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LUKE

Assim que chegámos a casa a Jenn trancou a porta da entrada e fomos para a sala, onde o Matthew estava a pintar uma tela.
Assim que nos viu entrar fez um mega sorriso quando me viu e veio abraçar-me.

- Há imenso tempo que não te via! Nem sabia que estavas cá!

- Pois, foi uma viagem repentina – ri-me.

- Bom, ainda bem que vieste cedo para casa – disse ele à Jenn – Assim posso avisar-te com antecedência.

- Do quê? – perguntou ela, subitamente nervosa.

- Que as gravações da série vão recomeçar ainda esta semana e tenho de estar em Quantico depois de amanhã.

A Jenn pareceu ficar nervosa com a nova notícia e deduzi que aquilo a tivesse deixado com medo de ficar sozinha em casa.

- E quando é que voltas? – perguntou.

- Não sei... mas vai demorar. Talvez um mês... - disse ele – Não vou conseguir vir a Nova Iorque em todas as folgas que tiver. Achas que ficas bem aqui sozinha?

A Jenn ia responder mas eu intrometi-me, achando que era o melhor momento para dar a minha ideia.

- Na verdade, eu e a Jenn estivemos a falar sobre ir passar uns tempos a Sydney.

- Sydney? – perguntou, admirado – Vão para a Austrália?

Olhei para a Jenn, pedindo-lhe autorização para contar ao Matthew o que se passou e ela assentiu. Ele já sabia da história toda, pelo que foi mais fácil contar-lhe o pressentimento da Jenn. Ele ficou preocupado, obviamente, e concordou que era uma boa ideia irmos embora desde que não disséssemos a ninguém para onde íamos.
Quando o Matthew voltou a concentrar-se na sua tela, a Jenn foi para a casa de banho tomar banho e eu fui até à janela que dava para a rua da frente. No início não reparei e já me ia afastar da janela quando reparei num rapaz que estava encostado a uma esquina junto de uma cabina telefónica. Eu não acharia estranho se ele não estivesse constantemente a olhar para o prédio. Cheguei até a pensar que estava a imaginar coisas, mas depois vi-o a tirar o telemóvel do bolso e a apontá-lo para o prédio, como se estivesse a tirar fotografias. Tentei não dar nas vistas para que ele não me visse à janela e fiquei a observá-lo. Ele manteve-se encostado à cabina, a olhar em volta fazendo um ar de quem espera por alguém, mas de poucos em poucos segundos ele olhava para a entrada do prédio.
Percebi então que a Jenn não estava a exagerar nem a imaginar coisas. Eu não conhecia aquele rapaz, que parecia ser mais ou menos da minha idade, mas decidi tirar aquilo a limpo.
Afastei-me da janela e despedi-me do Matthew.

- Já vais embora?

- Sim, vou andando. O Calum pediu-me que lhe comprasse uma cena e vou ver se o faço agora antes que me esqueça depois – ri-me.

Fui até à porta da casa de banho, bati duas vezes para avisar a Jenn que ia andando.
Saí de casa do Matthew e desci pelo elevador. Saí do prédio e o rapaz, que dantes estava virado de frente para a porta, assim que me viu voltou-se para a cabina telefónica e pegou no auscultador. Percebi que ele estava a disfarçar, pois deu bastante nas vistas. Decidi seguir com o meu plano e caminhei pela rua, em direção ao centro da cidade que não ficava muito longe. Assim que cheguei à Times Square fui procurar a loja que o Calum me tinha indicado e entrei.
Quando saí tentei ser discreto enquanto olhava em volta e acabei por encontrar o rapaz a uns metros, ocupado a escrever no telemóvel. Definitivamente aquele rapaz estava a seguir-me.
O hotel onde eu estava não ficava muito longe dali e pelo caminho eu ia encontrando fans que queriam tirar fotos e pedir autógrafos. E sempre que tinha de parar para falar com os fans eu ia verificando que o rapaz não me perdia de vista mas que mantinha sempre uma certa distância. Talvez pensasse que não seria descoberto.
Quando entrei no hotel fui para a zona dos elevadores, de onde dava para ver a receção sem ser visto. Minutos depois o rapaz entrou no hotel, olhou em volta e voltou a sair. Respirei fundo sem tirar os olhos dele até o perder de vista. Subi para o meu quarto e liguei ao Calum.

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