Capítulo 13

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  Paula, as crianças e Kaysar, foram os primeiros a chegarem na mesa que havia sido reservada para eles no evento que acontecia no hotel.

  - Não vejo a hora de ir embora- a morena resmungou com os olhos fechados logo soltando um longo suspiro.

  - Mas aqui é tão legal, mamãe- Sofia disse a olhando.

  - Eu sei, meu amor- sorriu e acariciou o rosto da pequena- É que eu já to com saudade da nossa casinha.

  - Eu também, mas eu gosto de ficar com a Marcela- a frase fez o coração de Paula apertar.

  - Amor, você sabe que isso não é de verdade, né?- falou com a voz suave- Nós não vamos poder conviver com ela depois que formos embora daqui.

  - Eu sei- disse um pouco cabisbaixa.

  - Finalmente!- Kaysar exclamou quando viu o casal se aproximando da mesa de mãos dadas- Achei que não iam vir.

  - A gente acabou dormindo um pouco demais- Marcela se explicou sentando ao lado de Pedro, e Breno ao seu lado.

  - Dormindo, sei...- disse malicioso.

  - O que foi, pequena?- a loira perguntou preocupada vendo a expressão triste da menina.

  - Nada- forçou um pequeno sorriso.

  - Pode falar qualquer coisa pra mim. Eu prometo fazer tudo pra te ajudar- sorriu simpática.

  Paula se sentia um pouco incomodada com a forma como a outra tentava ganhar seus filhos. Sabia que não era de forma maldosa, mas era estranho pra ela ver seus filhos confiando em uma pessoa que não fosse ela.

  - Ela só tá cansadinha- a morena resolveu responder vendo que a menina não diria nada.

  Breno observou estranhado, o clima estava pesadíssimo na mesa.

  - Posso falar com você a sós?- disse para a secretária- Eu já volto- deu um selinho em Marcela e se levantou sendo acompanhado por Paula.

  Eles se afastaram da mesa e foram andando pelo grande campo onde ocorria o evento.

  - Tem algo errado?

  - A minha paciência já tá esgotando, Breno. Eu já to no meu limite.

  O loiro riu com a afirmação da mulher.

  - Não vi graça nenhuma- cruzou os braços e parou o encarando séria.

  - É que você adora usar essa frase pra mim, mas o seu limite nunca chega- pôs as mãos no bolso.

  - Você tem sorte, muita sorte- semicerrou os olhos- No dia que minha paciência ultrapassar o limite, eu jogo toda sua verdade podre na menina, pego os meus filhos e vou embora. Aí eu quero ver como você vai se virar.

  - Você sabe que eu não sobrevivo sem você- fez um bico com o lábio inferior- Então, se você quiser acabar com a minha vida, tá tudo bem, mas esteja lá no meu escritório na segunda-feira pra ouvir as minhas lamentações e me consolar com suas palavras duras, mas sinceras.

  - Eu te odeio- suspirou enquanto ouvia o homem rir.

  - Vai passar rápido, eu prometo- apertou o ombro dela com uma mão e só então reparou no vestido branco que ela vestia.

  Era lindo e combinava com seu tom de pele, além de exibir aquelas lindas pernas que a mulher tinha.

  - Eu espero mesmo.

  - Paula?!- uma voz conhecida pela morena foi ouvida um pouco distante.

  - Carolina?- sentiu-se à beira de um ataque de pânico quando olhou para sua esquerda e viu seu pior pesadelo com um largo sorriso no rosto a chamando com a mão.

  Ela se aproximou fingindo felicidade com o encontro e abraçou a mulher ruiva.

  - Que surpresa te ver por aqui!- a outra falou quando soltaram o abraço.

  - Uma surpresa mesmo- forçou um sorriso.

  - Deixa eu te apresentar- puxou um homem pela mão- Esse é o meu marido, Marcos.

  - Olá, tudo bem?- o homem falou simpático e apertou a mão de Paula.

  - E você? Como anda a vida?- antes que ela pudesse falar foi interrompida- Ficou sabendo da Rafaela? Casou, teve filhos e separou- fez uma expressão de pena- Tadinha, virou mãe solteira.

  - É...- ficou sem palavras, mas decidiu que não se deixaria ser humilhada, não hoje- Bom, eu também quero te apresentar meu marido- chamou Breno com a mão e ele se aproximou lentamente- Esse é Breno Simões, um dos maiores arquitetos que tem lá em Goiânia- disse sorrindo enquanto passava o braço pelas costas do homem e sentia ele pegar em sua cintura.

  - Oi, é um prazer- apertou a mão dos dois que estavam a frente.

  - Breno, essa é a Carolina, aquela grande amiga do ensino médio que te contei- trocaram olhares cúmplices durante a fala dela.

  - Quem diria, né? Nós duas casadas e felizes- a mulher sorriu- Você tá até ajeitada, nem parece aquela nerd dentuça do ensino médio- riu- Fico feliz que tenha ajeitado os dentes.

  - Sim- foi a única coisa que ela conseguiu dizer- Foi um prazer rever você e te conhecer- apontou para Marcos- Mas a gente tem que ir, as crianças estão nos esperando.

  - Vocês tem filhos?- a ruiva questionou.

  - Sim, estávamos ansiosos pra procriar-Breno falou e Paula se segurou fortemente para não revirar os olhos.

  Eles se despediram e então se afastaram do outro casal.

  - É tão bom saber que agora não sou só eu que to dependendo de você- ele falou rindo.

  - Você gosta, né?- suspirou.

  - Ela não em pareceu tão ruim.

  - Porque é uma cobra que sabe enganar homens trouxas como você- ainda se sentia um pouco alterada pelo misto de sentimentos que estava sentindo, não apenas em relação ao reencontro com sua animiga do ensino médio.

  - Eu adoro o jeito como você me elogia, faz minha autoestima ir lá encima- disse irônico, mas humorado.

  - Seu ego já é inflado por si só- ela parou ele antes de se aproximarem da mesa- Agora nós estamos quites. Você vai em cobrir nessa com a Carolina e não tem a opção de dizer que não.

  - Eu jamais diria que não- sorriu irônico- É bom ter você na minha mão pelo menos uma vez na vida.

  - Não se esqueça que você tá mais na minha mão ainda, aliás, você tá nas duas mãos. Uma palma e eu te esmago- ameaçou.

  - É muito bom ter uma cúmplice de crime igual você- riu voltando a caminhar.

  - Maldita hora que eu aceitei essa proposta- ela seguia resmungando enquanto andava atrás dele.

  - Não precisa fingir, Paulinha, eu sei que você adora ser minha mulher mesmo que seja de mentirinha- provocou fazendo a mulher parar por uns segundos. Logo retomou a caminhada preparada para rebater, mas chegaram na mesa antes que isso acontecesse.

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