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JENN

Tinha acabado de sair da casa de banho, depois de tomar um banho relaxante, e fui até ao quarto vestir umas calças de fato treino pretas e uma das t-shirts estampadas do Luke, que me ficou um bocado grande, mas não me importei porque sempre adorei as t-shirts dele e adorava vesti-las, apesar de parecer uma coisa de namorados, mas o Luke nunca se importou.
Estava a pentear o meu cabelo quando o ouvi a refilar alto. Saí do quarto e encontrei-o na sala, às voltas de um lado para o outro. Estava chateado. Eram poucas as vezes que eu o via assim...

- O que é que se passa? – ele não pareceu ter reparado logo na minha presença, pelo que se sobressaltou quando ouviu a minha pergunta.

Olhou para a porta, onde eu estava, e ficou meio atrapalhado, mas fez um pequeno sorriso quando me viu com a sua t-shirt.

- Nada... - disse ele, sentando-se no sofá.

Reparei que, em cima da pequena mesa, ele tinha o computador portátil ligado. Aproximei-me dele e sentei-me ao seu lado de pernas cruzadas.

- Viram o Harry no aeroporto... e no outro dia viram-nos na rua... os fãs já estão a comentar e acham que nós namoramos...

Achei piada àquilo, sempre achei que os fandoms tinham uma imaginação muito fértil. Mas só depois é que me apercebi da situação. Se já se sabia que eu estava aqui, o James também já devia saber.

- Bolas – murmurei, suspirando.

O Luke estava tenso, com os cotovelos apoiados nos joelhos e o queixo apoiado nas mãos. E eu começava a ficar tão stressada quanto ele.

- E se ele manda outra vez alguém atrás de mim? – perguntei, mais a pensar em voz alta do que outra coisa. Eu não queria ter que mudar de país outra vez. Queria voltar a ter uma vida normal.

De repente, apanhando-me de surpresa, o Luke puxou-me para ele e abraçou-me – Não te vai acontecer nada, prometo.

Mesmo estando irritado, ele conseguiu transmitir-me a calma que eu precisava. Com o pescoço pousado entre o seu ombro e o pescoço, respirei fundo, e não pude deixar de reparar que a sua pele arrepiou com o toque da minha respiração.

HARRY

Aquela carta era claramente uma ameaça à Jenn e ao James. Mas o que eu não entendia era quem é que a escreveu e o que é que queria do James. E comecei a sentir uma enorme raiva por não saber nada de nada. Aparentemente estava um caos à minha volta e eu não sabia.
O James suspirou e sentou-se numa das cadeiras.

- A Jenn foi apanhada no meio desta confusão sem ter culpa nenhuma... - começou ele, esfregando as mãos uma na outra num gesto de nervosismo – O autor da carta é o Trevor, um gajo que eu conheço desde o secundário.

- E o que é que ele quer? – a minha voz soou rouca.

Ao demorar alguns minutos em silêncio, percebi que o que se passava entre ele e o tal Trevor não era uma coisa boa.

- Tivemos uns problemas no secundário...

- Que problemas? – eu estava mesmo a chegar ao meu limite de impaciência. Estava farto de conversa fiada.

Ele suspirou fundo – O Trevor nunca foi boa companhia e eu infelizmente percebi isso tarde demais. Eramos da mesma turma e eu pertencia ao grupo dele... era um grupo problemático. Uma vez... - hesitou e olhou-me de relance – Uma vez o Trevor, juntamente com mais dois ou três do grupo, assaltaram um café perto da nossa escola.

Instintivamente sentei-me na cadeira em frente dele e observei-o em silêncio, esperando que ele continuasse. O meu telemóvel começou a tocar e eu tirei-o do bolso para ver quem era. Vi o nome da Jenn no ecrã e desliguei a chamada. Ligaria de volta, mais tarde.

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