Alteza? - Sua pergunta é direcionada a mim e me levanto, me aproximando dele.
- Isso que vamos descobrir, senhor general. Encontrei meu pai morto aqui e não há rastros do assassino, apenas a arma deixada por ele ainda em seu corpo. - Falo e sinto minha cabeça latejar de repente, como se algo me conduzisse a dizer algo.
Pisco algumas vezes e então olho fixamente para Blazh, cerrando minhas mãos.
- Guiscard é o culpado... O Rei do povo humano matou meu pai. - Decreto e ouço som surpresos ao meu redor.
Mas nada disso me abala, a única coisa que eu quero é vingança e eu a terei. Ouvir o choro sofrido de papai me faz fazer uma promessa silenciosa de ir até as últimas consequências.
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Coroa de Sangue (Mpreg)
عاطفيةDois homens, dois reinos, duas coroas e um destino. O que você faria ao descobrir que sua alma está entrelaçada ao filho do maior inimigo de seu reino? Luta pela sua alma gêmea ou pela honra da sua família? Elric Redthorn não sabe essa resposta e...