want you back

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HARRY

Assim que o James me mandou mensagem a avisar do que tinha acontecido, não hesitei em ir para lá. Pelo caminho liguei ao Luke porque não o tinha encontrado no hotel. Cheguei ao prédio onde vivia o James ao mesmo tempo que o Shelley e quando encontrámos a Jenn nas escadas, naquele estado de choque, percebemos que alguma coisa tinha corrido muito mal.
A polícia chegou segundos depois e quando ouvimos o terceiro tiro, percebi o que tinha acabado de acontecer. O George, com a Jenn nos braços, levou-a para a rua e eu corri escadas acima, entrando no apartamento do James seguido por alguns polícias. Encontrei o Trevor e o James caídos no chão, esvaídos em sangue, e a Emilly a alguns metros, também caída no chão. Senti os meus olhos encherem-se de lágrimas e corri para ao lado do James, abanando-o. Nunca antes tinha medido a pulsação de alguém mas fi-lo quase instintivamente.

- Ele está vivo... ele está vivo – murmurei e um dos polícias aproximou-se de mim.

- Por favor, tem de sair daqui... - pediu ele, agarrando-me num braço e levando-me para a rua.

Lá fora, a Jenn e o George estavam ao pé de um dos carros da polícia a falar com dois agentes. Fui para junto deles e percebi que a minha irmã não estava mesmo nada bem, estava em estado de choque, não dizia uma palavra e não largava o George. Parecia que não se dava conta de nada do que estava a acontecer à sua volta.
Os polícias fizeram-me perguntas a mim e ao George, e nós respondemos o que sabíamos mas sem nunca mencionar a história do James. Era esse o acordo. Caso as coisas corressem mal, tínhamos de omitir a história do James e da Emilly e da Erin. Mas esse acordo, naquele momento, pareceu-me absurdo. O Trevor estava morto mas ele tinha amigos e companheiros do crime.
Respirei fundo e chamei os polícias à parte, contando-lhes tudo. Eles ouviram-me e foram apontando tudo o que eu dizia, e pelo meio confiaram-me que já andavam à procura do Trevor e dos cúmplices há muitos anos.
Cerca de meia hora depois chegaram ambulâncias e levaram os corpos dali. Depois de muito insistir, lá consegui que me confirmassem que o James ainda estava vivo e que ia ser levado de emergência para o hospital.

- Ouviste Jenn? – perguntou o George carinhosamente ao ouvido da minha irmã – O James está vivo... ele vai ficar bem.

Ela não reagiu, continuava com o olhar perdido. Vê-la assim partiu-me o coração. Não sabia o que fazer para que ela se sentisse melhor.

LUKE

Assim que o Harry me ligou a contar o que se passava, fui o mais depressa possível para casa do McVey, de coração nas mãos, e encontrei a Jenn abraçada ao George junto de um dos carros da polícia. Custou-me vê-los assim. Não conseguia acreditar que ela estava mesmo ali com o Shelley.
Não fui capaz de me aproximar e, quando o Harry me viu, veio logo ter comigo e contou-me o que sabia.
Assenti, sem conseguir dizer alguma coisa. A rapariga que eu amava esteve metida numa situação daquelas e estava ali agarrada a outro.

- Não leves isto a sério... ela está em estado de choque, não fala... acho que ela nem tem consciência do que está a acontecer – senti a preocupação na voz dele.

Também eu estava preocupado com ela, e só queria abraçá-la e dizer-lhe que estava com ela e que tudo ia ficar bem, mas não me consegui mexer. Não conseguia vê-la ali com ele e no entanto não conseguia tirar os olhos deles. A forma como o Shelley a abraçava mostrava o quanto gostava dela. E eu só conseguia pensar que ela ainda gostava dele. Sentia-me o brinquedo dela durante todo este tempo.
Senti a mão do Harry no meu ombro e encarei-o.

- Não te atrevas se quer a pensar merdas... - disse-me olhos nos olhos – Ela ama-te, eu sei que sim.

Desviei o olhar novamente para ela e o Harry conduziu-me até lá sem se quer me aperceber disso.
Quando nos aproximámos, vi o olhar dela cair em mim e de repente ela mudou, pareceu reagir. Levantou a cabeça do peito do Shelley e não desviou os seus olhos de mim. Senti de repente o meu coração bater mais depressa.