O loiro estacionou seu carro em frente à casa de Antônio e, ainda em silêncio, ambos desceram e seguiram para o portão. Se identificaram com o porteiro e então adentraram o pátio rumando a porta da casa do homem.
- Eu posso segurar a sua mão?- ele perguntou receoso.
A morena deu um longo suspiro e se aproximou dele entrelaçando os dedos de sua mão esquerda a mão direita do homem. O gesto aliviou o coração dele pois sabia que, se ela estivesse brava, não iria atender ao seu pedido.
Paula tocou a campainha e um homem vestido de terno foi quem atendeu indicando para onde o casal deveria se dirigir. Agradeceram e então seguiram até a grande sala que estava um pouco mais à frente após o longo corredor.
- Não esperava sua presença- Antônio disse surpreso e se aproximando do casal.
- Eu disse que viria- rebateu e lhe abraçou brevemente- Parabéns.
- Obrigado- logo apertou a mão de Breno que também o parabenizou.
- Eu vou dar o seu presente na segunda-feira, ok?- avisou para o homem.
- Nem precisa, Paulinha- sorriu para ela- Fiquem a vontade, o garçom está passando com bebida e alguns petiscos.
- Quando você falou que seria um jantar íntimo não imaginei tudo isso- falou olhando a quantidade de convidados e o número de garçons servindo.
- A minha mãe é um pouco exagerada- revirou os olhos.
- Devo celebrar muito bem o aniversário do meu filho único, não acha?- uma senhora de cabelos claros e muito bem vestida disse se aproximando- Prazer, eu sou a mãe dessa preciosidade- beijou o rosto da morena.
Paula segurou o riso ao ver a careta que o chefe fez com a frase da mãe.
- A senhora está certíssima- concordou sorrindo simpática.
- Não vai me apresentar a moça?- olhou para o filho.
- Essa é Paula, a minha salvação lá na empresa, e esse aqui é Breno, namorado dela e o arquiteto que projetou meu prédio- apresentou o casal.
- Não sabia que era comprometida, querida- disse desapontada- Esse menino fala tanto de você que já achei que estava rolando algo entre os dois.
Breno estava completamente desconfortável no meio daquela conversa, tanto que, vendo que a namorada não sairia tão cedo dali, se afastou de fininho e se sentou no bar onde eram preparadas as bebidas.
- Não esperava você aqui- a voz muito conhecida por Breno se fez presente.
- Marcela- olhou para a mulher- Confesso que também não esperava você aqui.
- Ele é meu primo, lembra?- deu uma risadinha se sentando no banco ao lado dele.
- Pelo que me lembro vocês eram distantes.
- É, mas a minha tia gosta de fingir que todo mundo é próximo e se ama- explicou- Veio sozinho?- perguntou observando ele beber um gole de seu drink.
- Não, eu vim com a Paula- revelou.
- Ah, então vocês se acertaram?- a voz não tinha felicidade e nem tristeza, estava apática.
- Sim, nos acertamos- olhou em direção a onde ela se encontrava ainda conversando animadamente com a mãe de Antônio- Inclusive estamos juntos, não sabia como te contar, por isso nem mencionei nada.
- Relaxa, tá tudo bem. Afinal, era isso que você queria desde sempre, né?
- Como assim?- questionou curioso.
- Eu tenho a sensação de que você invernou esse rolo todo comigo só pra fazer ciúmes nela, sabe? Posso estar errada, mas foi isso que senti- olhou para ele.
- Não, o que tivemos foi real e eu só descobri sobre a Paulinha depois- explicou-se- Eu sempre achei ela uma mulher encantadora, mas nunca dava abertura pra eu tentar nada, então eu ficava na minha. Por favor, nunca duvide do que nós tivemos- virou seu corpos e frente para ela.
- Eu gostava muito do que nos tínhamos- disse melancólica e passou a mão pelo braço dele.
- Breno eu tava te pro...- a voz animada de Paula morreu no segundo que ela viu a loira com a mão no braços de seu namorado.
- Olá, Paula- a outra se afastou do loiro.
- Olá- deu um pequeno sorriso- Eu nem vi você saindo- se direcionou para Breno.
- A conversa estava tão boa que eu não quis atrapalhar- o tom parecia normal, mas Paula o conhecia bem o suficiente pra captar a ironia.
- Bom, eu vou ali conversar com outras pessoas- Marcela se levantou desconfortável e se retirou do bar.
- Da uma maneirada na bebida, tá bom?- disse com a voz calma enquanto ele virava o líquido.
- Tá com medo que eu dê vexame?- olhou para ela.
- Não, Breno, a gente não precisa disso- o olhar dela fez com que o homem se acalmasse.
- Você tem razão- respirou fundo- Estamos de boa, né?- perguntou preocupado e ela o encarou por alguns segundos.
- Sim, estamos de boa- deu um pequeno sorriso e se aproximou lhe dando um selinho nos lábios- Agora vamos sair daqui se não você vai ficar bêbado.
Eles não ficaram juntos na festa, na verdade cada um se juntou com um grupo diferente de pessoas para conversar, no de Breno estava Marcela e no de Paula, Antônio.
Não queria admitir nem criar caso com isso, mas o loiro estava morrendo de ciúmes da namorada com o novo chefe, parecia que ele estava ocupando o lugar na vida dela que antes era dele e isso o fazia querer beber para esquecer, e foi o que ele fez. Cada bebida que passava ele pegava o copo e secava o líquido em segundos.
- Breno, vai com calma, assim você vai passar mal- Marcela o alertou, mas ele ignorou completamente.
Depois que o jantar foi servido, Paula encontrou o namorado sentado solitário em um dos bancos no lado de fora da casa.
- Te procurei pela casa inteira- se sentou ao leis dele- Tá aqui há muito tempo?
- Todo o momento que você ficou sentada do lado do seu chefe cheia de risinhos- disse com a voz embolada.
- Breno, por favor, não vamos entrar nisso- pediu- Você não está em condições de conversar.
- Você já viu o jeito que ele olha pra você? Não me diga que é puramente profissional!
- Você não está falando nada com nada- se levantou- Vamos embora, que você já está bêbado.
- Eu bebi muito rápido- falou e seguiu sentado- Mas eu to bem.
- Não está. Vamos logo que eu vou ter que te levar pra casa- o puxou pelo braço o ajudando a se levantar.
- Tá tudo embaçado- reclamou.
- Eu te ajudo- passou o braço do homem pelo seu ombro e saiu da casa de Antônio sem se despedir de ninguém.
O ajudou a entrar no carona de seu carro e foi para o lado do motorista.
- Espero que você não de um arranhãozinho no meu carro.
- Você não tá em condições e exigir nada- disse séria enquanto dirigia- Agora fica quietinho aí!
Estava irritada, mas também entendia o lado do namorado. Sabia do interesse do chefe em si, mas ele tinha que confiar nela. Só que então, durante o caminho, parou e pensou: será que estava totalmente certa em se sentir daquele jeito?
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Fake Wife
FanfictionBreno era um arquiteto que adorava se aventurar com a mulherada nas noites, e se utilizava de uma antiga aliança de casamento para conquistar seus alvos, até que um dia ele acaba se encantando e tem que inventar uma família que não existe, fazendo s...