NO DIA SEGUINTE
JENNEram quase cinco da tarde quando entrei em casa de Luke acompanhada pelo Michael. Vínhamos os dois de casa dele, onde passámos a noite, porque era mais perto do recinto do concerto. Estávamos os dois super animados e a dizer piadas e a rir, mas o bom ambiente desvaneceu-se quando entrámos na sala e demos de caras com o Harry, sentado a conversar com o Luke.
Eles olhavam-nos com um ar desconfortável. Só me apetecia gritar com eles. Olhei para o Luke, pedindo explicações.
Michael, ao meu lado, percebeu que o ambiente estava bastante pesado e, depois de lhes dar um aperto de mão, foi embora. Só quando o ouvi fechar a porta da entrada atrás de si é que me apercebi que estava a conter a respiração.
Pousei o meu casaco e a minha mala em cima da mesa e dei um passo em frente, olhando Luke nos olhos. Só conseguia sentir que ele me tinha traído, que tinha chamado o Harry até ali mesmo sabendo que eu não queria estar com ninguém, nem mesmo com o meu irmão.- Jenn? – Harry levantou-se do sofá, vindo na minha direção.
Senti os meus olhos inundarem-se de lágrimas. E ainda não tinha tirado os olhos de Luke, que entretanto desviou o olhar para o chão.
- O que é que estás aqui a fazer? – perguntei finalmente ao Harry, fazendo um esforço enorme para controlar a voz.
Ele hesitou – Eu já sei de tudo...
Ouvir aquilo foi como uma facada no coração. Não conseguia perceber por que é que o Luke me tinha feito uma coisa daquelas. Ele sabia bem que não podia falar daquilo a ninguém, nem mesmo ao meu irmão. Tínhamos concordado que mais ninguém iria saber. Eu pensava que ele era meu amigo e me respeitava.
Naquele momento o Luke levantou-se do sofá, um pouco desajeitado, e olhou-me nos olhos.- Desculpa – a voz dele soou trémula – Eu sei que neste momento me odeias mas acredita que eu só te quero ajudar...
Uma lágrima caiu-me pela face e por momentos perdi a noção de tudo, do tempo, do espaço. Dei por mim envolvida pelos braços de Harry, que me abraçou com força. Foi um abraço que em vez de me confortar só aumentou a minha ansiedade. Nem tinha percebido o quanto as minhas mãos tremiam. Só quando me faltou o ar é que me apercebi que o Harry tinha desfeito o abraço e me agarrava nas mãos, atrapalhado e nervoso sem saber o que fazer. E, mais uma vez, foi o Luke quem me acalmou. Pegou-me nas mãos e puxou-me para o sofá, limpou-me as lágrimas e passou o braço à volta da minha cintura, encostando-me a ele. E o ataque de pânico passou. Quando finalmente consegui respirar, dei-me conta do estado do meu irmão, que se sentou no cadeirão em frente e me olhava com um ar assombrado. Senti naquele momento que tinha muito que explicar.
- Eu vou deixar-vos sozinhos – disse o Luke depois de alguns minutos – Harry, tenta não a pressionar...
E dizendo aquilo, largou-me a mão lentamente, levantou-se e saiu da sala. Fiquei ali sozinha, sentada em frente do meu irmão, sem saber o que dizer. Ainda me sentia um pouco tonta.
Ele veio sentar-se ao meu lado e deu-me a mão.- Não sabia que tinhas ataques de pânico... de ansiedade – ele parecia atrapalhado.
Engoli em seco, sem saber bem o que era suposto dizer.
- E é assustador o controlo que o Hemmings tem sobre ti... a maneira como ele te acalmou... - ele mais parecia estar a pensar em voz alta. Parecia mesmo muito confuso.
- Desde o início que ele é assim... é a única pessoa que me consegue acalmar nestas situações... - murmurei, com os olhos fixos nas nossas mãos juntas.
Ele manteve-se em silêncio mas chegou-se um pouco mais para ao pé de mim.
- Sei que deves estar confuso... por causa do Luke... mas nós já somos amigos há imenso tempo...

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want you back
Fiksi PenggemarDe repente, Jenn decide acabar com o seu namorado e fugir para Nova Iorque sem dar explicações a ninguém, nem mesmo ao seu meio-irmão Harry. Ao quebrar contacto com toda a gente, os seus amigos começam a perceber que algo de muito grave se passou en...