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JAMES

- Ela acreditou mesmo?

- Sim, nem fez mais perguntas. Acreditou mesmo que já tinhas seguido em frente.

- Ótimo, vamos a ver se o Trevor também acredita... - suspirei.

- Nós vamos conseguir resolver isto. Não te preocupes. E ela garantiu-me que ligou para a operadora e pediu para lhe bloquearem o número dele. O Trevor já não tem forma de chegar à Jenn outra vez.

Depois de algum tempo de conversa, desligámos a chamada e eu aconcheguei-me no sofá.
À minha frente, sentada num cadeirão, estava a Emilly, uma amiga minha.

- Estou a ver que o teu plano está a correr muito bem – ela sorriu.

- Yah, obrigado pela ajuda – disse-lhe.

- Na boa. Mas esse gajo é perigoso, devias ter mais cuidado.

- Por que é que aceitaste ajudar-me, então?

- Porque eu conheço o Trevor, sei bem que ele é um cabrão e só vou descansar quando lhe enfiar uma bala no cérebro – disse ela com uma voz firme e determinada – E porque a Jenn é uma miúda fixe, foi apanhada no meio desta confusão sem ter culpa nenhuma.

- Não finjas que te preocupas com a Jenn – não hesitei em responder – Eu sei que só estás aqui para obter a tua vingança, mas digo-te já que isso é uma loucura. Tu vais presa assim que te apanharem, sabes disso não sabes?

- Sei. Mas vou ter muito gosto em estar presa sabendo que matei aquele filho da mãe.

Revirei os olhos, sem vontade de continuar aquela conversa. Sabia que ela não me ouvia e que não ia mudar de ideias.

GEORGE

- Então... as coisas entre vocês estão bem? – perguntou o Josh, sentando-se em cima da mesa, como de costume.

- Acho que sim... - respondi, não muito certo do que dizia – Honestamente não sei. Nós não falámos sobre nós... A nossa primeira saída foi estranha, ela parecia que não se queria aproximar demais...

- Mas depois beijou-te – atirou o Jaymi.

- Sim, mas foi estranho. Ela estava ali, a beijar-me, mas parecia que estava longe...

Os dois trocaram um olhar confuso – Vais ver que vão acabar por se entender. Se calhar ela estava com medo de assumir qualquer compromisso sabendo que não voltaria a Londres tão cedo.

- Yah, a distância pode assustá-la.

Assenti, não sabendo se eles tinham razão ou não. De qualquer das formas eu queria falar com ela mas desde que se foi embora que me tem ignorado as mensagens e chamadas.

LUKE

Acordei de repente, com o zumbido de um telemóvel a tremer na madeira. Levantei a cabeça e vi o ecrã do telemóvel da Jenn ligado. Estiquei o braço para lhe pegar para ver as horas, e vi o nome do Shelley no ecrã. Engoli em seco, voltando a colocar o telemóvel em cima da mesa-de-cabeceira depois de desligar a chamada. Ao meu lado, a Jenn virou-se de costas para mim sem acordar.
Tínhamos adormecido juntos depois de horas ali deitados, a conversar.
Segundos depois o telemóvel recomeçou a tocar e desta vez a Jenn acordou, voltando-se novamente para mim.

- Quem é? – perguntou com uma voz arrastada e ensonada, sem abrir os olhos.

- O Shelley... - murmurei, fazendo um esforço enorme para controlar a frieza da minha voz.

Ela entreabriu os olhos e depois voltou a fechá-los, passando a mão pela cara.

- Desliga o telemóvel... - pediu ela, chegando-se mais para ao pé de mim.

want you backOnde histórias criam vida. Descubra agora